São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

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Após pancadaria no clássico, rivais voltam a se atacar

Corinthians isenta a sua torcida e a PM e diz que culpa por confronto é do São Paulo, que responsabiliza os fãs do rival

Clube tricolor afirma que irá cobrar prejuízo por danos, e alvinegro chama torcedores de "mártires da arrogância e incompetência adversárias"

EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após o clássico que terminou em pancadaria e deixou dezenas de feridos no Morumbi, Corinthians e São Paulo seguiram a cartilha da semana do duelo e voltaram a se atacar.
Logo pela manhã, os corintianos, por meio de uma nota oficial, isentaram os torcedores do clube que foram ao estádio e a ação da Polícia Militar e atribuíram a culpa pelo confronto ao clube do Morumbi.
Os são-paulinos, por sua vez, também isentaram a PM, responsabilizam o comportamento dos rivais pelos incidentes e dizem que cobrarão prejuízos.
Esse mesmo comportamento agressivo de ambos, na última semana, levou ao Morumbi anteontem um clima tenso e de animosidade entre os clubes dentro e fora do campo.
Enquanto os jogadores e os técnicos evitaram fazer declarações hostis, os cartolas aumentavam o tom das ofensas por conta da carga de 10% dos ingressos dada ao Corinthians.
Ontem, a situação não foi mais amena. "Apesar do comportamento exemplar da nossa torcida e do empenho da Polícia Militar, bombas caseiras lançadas do estacionamento privativo dos sócios do São Paulo detonaram um processo de pânico, agravado pelo clima de animosidade, criado pela decisão equivocada do adversário de limitar nosso acesso ao Morumbi", afirmou o texto divulgado pelo Corinthians.
À Folha o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, reclamou da depredação do estádio.
"Não faltou habilidade da polícia. Eles [policiais] agiram no sentido de preservar. Soube que arrancaram cadeiras, danificaram carros, quebraram sanitários", disse o cartola.
"Mas já está tudo sendo consertado. Na quarta-feira, vai estar tudo normal. E a vida continua", afirmou Juvenal.
O vice de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, foi além. "Sempre que isso acontece, nós cobramos o clube responsável. No caso, o Corinthians. É o procedimento normal. Não teria porque ser diferente agora", afirmou.
O rival afirma que só tomará posição se for cobrado oficialmente e defende a torcida.
"O Corinthians se solidariza com seus torcedores, verdadeiros mártires da arrogância e incompetência de adversários que nos tratam como inimigos", diz o clube, reafirmando que não atuará mais no Morumbi. "Isso não nos afeta em nada. Não dependemos do Corinthians para cuidar da nossa vida. Achei que a relação com eles fosse boa", responde o presidente do São Paulo.


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