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FUTEBOL
Uma final majestosa
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Cinco gols, bolas na trave
de parte a parte, dois times
buscando o ataque todo o tempo,
estádio lotado. Que mais se poderia esperar de uma grande final?
O Corinthians venceu por seus
próprios méritos, mas o resultado
mais justo talvez fosse o empate,
dado o equilíbrio entre as duas
equipes.
Na verdade, o jogo teve uma
grande dose de ironia. Quando o
São Paulo parecia mais objetivo,
no primeiro tempo, o Corinthians
abriu o placar. No segundo tempo, depois do segundo gol corintiano, quando o São Paulo se desestruturou e abriu espaços para
o contragolpe alvinegro, parecia
que o Corinthians iria ampliar o
placar. Mas foi o tricolor que empatou. Quando veio o gol da vitória, de Gil, o jogo estava totalmente em aberto.
É isso que caracteriza um grande clássico entre duas equipes de
primeira linha. Numa situação
equilibrada como essa, a atuação
individual de alguns jogadores teria mesmo de ser decisiva.
No lado são-paulino, Kaká,
com poucas condições físicas e
pouco espaço, não fez grande coisa. Na única oportunidade que
teve, no segundo tempo, colocou
Luis Fabiano na cara do gol.
No vácuo deixado por Kaká,
quem se assenhorou do meio-campo, sobretudo no primeiro
tempo, foi Ricardinho. Soube ditar o ritmo da partida, virar o jogo quando necessário, abrir os espaços no bem montado esquema
defensivo corintiano. Reinaldo,
que não tinha feito nenhum gol
no campeonato, fez um no momento mais importante.
No lado alvinegro, Liedson, isolado na área e envolvido pela
marcação adversária, não produziu o que se esperava. Gil, por sua
vez, como ponta ou como meia,
foi sempre perigoso (apesar de ter
perdido um gol feito).
Tudo somado, o São Paulo foi
uma equipe mais objetiva e coesa.
O Corinthians, ao contrário do
que ocorria na era Parreira, tinha
um time um tanto esgarçado, em
que, na maior parte do tempo, os
jogadores pareciam distantes e
buscavam as jogadas isoladas.
Se não havia como antever o
que ocorreria ontem, qualquer
previsão para a próxima partida
será ainda mais arriscada.
Vale apostar que o Corinthians
vai esperar o São Paulo tomar a
iniciativa do jogo, para se aproveitar então dos contra-ataques?
Não sei. Isso só aconteceria se o
alvinegro não tivesse por trás, a
empurrá-lo, uma torcida ansiosa
por ataques e gols.
O mais provável, então, é que
tenhamos novamente um jogo
franco de parte a parte e, mais
uma vez, o que vai decidir vai ser
o detalhe, a capacidade dos jogadores em campo saberem tirar
proveito dos erros do adversário,
tentando pegá-lo no contrapé.
Para o bem do futebol, cabe rezar para que não haja empate de
gols nos dois jogos somados, pois,
nesse caso, a lambança cometida
pela Federação Paulista ao elaborar o regulamento poderá ter consequências nefastas. Qualquer
dos times que se sentir prejudicado poderá lutar no tapetão por
mais este título. Que vença o melhor, mas na bola.
Final carioca
Fluminense e Vasco fazem a final do Estadual do Rio. No papel, o Vasco tem mais time
(ainda mais agora que Marcelinho e Marques começaram a se
entender). Mas o Flamengo,
teoricamente, também tinha e
tomou de 4 a 0 do tricolor, que
jogou sem seu jovem talento
Carlos Alberto. O Vasco joga
por dois empates, mas o Flu vai
entrar em campo embalado pela goleada sobre seu principal
rival. Tudo indica que será uma
decisão tão quente quanto imprevisível.
Tudo azul
O Cruzeiro, com uma rodada
de antecipação, conquistou o
título mineiro, coroando uma
campanha invicta. Uma conquista com sabor especial para
Luxemburgo e Alex, que se firmam no coração da torcida.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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