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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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FUTEBOL

Uma final majestosa

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Cinco gols, bolas na trave de parte a parte, dois times buscando o ataque todo o tempo, estádio lotado. Que mais se poderia esperar de uma grande final?
O Corinthians venceu por seus próprios méritos, mas o resultado mais justo talvez fosse o empate, dado o equilíbrio entre as duas equipes.
Na verdade, o jogo teve uma grande dose de ironia. Quando o São Paulo parecia mais objetivo, no primeiro tempo, o Corinthians abriu o placar. No segundo tempo, depois do segundo gol corintiano, quando o São Paulo se desestruturou e abriu espaços para o contragolpe alvinegro, parecia que o Corinthians iria ampliar o placar. Mas foi o tricolor que empatou. Quando veio o gol da vitória, de Gil, o jogo estava totalmente em aberto.
É isso que caracteriza um grande clássico entre duas equipes de primeira linha. Numa situação equilibrada como essa, a atuação individual de alguns jogadores teria mesmo de ser decisiva.
No lado são-paulino, Kaká, com poucas condições físicas e pouco espaço, não fez grande coisa. Na única oportunidade que teve, no segundo tempo, colocou Luis Fabiano na cara do gol.
No vácuo deixado por Kaká, quem se assenhorou do meio-campo, sobretudo no primeiro tempo, foi Ricardinho. Soube ditar o ritmo da partida, virar o jogo quando necessário, abrir os espaços no bem montado esquema defensivo corintiano. Reinaldo, que não tinha feito nenhum gol no campeonato, fez um no momento mais importante.
No lado alvinegro, Liedson, isolado na área e envolvido pela marcação adversária, não produziu o que se esperava. Gil, por sua vez, como ponta ou como meia, foi sempre perigoso (apesar de ter perdido um gol feito).
Tudo somado, o São Paulo foi uma equipe mais objetiva e coesa. O Corinthians, ao contrário do que ocorria na era Parreira, tinha um time um tanto esgarçado, em que, na maior parte do tempo, os jogadores pareciam distantes e buscavam as jogadas isoladas.
Se não havia como antever o que ocorreria ontem, qualquer previsão para a próxima partida será ainda mais arriscada.
Vale apostar que o Corinthians vai esperar o São Paulo tomar a iniciativa do jogo, para se aproveitar então dos contra-ataques? Não sei. Isso só aconteceria se o alvinegro não tivesse por trás, a empurrá-lo, uma torcida ansiosa por ataques e gols.
O mais provável, então, é que tenhamos novamente um jogo franco de parte a parte e, mais uma vez, o que vai decidir vai ser o detalhe, a capacidade dos jogadores em campo saberem tirar proveito dos erros do adversário, tentando pegá-lo no contrapé.
Para o bem do futebol, cabe rezar para que não haja empate de gols nos dois jogos somados, pois, nesse caso, a lambança cometida pela Federação Paulista ao elaborar o regulamento poderá ter consequências nefastas. Qualquer dos times que se sentir prejudicado poderá lutar no tapetão por mais este título. Que vença o melhor, mas na bola.

Final carioca
Fluminense e Vasco fazem a final do Estadual do Rio. No papel, o Vasco tem mais time (ainda mais agora que Marcelinho e Marques começaram a se entender). Mas o Flamengo, teoricamente, também tinha e tomou de 4 a 0 do tricolor, que jogou sem seu jovem talento Carlos Alberto. O Vasco joga por dois empates, mas o Flu vai entrar em campo embalado pela goleada sobre seu principal rival. Tudo indica que será uma decisão tão quente quanto imprevisível.

Tudo azul
O Cruzeiro, com uma rodada de antecipação, conquistou o título mineiro, coroando uma campanha invicta. Uma conquista com sabor especial para Luxemburgo e Alex, que se firmam no coração da torcida.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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