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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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ATLETISMO

Saltadora ganha bronze em competição de pista coberta em Birmingham e, de quebra, encerra jejum do país

Maurren é 1ª brasileira no pódio mundial

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A brasileira Maurren Higa Maggi, 26, conseguiu vários feitos ao ganhar a medalha de bronze do salto em distância no Mundial indoor, encerrado ontem, em Birmingham, na Inglaterra.
A saltadora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha em um Mundial de atletismo.
Anteriormente, a melhor colocação obtida por uma mulher do país em uma competição desse nível havia sido o quarto lugar de Aída dos Santos no salto em altura dos Jogos de Tóquio, em 1964.
Em Mundiais de atletismo, o melhor resultado de uma brasileira havia sido da própria Maurren. No Mundial de Edmonton-2001, em pista descoberta, a saltadora havia ficado em sétimo lugar.
O bronze de Maurren em Birmingham também foi a primeira medalha do país em uma prova de campo em Mundiais, tanto indoor, quanto em pista descoberta.
As outras vezes em que os atletas do Brasil subiram ao pódio foram em provas de pista ou de rua.
Além disso, com o resultado de ontem, Maurren quebrou um incômodo jejum de medalhas. Havia 14 anos que o Brasil não subia ao pódio em um Mundial indoor. A última vez que isso aconteceu foi com Zequinha Barbosa, bronze nos 800 m do Mundial de Budapeste, na Hungria, em 1989.
"A medalha já era esperada. Mas, em Mundiais anteriores, esperávamos ir ao pódio em algumas provas e não fomos. Temos que comemorar", afirmou Nélio Moura, técnico da brasileira.
Para obter o feito de ontem, Maurren se beneficiou do atalho de ter ido direto para a final da prova, sem ter que disputar a eliminatória, marcada para anteontem, mas que acabou cancelada.
Com índices mais rigorosos estabelecidos pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), poucas atletas conseguiram se classificar para este Mundial indoor. Por isso, o salto em distância teve a participação de somente nove competidoras.
Maurren não começou bem. Sua melhor marca nos dois primeiros saltos foi um 6,64 m, o que seria insuficiente para subir ao pódio. Já a russa Tatyana Kotova -apontada como a principal adversária da brasileira- garantiu o ouro logo em seu primeiro salto, com a marca de 6,84 m.
Na terceira rodada, porém, Maurren saltou 6,70 m, superando a russa Olga Rublyova e a ucraniana Inessa Kravets, cujas melhores marcas eram de 6,68 m.
No sexto e último salto, Kravets deu o troco e saltou 6,72 m, aproximando-se da prata. Maurren tinha sua última tentativa, mas fracassou, obtendo 6,45 m. Mesmo assim, garantiu o bronze, já que Rublyova, sua concorrente direta ao pódio, queimou seu salto.
"Poderia ter ido melhor se tivesse mais ritmo", disse Maurren ao técnico Nélio Moura, logo após garantir a medalha de bronze.
A atleta não disputou nenhum meeting indoor neste ano. A temporada, mais curta em relação às competições em pista descoberta, começou em fevereiro e termina neste mês. "As datas das provas não foram favoráveis para que ela viajasse", justificou Moura.


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