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ATLETISMO
Saltadora ganha bronze em competição de pista coberta em Birmingham e, de quebra, encerra jejum do país
Maurren é 1ª brasileira no pódio mundial
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A brasileira Maurren Higa Maggi, 26, conseguiu vários feitos ao
ganhar a medalha de bronze do
salto em distância no Mundial indoor, encerrado ontem, em Birmingham, na Inglaterra.
A saltadora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha
em um Mundial de atletismo.
Anteriormente, a melhor colocação obtida por uma mulher do
país em uma competição desse
nível havia sido o quarto lugar de
Aída dos Santos no salto em altura dos Jogos de Tóquio, em 1964.
Em Mundiais de atletismo, o
melhor resultado de uma brasileira havia sido da própria Maurren.
No Mundial de Edmonton-2001,
em pista descoberta, a saltadora
havia ficado em sétimo lugar.
O bronze de Maurren em Birmingham também foi a primeira
medalha do país em uma prova
de campo em Mundiais, tanto indoor, quanto em pista descoberta.
As outras vezes em que os atletas do Brasil subiram ao pódio foram em provas de pista ou de rua.
Além disso, com o resultado de
ontem, Maurren quebrou um incômodo jejum de medalhas. Havia 14 anos que o Brasil não subia
ao pódio em um Mundial indoor.
A última vez que isso aconteceu
foi com Zequinha Barbosa, bronze nos 800 m do Mundial de Budapeste, na Hungria, em 1989.
"A medalha já era esperada.
Mas, em Mundiais anteriores, esperávamos ir ao pódio em algumas provas e não fomos. Temos
que comemorar", afirmou Nélio
Moura, técnico da brasileira.
Para obter o feito de ontem,
Maurren se beneficiou do atalho
de ter ido direto para a final da
prova, sem ter que disputar a eliminatória, marcada para anteontem, mas que acabou cancelada.
Com índices mais rigorosos estabelecidos pela Iaaf (Associação
Internacional das Federações de
Atletismo), poucas atletas conseguiram se classificar para este
Mundial indoor. Por isso, o salto
em distância teve a participação
de somente nove competidoras.
Maurren não começou bem.
Sua melhor marca nos dois primeiros saltos foi um 6,64 m, o que
seria insuficiente para subir ao
pódio. Já a russa Tatyana Kotova
-apontada como a principal adversária da brasileira- garantiu
o ouro logo em seu primeiro salto,
com a marca de 6,84 m.
Na terceira rodada, porém,
Maurren saltou 6,70 m, superando a russa Olga Rublyova e a ucraniana Inessa Kravets, cujas melhores marcas eram de 6,68 m.
No sexto e último salto, Kravets
deu o troco e saltou 6,72 m, aproximando-se da prata. Maurren tinha sua última tentativa, mas fracassou, obtendo 6,45 m. Mesmo
assim, garantiu o bronze, já que
Rublyova, sua concorrente direta
ao pódio, queimou seu salto.
"Poderia ter ido melhor se tivesse mais ritmo", disse Maurren ao
técnico Nélio Moura, logo após
garantir a medalha de bronze.
A atleta não disputou nenhum
meeting indoor neste ano. A temporada, mais curta em relação às
competições em pista descoberta,
começou em fevereiro e termina
neste mês. "As datas das provas
não foram favoráveis para que ela
viajasse", justificou Moura.
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