São Paulo, Quarta-feira, 17 de Março de 1999
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TÊNIS
Barbaridades

THALES DE MENEZES

Amigos, esta é uma época ímpar no tênis profissional. A última semana deu um exemplo irrefutável em Indian Wells: nunca o circuito profissional esteve tão competitivo.
Na sexta-feira, Gustavo Kuerten jogou uma barbaridade contra Richard Krajicek. No piso favorito do rival, o brasileiro devolveu o saque com uma eficiência absurda, dando passadas desconcertantes no gigante holandês. Quando teve o serviço, Kuerten demonstrou confiança e bateu para valer.
No sábado, Carlos Moyá jogou uma barbaridade contra o mesmo Kuerten. Teve um momento de incerteza no segundo set, quando foi dominado pelo brasileiro, mas depois voltou à concentração e fechou a partida com rapidez.
No domingo, o australiano Mark Philippoussis jogou uma barbaridade contra o mesmo Moyá, agora já na condição de primeiro espanhol a ser número um do ranking da ATP. No entanto, do outro lado da quadra poderia estar até um robô com as melhores qualidade de Borg, Connors, McEnroe e Becker. Philippoussis estava em um daqueles dias de inspiração. Ganharia de qualquer um. Deu algumas pauladas que deixaram Moyá atônito.
São três exemplos claros. O nível de acerto e força no tênis atual é o mais alto da história. Quando você pensa ter visto o grande jogador do torneio, aquele com pinta de campeão, surge outro batendo melhor.
Depois da arte de Rod Laver e Roy Emerson na década de 60, da técnica apura de Bjorn Borg e John McEnroe nos anos 70 e da velocidade de Boris Becker e Ivan Lendl na década passada, o tênis vai fechar o século com um batalhão de tenistas jogando bem perto de limites impensáveis há pouco tempo.
Pode ser a eficiência de Sampras, as parábolas impossíveis dos golpes de Ríos ou o estilo tanque de guerra de Philippoussis, tanto faz. O tênis está com um repertório arrasador.

NOTAS

Cabeça feita
A concentração do espanhol Carlos Moyá no jogo contra Kuerten, no sábado, foi primorosa. No segundo set, quando errou mais, percebeu que dificilmente seria capaz de virar o placar naquela série e pisou no freio, deixando o brasileiro vencer rapidamente. Aí, entrou com tudo, ganhando 12 dos 13 primeiros pontos disputados no terceiro set. Um show de preparo mental.

Garota infernal
Duas semanas depois de ganhar seu primeiro título no circuito da WTA, a teen americana Serena Williams derrotou a veterana Steffi Graf na final de Indian Wells. Sua principal qualidade continua sendo o estilo solto na quadra, jogando sem nenhuma pressão. Quase todos os juvenis perdem isso na passagem para o profissionalismo, mas Serena parece a mesma garota que disputou o Orange Bowl há dois anos.

E-mail: thales@folhasp.com.br


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