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TÊNIS
Barbaridades
THALES DE MENEZES
Amigos, esta é uma época ímpar no tênis profissional. A última semana deu um exemplo irrefutável em Indian Wells: nunca o circuito profissional esteve
tão competitivo.
Na sexta-feira, Gustavo Kuerten jogou uma barbaridade contra Richard Krajicek. No piso favorito do rival, o brasileiro devolveu o saque com uma eficiência absurda, dando passadas
desconcertantes no gigante holandês. Quando teve o serviço,
Kuerten demonstrou confiança
e bateu para valer.
No sábado, Carlos Moyá jogou
uma barbaridade contra o mesmo Kuerten. Teve um momento
de incerteza no segundo set,
quando foi dominado pelo brasileiro, mas depois voltou à concentração e fechou a partida
com rapidez.
No domingo, o australiano
Mark Philippoussis jogou uma
barbaridade contra o mesmo
Moyá, agora já na condição de
primeiro espanhol a ser número
um do ranking da ATP. No entanto, do outro lado da quadra
poderia estar até um robô com
as melhores qualidade de Borg,
Connors, McEnroe e Becker.
Philippoussis estava em um daqueles dias de inspiração. Ganharia de qualquer um. Deu algumas pauladas que deixaram
Moyá atônito.
São três exemplos claros. O nível de acerto e força no tênis
atual é o mais alto da história.
Quando você pensa ter visto o
grande jogador do torneio,
aquele com pinta de campeão,
surge outro batendo melhor.
Depois da arte de Rod Laver e
Roy Emerson na década de 60,
da técnica apura de Bjorn Borg e
John McEnroe nos anos 70 e da
velocidade de Boris Becker e
Ivan Lendl na década passada,
o tênis vai fechar o século com
um batalhão de tenistas jogando bem perto de limites impensáveis há pouco tempo.
Pode ser a eficiência de Sampras, as parábolas impossíveis
dos golpes de Ríos ou o estilo
tanque de guerra de Philippoussis, tanto faz. O tênis está com
um repertório arrasador.
NOTAS
Cabeça feita
A concentração do espanhol
Carlos Moyá no jogo contra
Kuerten, no sábado, foi primorosa. No segundo set, quando
errou mais, percebeu que dificilmente seria capaz de virar o
placar naquela série e pisou no
freio, deixando o brasileiro
vencer rapidamente. Aí, entrou
com tudo, ganhando 12 dos 13
primeiros pontos disputados
no terceiro set. Um show de
preparo mental.
Garota infernal
Duas semanas depois de ganhar seu primeiro título no circuito da WTA, a teen americana Serena Williams derrotou a
veterana Steffi Graf na final de
Indian Wells. Sua principal
qualidade continua sendo o estilo solto na quadra, jogando
sem nenhuma pressão. Quase
todos os juvenis perdem isso na
passagem para o profissionalismo, mas Serena parece a mesma garota que disputou o
Orange Bowl há dois anos.
E-mail: thales@folhasp.com.br
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