FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que realizou o evento "Viva a América do Sul" para promover o Masters Series de Hamburgo, a organização do torneio viu ontem a competição se transformar em uma espécie de Campeonato Argentino.
Quatro tenistas do país venceram suas quartas-de-final na Alemanha e incluíram a Argentina em um seleto grupo de nações que conseguiram monopolizar as semifinais de um torneio da ATP.
Antes da Argentina, apenas Austrália, Espanha, EUA, França e Suécia haviam alcançado o feito.
O que torna a façanha argentina mais especial é que ela foi obtida em um Masters Series, conjunto de nove torneios que só perde em importância para o Grand Slam. É a primeira vez que um país domina um Masters Series desta forma.
Com quatro tenistas nas semifinais, a Argentina vai encerrar um longo jejum. O último atleta do país a vencer em Hamburgo foi Guillermo Vilas, em 1978.
A jornada histórica começou com David Nalbandian, 13º colocado do ranking, que bateu o chileno Fernando Gonzalez por 2 sets a 1 (5/7, 6/3 e 6/4). Na sequência, Guillermo Coria, 16º, passou pelo australiano Mark Philippoussis por 2 a 0 (6/2 e 6/0).
Agustin Calleri, 31º, classificou-se para enfrentar Nalbandian ao bater o sul-africano Wayne Ferreira, o algoz de Gustavo Kuerten, por 2 sets a 0 (7/5 e 6/2). E, no último jogo da rodada, Gastón Gaudio, 29º, massacrou o belga Olivier Rochus e fez 2 a 0 (6/1 e 6/1).
"É ótimo ter quatro argentinos nas semifinais. Mesmo se eu não ganhar, sei que um compatriota vai vencer. Isto é importante para o nosso país, que tem muitos problemas", afirmou Gaudio.
E o dia "Viva a América do Sul", que já tinha uma pitada argentina -a principal estrela foi a ex-tenista Gabriela Sabatini, que jogou duplas com Boris Becker e Michael Stich e ganhou um bolo pelo seu 33º aniversário-, terminou monopolizado pelo país do presidente eleito Néstor Kirchner.