MATINAS SUZUKI JR.
da Equipe de Articulistas

Saiu um livro na França com o título ""Qual é o Maior Time do Mundo?". O autor é o jornalista Vincent Duluc, do jornal especializado em futebol ""L'Equipe".
Qual é o maior time do mundo? O Real Madrid (27 Campeonatos Espanhóis, 17 Copas do Rei, 7 Copas dos Campeões da Europa, 2 Copas Intercontinentais -a atual Toyota-, entre outros títulos).
Entre os dez maiores, ele incluiu ainda três times italianos (Milan, Inter e Juventus), dois ingleses (Manchester United e Liverpool), um holandês (Ajax), um alemão (Bayern de Munique), mais um espanhol (Barcelona) e um único representante da América do Sul. Qual? O Independiente.
Mas como? Nenhum time brasileiro entre os dez maiores do mundo? Isso mesmo. Nenhum.
  Rankings desse tipo sempre provocam polêmica e sempre têm pressupostos discutíveis.
Mas a classificação de Duluc revela algo de profundamente verdadeiro sobre o futebol do Brasil.
Temos os melhores jogadores do mundo em qualquer lista. Temos as melhores seleções nacionais em qualquer lista. Mas não temos mesmo os melhores times quando consideramos a série histórica.
Tivemos a hegemonia internacional com o Santos de Pelé nos anos 60, o auge com o Flamengo de Zico no início dos 80, o apogeu com o São Paulo de Telê Santana, no início dos 90, para citar alguns.
Mas, quando comparados à longa lista de títulos que os supertimes dos países europeus conseguiram, os maiores times brasileiros entram para um segundo plano.
É, por essa e por outras mais graves, que o futebol brasileiro precisa se reestruturar internamente. Para ter um elenco de times verdadeiramente competitivos do ponto-de-vista internacional.
  Nem David Beckham nem Michael Owen. A excelente revista inglesa de futebol ""4-4-2" elegeu o atacante do Manchester United Dwight Yorke (nascido em Trinidad e Tobago) como o melhor jogador do ano na Inglaterra.
Veja como o mundo mudou: dos 11 melhores jogadores da temporada inglesa escolhidos pela revista, quatro são franceses. O atual triunfo dos gauleses na terra dos bretões é algo que eu acho que só o Asterix explica.
  Outro dado interessante sobre a admirável nova ordem mundial do futebol: Até pouco tempo atrás, os ingleses se orgulhavam de ter o melhores goleiros (Gordon Banks, Peter Shilton, Frank Swift, entre outros) do mundo.
Hoje, dos 22 times da primeira divisão inglesa, apenas 7 entram em campo com um goleiro inglês. Três são australianos, há um americano (Kasey Keller, do Leicester City) e até um goleiro da Macedônia (Sasa Ilic, do Charlton Athletic).
  Dos campeões dos mais importantes campeonatos europeus da temporada 98/99, os times do Barcelona, do Manchester United (o melhor de todos) e do Bayern de Munique, para mim, são OK.
Já o do Milan não me convenceu, assim como o Leonardo na seleção não me convence.