São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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STOP & GO
De molho

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Na última segunda-feira, os médicos inglesos davam de 45 a 60 dias para Schumacher se recuperar. Dias depois, Willi Weber, com a clara intenção de preservar seu principal produto, dilata o prazo para 90 dias.
Tenho certeza de que o empresário está preocupadíssimo com a saúde de seu piloto. Mas estabelecer com tanta segurança que o ferrarista só volta na Malásia deixa outra impressão, a de um meticuloso planejamento.
As duas situações são distintas. Com 45 dias de molho, o alemão voltaria em Spa, obrigado a defender sua posição no campeonato ou, ainda pior, a do companheiro Irvine, em uma vexatória inversão de valores.
Tudo, claro, condicionado à distribuição de pontos das três corridas perdidas -interessante, Silverstone mudou de fato o campeonato, não apenas por quebrar a perna de Schumacher, mas também por ressuscitar David Coulthard no Mundial.
Agora, com uma volta na Malásia e o campeonato decidido ou por decidir, Schumacher não terá mais responsabilidade.
Poderá tanto correr para adquirir ritmo para 2000 como abraçar de maneira nobre e elegante a missão de auxiliar Irvine em uma eventual disputa de título -em uma situação ideal, acabar talvez até como herói do Mundial, muito mais da Ferrari do que do próprio Irvine.
Ou seja, Schumacher é e será sempre o primeiro piloto da escuderia. Nada alterará isso, nem mesmo um sério acidente.
Uma constatação que derruba outras falácias apregoadas por esses dias, as de que Barrichello está ou fora dos planos ferraristas ou de que sua situação, agora, é ainda melhor no negócio.
Na verdade, nada se alterou. A opção sobre Irvine, que precisa ser exercida pela Ferrari até 29 de julho, é facilmente prorrogável, pois interessa a todos.
E Barrichello, dado o exposto acima, só tem um movimento a fazer, se de fato quer ir para a Ferrari: aceitar o leonino contrato. Não será dada opção.

NOTAS

Mercedes
A fábrica alemã confirmou em Silverstone que adquiriu 40% das ações da McLaren. Ou seja, de parceira virou proprietária da equipe capitaneada por Ron Dennis, que divide o restante com Mansour Ojjeh. Um movimento natural, que, para muitos, estava arquitetado desde a volta da fábrica à F-1 e acabou precipitado pela aquisição da Stewart pela Ford.

Efeito
Quando pneus se soltam e freios não funcionam, diz a história da F-1, algo está acontecendo: muita gente está arriscando em nome da disputa.

Indy
O SBT comemora a elevação de seus índices de audiência provocada, óbvio, pelas vitórias de Gil e de Christian. O sobrinho de Emerson, aliás, ganhou de presente a vitória em Elkhart Lake, palco de uma boa corrida, em circuito misto e sem bandeiras amarelas. E ainda tem gente que defende.


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