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TÊNIS
A regra é clara?
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
A explicação é bastante
simples: "O programa antidoping de tênis é um programa
abrangente e internacionalmente
reconhecido que se aplica a todos
que competem nos eventos da
ATP, da WTA e da ITF".
"Os objetivos do programa antidoping (...) são os seguintes: 1-Assegurar a competição justa e equilibrada nas quadras, e 2-Proteger
a segurança dos jogadores profissionais de tênis. O programa (...)
contém uma série de regras e procedimentos que se aplicam aos tenistas profissionais em todos os
níveis. Os jogadores são submetidos a testes contra substâncias
proibidas e listadas pelo Comitê
Olímpico Internacional, em acordo com as regras da Agência
Mundial Antidoping (Wada).""
Isso justificou a decisão da ATP
de suspender Guillermo Cañas,
um dos melhores do mundo, por
dois anos. Segundo a entidade,
testes revelam que, no Torneio de
Acapulco, em fevereiro, o argentino atuou estimulado por substância diurética proibida.
Cañas, 27, teria, então, tornado
a competição desigual, obtido
vantagem de forma ilícita e, em
última instância, atentado contra
a sua própria segurança. Daí seu
afastamento das quadras. Além
disso, ele terá de devolver US$ 276
mil que ganhou em prêmios e 525
pontos que somou até ser punido.
Poderá voltar a jogar, sim, mas só
a partir de 11 de junho de 2007,
quando a suspensão termina.
O processo teria sido perfeito, e
a punição, exemplar, não fosse
por um motivo: Cañas, desesperadamente, se diz inocente. "Estou
sofrendo uma grande injustiça."
O argentino foi investigado por
dois meses até ser avisado da suspensão. Desde o primeiro momento negou que tivesse cometido deliberadamente o doping.
"Foi o pessoal do torneio que
comprou os remédios, com a supervisão da ATP.""
O castigo foi mais forte do que o
próprio tenista (e o circuito) imaginava. "Nunca na minha vida
pensei que pudesse ser punido
com a pena máxima.""
Cañas será, sim, punido com a
pena máxima, pois, a não ser que
o tenista apresente outro argumento, não reverterá o castigo. E
será o quarto argentino punido
por doping, depois de Juan Ignacio Chela (três meses de gancho),
Guillermo Coria (sete meses) e
Mariano Puerta (nove meses).
É perseguição ou o tenista argentino é chegado mesmo em
uma ilegalidade? Na verdade,
nem um nem outro.
É sabido que muitos tenistas arriscam as carreiras -risco de serem flagrados, de sofrerem com a
medicação- com substâncias no
mínimo duvidosas. Os testes, cada vez mais rigorosos, são feitos
cada vez em maior número.
Por outro lado, há, ainda, aqueles que consideram o número de
punições tímido em relação ao
uso de substâncias proibidas. Que
outros exames positivos devessem
sair das gavetas, onde se escondem tranqüilamente.
É, de fato, um processo que a
ATP ainda precisa tornar mais
claro. Cañas pode ter feito tudo
errado, mas disse uma coisa certa:
o doping, hoje, é decisão política.
E, por envolver muito dinheiro,
nunca se sabe como a regra pode
ser interpretada.
Em Gramado
Flávio Saretta faturou o título do challenger gaúcho ao bater na final
o sueco Jacob Adaktusson em dois rápidos sets. Agora, o paulista segue para a disputa o qualifying do Aberto dos EUA, em Nova York.
Em Goiás
Após quatro torneios da série challengers, o país recebe a partir desta
semana uma seqüência de seis eventos Future. O primeiro, o Tennis
Classic Rio Quente Resorts, vai até domingo no Rio Quente Resorts.
Em São Paulo
Moacir Santos, Stephanie Vieira (18 anos), Danilo Ferraz, Nathalia
Rossi (16), Bernardo Lipschitz, Flávia Borges (14), Matheus Costa e
Rafaella Muller (12) venceram a 5ª etapa do Circuito Unimed.
E-mail reandaku@uol.com.br
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