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Bill Gates usa Olimpíada para fazer negócios
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
O ainda todo-poderoso
Bill Gates está em todas.
Depois de ter ido para Melbourne, onde foi realizado o
Fórum Econômico Mundial, o
homem da Microsoft tem lugar cativo nas principais provas de Sydney.
E quer aproveitá-las para fazer negócios, apresentar projetos, manter contatos... Especialmente com empresários locais. Com a economia do país
em crise -o dólar australiano
está em queda livre-, Gates
está sendo ""acusado" de ter
decidido ficar em Sydney durante os Jogos para preparar o
bote e comprar algumas empresas locais do setor de tecnologia a preço de banana.
A previsão do governo fracassou, e o dólar australiano
não está valendo os esperados
65 centavos de dólar americano. Anteontem, chegou a ser
cotado a 54,86 cents, valor
mais baixo dos últimos anos.
Com o afluxo de turistas estrangeiros menor do que o esperado durante os Jogos, a
oferta de dólares americanos
não cresceu o desejado, e o Reserve Bank, o banco central
australiano, está tendo de intervir no mercado -três vezes
só na semana passada.
Para a oposição, a crise preocupa, porque, com o dólar australiano fraco, fica fácil para
corporações e magnatas estrangeiros, como Gates, sucatear o parque industrial do
país. Os críticos do governo do
primeiro-ministro John Howard dizem que, com a Olimpíada em Sydney, ele teria
uma oportunidade de ouro
para mostrar que a Austrália
não é apenas uma grande fazenda, imagem que o país continuaria passando ao exterior.
Reclamam que, em vez disso,
prefere ciceronear Gates e ajudá-lo a fechar bons negócios.
EM FOCO
Depois de muitas críticas a seu
governo, John Howard se comprometeu a não discursar durante a abertura. Ficou calado, limitando-se a bater palminhas.
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