São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2000

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Bill Gates usa Olimpíada para fazer negócios

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

O ainda todo-poderoso Bill Gates está em todas. Depois de ter ido para Melbourne, onde foi realizado o Fórum Econômico Mundial, o homem da Microsoft tem lugar cativo nas principais provas de Sydney.
E quer aproveitá-las para fazer negócios, apresentar projetos, manter contatos... Especialmente com empresários locais. Com a economia do país em crise -o dólar australiano está em queda livre-, Gates está sendo ""acusado" de ter decidido ficar em Sydney durante os Jogos para preparar o bote e comprar algumas empresas locais do setor de tecnologia a preço de banana.
A previsão do governo fracassou, e o dólar australiano não está valendo os esperados 65 centavos de dólar americano. Anteontem, chegou a ser cotado a 54,86 cents, valor mais baixo dos últimos anos.
Com o afluxo de turistas estrangeiros menor do que o esperado durante os Jogos, a oferta de dólares americanos não cresceu o desejado, e o Reserve Bank, o banco central australiano, está tendo de intervir no mercado -três vezes só na semana passada.
Para a oposição, a crise preocupa, porque, com o dólar australiano fraco, fica fácil para corporações e magnatas estrangeiros, como Gates, sucatear o parque industrial do país. Os críticos do governo do primeiro-ministro John Howard dizem que, com a Olimpíada em Sydney, ele teria uma oportunidade de ouro para mostrar que a Austrália não é apenas uma grande fazenda, imagem que o país continuaria passando ao exterior. Reclamam que, em vez disso, prefere ciceronear Gates e ajudá-lo a fechar bons negócios.


EM FOCO
Depois de muitas críticas a seu governo, John Howard se comprometeu a não discursar durante a abertura. Ficou calado, limitando-se a bater palminhas.




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