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BOXE
A última imagem é a que fica
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Popó é hoje um agente livre.
Depois da derrota para
Diego Corrales, o brasileiro e a rede americana de TV a cabo
Showtime tinham mais dois combates previstos em seu contrato.
Mas o acordo foi desfeito, e o ex-campeão dos leves não tem mais
vínculo com nenhuma emissora.
A razão? Durante negociações
para o retorno do baiano ao ringue, executivos da Showtime exigiram que Popó e sua equipe recebessem menos do que havia ganhado pelo combate de agosto.
Na verdade, teriam de se contentar com bem menos: metade.
É o velho ditado em plena ação:
a última imagem é a que fica.
O time do brasileiro não aceitou
tais condições financeiras. A negociação alcançou um impasse.
Para encurtar a história, agora
Popó está sem contrato com uma
rede de TV dos EUA, que é, na
verdade, quem paga suas bolsas.
Tudo isso havia sido mantido
em segredo. Isto é, até agora.
Perguntei ao promotor de Popó,
o norte-americano Arthur Pelullo, sobre a veracidade de tal informação. Apesar de reticente, ele
reconheceu que era verdade.
Pouco depois, já afirmava que
não é motivo para preocupação.
Argumenta que a outra emissora de TV a cabo dos EUA com tradição no pugilismo, a HBO, mais
rica do que a Showtime, demonstrou interesse em seu pugilista.
Segundo Pelullo, a HBO tem
mais opções para "emparceirar"
Popó. Com o meio-médio-ligeiro
Arturo Gatti, com o pena Manny
Pacquiao, com Erik Morales...
O promotor acrescentou que
surge no horizonte uma terceira
via. Uma tradicionalíssima rede
de TV fechada que parecia estar
morrendo para o boxe, mas que
cultiva planos para revitalizar o
pugilismo em sua programação.
A equipe de Popó está tão segura de que alguma espécie de acerto com uma dessas três emissoras
sairá que crê até na possibilidade
de a volta do brasileiro, em 11 de
dezembro (ou alguma data próxima), em São Paulo ou no Rio, ser
transmitida ao vivo para os EUA.
Para a equipe de Popó, é imperativo que ele retorne ainda neste
ano, para começar 2005 como um
vencedor. Seria bom para os negócios e pelo aspecto mental.
Pelo lado psicológico, explicam,
seria interessante que voltasse a
se sentir um vencedor de novo e
começar 2005 "novo" e traçar
planos para o futuro. Também ficaria mais valorizado depois de
uma vitória do que se retornasse
logo após a derrota. Novamente,
"a última imagem é a que fica".
Obviamente, a idéia é colocá-lo
frente a frente com alguém de nível médio. Não um pangaré, que
não acrescentaria nada à sua auto-estima e nem serviria como um
parâmetro, mas tampouco alguém perigoso, que pudesse pô-lo
em risco tão prematuramente.
O perfil é o de algum boxeador,
preferencialmente um argentino
ou norte-americano -que se encaixaria no papel de "vilão"-,
com cartel com 23 vitórias e duas
derrotas (ou números similares).
O mais importante, entretanto,
não é o oponente, que é menos do
que um coadjuvante. O atrativo
reside na expectativa de ver como
Popó reagirá na sua volta. Volta?
Esse é o título provisório da programação: "A Volta de Popó".
Programação 1
O combate mais esperado do ano, em minha opinião, Oscar de la
Hoya x Bernard Hopkins, pelo título mundial dos médios, será transmitido ao vivo para o Brasil pelo canal Premiere a partir das 22h de
amanhã. Alguns, um pouco exagerados, é verdade, vêem paralelos
entre essa luta e o confronto entre "Sugar" Ray Leonard e Marvelous
Marvin Hagler. A boa notícia são os preços, que variam entre R$ 10 e
R$ 15, menos salgados do que os R$ 50 cobrados pelo último combate de Popó. Agora falta somente a NET melhorar sua imagem.
Programação 2
A ESPN International exibe hoje, a partir das 22h30, o programa especial "O Melhor do Friday Nights Fights", uma seleção dos melhores assaltos e nocautes do ano exibidos pelo programa regular.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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