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FUTEBOL
Treinador, que utiliza poucos jogadores, afirma que total eficiência virá com três semanas de treino para a Copa
Parreira prevê entrosamento só em 2006
DO ENVIADO A GUAYAQUIL
Carlos Alberto Parreira encerra
hoje, contra o Equador, sua segunda temporada no comando
da seleção brasileira. E o entrosamento está bem longe do perfeito,
mesmo com uma situação bem
diferente da que aconteceu nas
eliminatórias passadas.
O treinador confirma sua fama
de conservador. Em dez jogos pelas eliminatórias, ele escalou 22
jogadores diferentes para iniciarem as partidas até agora.
A marca nem chega perto do
calvário do último qualificatório.
No mesmo ponto do atual, os três
técnicos que comandaram a seleção utilizaram até aquele momento nada menos do que 37 atletas
desde o começo das partidas.
Para Parreira, sua escolha de
pouco mudar a equipe vai funcionar com total eficiência apenas no
Mundial da Alemanha.
"O time melhorou [desde o início da sua gestão] por causa da seqüência de trabalho, mas ainda
está longe do que a gente espera
para a Copa do Mundo. A equipe
precisa melhorar, ainda está presa. Com três semanas de treino
para a Copa o rendimento vai ser
muito melhor", diz ele, que dirige
um time que perde em quase todos os fundamentos para a seleção das eliminatórias passadas.
Isso é o que diz levantamento
feito pelo Datafolha, comparando
sempre as dez rodadas iniciais de
cada classificatório, em que os rivais foram os mesmos.
Mesmo com três técnicos diferentes, Luxemburgo, Candinho e
Leão, o caótico time da eliminatória mantinha mais a posse bola,
desarmava mais os rivais, era
mais eficiente nas finalizações e
driblava mais do que o atual.
Uma das principais diferenças
está justamente no fundamento
que é menina dos olhos de Parreira -a troca de passes. Seu time
faz, em média, 396,3 passes por
jogo, contra 451 da equipe que
quase sempre mudava suas peças
em 2000 e 2001.
Jogadores que não conseguem
repetir na seleção de Parreira o
desempenho que apresentam em
seus clubes tentam justificar a situação. "Cada jogo é uma história
diferente. No Barcelona, jogo em
outra função. Fico mais na frente,
e assim tenho mais chances de
mostrar jogadas ofensivas", diz
Ronaldinho, que novamente foi
apontado por Ronaldo como o favorito para ganhar o prêmio de
melhor do mundo de 2004.
Contra o Equador, Parreira promete mexer mais no time. "Durante o jogo com certeza você tem
que usar mais jogadores por causa da altitude. Temos que manter
o gás da equipe funcionando o
tempo inteiro", diz o treinador,
que com sua aposta mais conservadora colhe até agora os mesmos
resultados que o time nacional tinha após dez rodadas no classificatório para a Copa de 2002.
São os mesmos 20 pontos, só
que o time do qualificatório para
o Mundial da Ásia tinha uma vitória a mais e um saldo de gols mais
eficiente.
(PAULO COBOS)
NA TV - Equador x Brasil, ao
vivo, às 19h, na Globo
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