São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Treinador, que utiliza poucos jogadores, afirma que total eficiência virá com três semanas de treino para a Copa

Parreira prevê entrosamento só em 2006

DO ENVIADO A GUAYAQUIL

Carlos Alberto Parreira encerra hoje, contra o Equador, sua segunda temporada no comando da seleção brasileira. E o entrosamento está bem longe do perfeito, mesmo com uma situação bem diferente da que aconteceu nas eliminatórias passadas.
O treinador confirma sua fama de conservador. Em dez jogos pelas eliminatórias, ele escalou 22 jogadores diferentes para iniciarem as partidas até agora.
A marca nem chega perto do calvário do último qualificatório. No mesmo ponto do atual, os três técnicos que comandaram a seleção utilizaram até aquele momento nada menos do que 37 atletas desde o começo das partidas.
Para Parreira, sua escolha de pouco mudar a equipe vai funcionar com total eficiência apenas no Mundial da Alemanha.
"O time melhorou [desde o início da sua gestão] por causa da seqüência de trabalho, mas ainda está longe do que a gente espera para a Copa do Mundo. A equipe precisa melhorar, ainda está presa. Com três semanas de treino para a Copa o rendimento vai ser muito melhor", diz ele, que dirige um time que perde em quase todos os fundamentos para a seleção das eliminatórias passadas.
Isso é o que diz levantamento feito pelo Datafolha, comparando sempre as dez rodadas iniciais de cada classificatório, em que os rivais foram os mesmos.
Mesmo com três técnicos diferentes, Luxemburgo, Candinho e Leão, o caótico time da eliminatória mantinha mais a posse bola, desarmava mais os rivais, era mais eficiente nas finalizações e driblava mais do que o atual.
Uma das principais diferenças está justamente no fundamento que é menina dos olhos de Parreira -a troca de passes. Seu time faz, em média, 396,3 passes por jogo, contra 451 da equipe que quase sempre mudava suas peças em 2000 e 2001.
Jogadores que não conseguem repetir na seleção de Parreira o desempenho que apresentam em seus clubes tentam justificar a situação. "Cada jogo é uma história diferente. No Barcelona, jogo em outra função. Fico mais na frente, e assim tenho mais chances de mostrar jogadas ofensivas", diz Ronaldinho, que novamente foi apontado por Ronaldo como o favorito para ganhar o prêmio de melhor do mundo de 2004.
Contra o Equador, Parreira promete mexer mais no time. "Durante o jogo com certeza você tem que usar mais jogadores por causa da altitude. Temos que manter o gás da equipe funcionando o tempo inteiro", diz o treinador, que com sua aposta mais conservadora colhe até agora os mesmos resultados que o time nacional tinha após dez rodadas no classificatório para a Copa de 2002.
São os mesmos 20 pontos, só que o time do qualificatório para o Mundial da Ásia tinha uma vitória a mais e um saldo de gols mais eficiente. (PAULO COBOS)


NA TV - Equador x Brasil, ao vivo, às 19h, na Globo


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