São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2001

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FUTEBOL

São Paulo e São Caetano, que se enfrentam pela primeira vez, encaram duelo como jogo entre dois times grandes

Novos rivais "inventam" clássico paulista

Cleo Velleda/Folha Imagem
O lateral-direito Belletti, do São Paulo, que não cometeu nenhuma falta no Paulista-2001, treina para o jogo com o São Caetano


EDUARDO ARRUDA E
RICARDO PERRONE


DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo e São Caetano se enfrentam hoje, às 16h, no Morumbi, em uma situação rara. Será o primeiro confronto entre os dois clubes, mas, apesar de a partida ser inédita, ela é tratada pelos jogadores como um clássico.
Só os jogos envolvendo Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Lusa, que se tornaram tradicionais ao longo dos anos, são considerados clássicos do Estado.
A campanha do time do ABC paulista no último Brasileiro, quando foi vice-campeão da Copa João Havelange, fez com que os jogadores do São Paulo dessem ao adversário de hoje um tratamento igual ao dispensado a seus principais rivais estaduais.
"Não tenho dúvida de que esse jogo é um clássico. É um privilégio poder participar do primeiro clássico entre os dois clubes", disse o meia Carlos Miguel.
Além do status que o São Caetano ganhou com o seu desempenho na JH, a importância dada à partida pelos atletas também se justifica pelo equilíbrio entre os clubes no Campeonato Paulista.
As duas equipes dividem a quinta colocação, com oito pontos ganhos. O clube do ABC paulista tem apenas um gol a mais de saldo que o adversário.
"Hoje o São Caetano é o nosso grande rival. Estamos juntos na tabela e temos que vencer para ganhar a posição", disse o técnico do São Paulo, Oswaldo Alvarez.
A surpreendente campanha do time treinado por Jair Picerni chamou a atenção dos são-paulinos no ano passado. Por isso, eles afirmam conhecer bem o adversário, que sofreu poucas mudanças.
"O São Caetano é uma das poucas equipes que são agressivas jogando até fora de casa. Além disso, eles costumam jogar bem em grandes estádios", afirmou o meia-atacante Cacá.
A expectativa dos são-paulinos é de um jogo com muitos gols.
"Diante de um adversário que costuma jogar sempre no ataque será importante termos mais atenção. A tendência é de uma partida com muitas chances para os dois lados", afirmou França, artilheiro da equipe na temporada com seis gols.
Segundo ele, o São Paulo tem cometido muitas falhas no começo dos jogos, o que pode ser fatal diante do São Caetano, que costuma atuar bem fora de casa.
Na JH, o clube do ABC ganhou do Fluminense, no Maracanã, e do Grêmio, no Olímpico. Depois, perdeu a final para o Vasco no Maracanã. Agora o time fará a sua primeira atuação no Morumbi.
"Eu acredito que por ser no Morumbi, e contra o São Paulo, temos obrigação de jogar bem. Temos bom retrospecto em estádios grandes", disse o técnico do São Caetano, Jair Picerni.
Mesmo com a ascensão meteórica conseguida por seu time em 2000, o treinador mede as palavras quando se refere ao adversário de hoje.
"O São Paulo é um dos maiores clubes do mundo. Nós ainda estamos em fase de crescimento, mas vamos jogar de igual para igual", contemporizou Picerni.
Jogar de igual para igual, na visão do técnico, significa atacar.
"Nós respeitamos o São Paulo mas não abriremos mão da nossa filosofia", declarou.
Seguindo o discurso de Picerni, o lateral-esquerdo César afirma que o São Caetano já deixou de ser um time nanico.
"Nós já atingimos esse status (de time grande). Não pelo nome, mas pela qualidade de nossos jogadores. O futebol hoje está muito nivelado", disse.
"O São Paulo sabe que não vai enfrentar um joão-ninguém."
De fato, o time do ABC possui argumentos que o colocam hoje na elite do futebol brasileiro.
O São Caetano disputa pela primeira vez em sua curta história -o clube foi fundado em 1989- a Taça Libertadores, o principal interclubes sul-americano.
A equipe do Morumbi, que já conquistou a Libertadores em 92 e 93, por sua vez, não disputa a competição desde 94. Voltar ao cenário internacional é a principal meta do clube em 2001.


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