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FUTEBOL
São Paulo e São Caetano, que se enfrentam pela primeira vez, encaram duelo como jogo entre dois times grandes
Novos rivais "inventam" clássico paulista
Cleo Velleda/Folha Imagem
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O lateral-direito Belletti, do São Paulo, que não cometeu nenhuma falta no Paulista-2001, treina para o jogo com o São Caetano |
EDUARDO ARRUDA E
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo e São Caetano se enfrentam hoje, às 16h, no Morumbi, em uma situação rara. Será o
primeiro confronto entre os dois
clubes, mas, apesar de a partida
ser inédita, ela é tratada pelos jogadores como um clássico.
Só os jogos envolvendo Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Lusa, que se tornaram tradicionais ao longo dos anos, são
considerados clássicos do Estado.
A campanha do time do ABC
paulista no último Brasileiro,
quando foi vice-campeão da Copa João Havelange, fez com que
os jogadores do São Paulo dessem
ao adversário de hoje um tratamento igual ao dispensado a seus
principais rivais estaduais.
"Não tenho dúvida de que esse
jogo é um clássico. É um privilégio poder participar do primeiro
clássico entre os dois clubes", disse o meia Carlos Miguel.
Além do status que o São Caetano ganhou com o seu desempenho na JH, a importância dada à
partida pelos atletas também se
justifica pelo equilíbrio entre os
clubes no Campeonato Paulista.
As duas equipes dividem a
quinta colocação, com oito pontos ganhos. O clube do ABC paulista tem apenas um gol a mais de
saldo que o adversário.
"Hoje o São Caetano é o nosso
grande rival. Estamos juntos na
tabela e temos que vencer para ganhar a posição", disse o técnico do
São Paulo, Oswaldo Alvarez.
A surpreendente campanha do
time treinado por Jair Picerni chamou a atenção dos são-paulinos
no ano passado. Por isso, eles afirmam conhecer bem o adversário,
que sofreu poucas mudanças.
"O São Caetano é uma das poucas equipes que são agressivas jogando até fora de casa. Além disso, eles costumam jogar bem em
grandes estádios", afirmou o
meia-atacante Cacá.
A expectativa dos são-paulinos
é de um jogo com muitos gols.
"Diante de um adversário que
costuma jogar sempre no ataque
será importante termos mais
atenção. A tendência é de uma
partida com muitas chances para
os dois lados", afirmou França,
artilheiro da equipe na temporada com seis gols.
Segundo ele, o São Paulo tem
cometido muitas falhas no começo dos jogos, o que pode ser fatal
diante do São Caetano, que costuma atuar bem fora de casa.
Na JH, o clube do ABC ganhou
do Fluminense, no Maracanã, e
do Grêmio, no Olímpico. Depois,
perdeu a final para o Vasco no
Maracanã. Agora o time fará a sua
primeira atuação no Morumbi.
"Eu acredito que por ser no Morumbi, e contra o São Paulo, temos obrigação de jogar bem. Temos bom retrospecto em estádios
grandes", disse o técnico do São
Caetano, Jair Picerni.
Mesmo com a ascensão meteórica conseguida por seu time em
2000, o treinador mede as palavras quando se refere ao adversário de hoje.
"O São Paulo é um dos maiores
clubes do mundo. Nós ainda estamos em fase de crescimento, mas
vamos jogar de igual para igual",
contemporizou Picerni.
Jogar de igual para igual, na visão do técnico, significa atacar.
"Nós respeitamos o São Paulo
mas não abriremos mão da nossa
filosofia", declarou.
Seguindo o discurso de Picerni,
o lateral-esquerdo César afirma
que o São Caetano já deixou de ser
um time nanico.
"Nós já atingimos esse status
(de time grande). Não pelo nome,
mas pela qualidade de nossos jogadores. O futebol hoje está muito
nivelado", disse.
"O São Paulo sabe que não vai
enfrentar um joão-ninguém."
De fato, o time do ABC possui
argumentos que o colocam hoje
na elite do futebol brasileiro.
O São Caetano disputa pela primeira vez em sua curta história
-o clube foi fundado em 1989-
a Taça Libertadores, o principal
interclubes sul-americano.
A equipe do Morumbi, que já
conquistou a Libertadores em 92
e 93, por sua vez, não disputa a
competição desde 94. Voltar ao
cenário internacional é a principal
meta do clube em 2001.
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