|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Palmeiras se livra do mal da seleção
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Felipão o desprezou e Leão o
recebe de nariz torcido. Aliás,
Leão e Felipão atuam na mesma frequência de humor: os
dois são quadradinhos e cultuam o enquadramento. Para
ambos, futebol é coisa séria e
Viola é folgado demais para
seus gostos.
Felipão teve de dar algumas
voltas para se livrar do goleador. Trouxe Oséas, Euller, promoveu Cris, mas só conseguiu
dar o golpe final quando Viola
se quebrou e Paulo Nunes chegou com a corda toda.
Na verdade, não foi uma solução para o Palmeiras; apenas seu técnico livrou-se de um
problema, que não fica circunscrito à área do relacionamento entre os dois, mas vai
além, abrangendo o plano tático. Afinal, o Palmeiras, a
exemplo da seleção de Zagallo,
padece do excesso de canhotismo, do meio para a frente, com
Alex e Zinho dividindo as duas
meias, tendo Arílson à espera.
Viola, outro canhoto incorrigível, então, adernaria o time de
tal forma que o naufrágio seria inevitável.
Já Leão precisa desesperadamente de um goleador, aquele
avante capaz de concluir às redes as tramas bem tecidas por
Jorginho, Muller e cia. E Viola,
digam o que disserem, é artilheiro da cabeça aos pés.
Agora, a bola está nas mãos
de Leão, peritas, no seu tempo
de goleiro, para segurá-la, mas
nem sempre na hora de recolocá-la em jogo.
E Zagallo vai fechando o grupo, como gostam de dizer os
boleiros, com a convocação da
seleção que vai enfrentar a
Alemanha, lá. Com a chamada
de Bebeto, pelo visto, vai-se
configurando mais uma das
grandes injustiças que marcam, historicamente, essas escolhas: Muller está fora.
Mais do que uma injustiça,
uma pena, embora sempre reste a esperança de que até lá
Zagallo descarte Élber, que,
neste momento, me cheira a
uma chamada de ocasião, já
que o jogo é lá na Alemanha,
onde o avante brasileiro faz
sucesso, e volte a pensar em
Muller, um atacante que se esmerou à perfeição nos toques
rápidos, surpreendentes, nos
serviços a seus companheiros e
na aceleração do jogo a uma
velocidade vertiginosa. Somem-se a isso tudo a experiência de três Copas e um vigor
físico impressionante até mesmo num menino de 20 anos,
quanto mais num senhor de
33. E está na cara que Muller
não pode ficar de fora.
Quanto ao resto, era o esperado. Com uma única exceção:
a ausência de Carlos Germano, que, cá na província, é
muito criticado, injustamente,
posto que, na seleção, tem se
saído muito melhor do que
Taffarel.
A bem da verdade, não me
lembro, se é que houve, de uma
só falha do goleiro cruzmaltino com a camisa da seleção.
Em contrapartida, Taffarel
tem sido uma peneira, segundo os relatos que nos chegam
de Minas.
De qualquer forma, o time
está aí: Taffarel; Cafu, Júnior
Baiano, Aldair e Roberto Carlos; César Sampaio e Dunga;
Rivaldo ou Raí e Denílson; Romário e Ronaldinho.
Se bem treinado, é time não
só para ganhar da Alemanha,
mesmo na casa tedesca, mas
para levantar a taça pela
quinta vez na história.
Contudo, repito: se bem treinado, dentro e fora do campo.
Alberto Helena Jr. escreve aos domingos, segundas e quartas-feiras
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|