São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2000


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FUTEBOL
Brasileiros sempre impediram time de ir às semifinais da Libertadores
Corinthians busca hoje superar recorde e trauma

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians enfrenta um duplo desafio na primeira partida das quartas-de-final da Libertadores da América, contra o Atlético-MG, hoje, às 21h40.
A equipe quer sair com um bom resultado do Mineirão, em Belo Horizonte, para, além de buscar o seu recorde na competição, chegando pela primeira vez às semifinais, tentar superar o tabu de ter sido sempre eliminada por times brasileiros toda vez que chegou nesta fase da competição.
A segunda e decisiva partida contra o rival de Minas será na próxima terça-feira, às 21h40, no Morumbi, em São Paulo.
Ao contrário do que apregoam os adversários -que o Corinthians costuma jogar mal quando o rival tem sotaque espanhol-, o estigma de não vencer competições internacionais foi provocado por clubes do próprio país.
Em 1996, foi eliminado nas quartas-de-final da Libertadores pelo Grêmio. No ano passado, perdeu a vaga para as semifinais nos pênaltis para o Palmeiras.
Esta é a quinta vez que o Corinthians disputa a principal competição sul-americana. As outras foram em 1977, 1991, 1996 e 1999.
""Para ser sincero, preferia enfrentar um time de outro país, como Argentina ou Uruguai. Jogar contra uma equipe brasileira é muito mais complicado. Além da rivalidade e da qualidade superior de nossos atletas na América do Sul, há a desvantagem de o adversário conhecer melhor o nosso time", afirmou o volante Vampeta.
Para o meia Ricardinho, esta é a oportunidade para o clube quebrar mais um tabu. ""Há sempre a primeira vez. Até três meses atrás, nunca tínhamos vencido uma competição internacional. Ganhamos o Mundial de Clubes da Fifa. Espero que isso ocorra novamente agora na Libertadores", afirmou o meia Ricardinho.
O Mundial, aliás, foi a única competição internacional em que o Corinthians conseguiu superar uma equipe brasileira em uma decisão. Apesar das dificuldades, venceu o Vasco, nos pênaltis, na disputa do título, no Maracanã.
Na Copa Conmebol de 1994, foi eliminado pelo São Paulo, também nos pênaltis, nas semifinais.
""Desta vez a história é diferente das outras. Apesar das dificuldades com o afunilamento da Libertadores, temos plenas condições de passar desta fase. O importante é fazer um bom jogo em Minas para podermos decidir com mais tranquilidade em São Paulo", disse o meia Edu.
O espírito de revanche do Atlético-MG, pelo fato de o time ter perdido o título do Brasileiro do ano passado para o Corinthians, é uma preocupação para os jogadores do Parque São Jorge.
O Atlético venceu o primeiro jogo da decisão, por 3 a 2, em Belo Horizonte, mas perdeu o segundo, por 2 a 0, e empatou o último, em 0 a 0, ambos em São Paulo.
""Embora eu ainda não estivesse no Corinthians, sei que esse tipo de coisa não é esquecida facilmente. Eles vão sempre lembrar daquilo. Isso torna a rivalidade ainda maior", afirmou o zagueiro Adílson, que retorna ao time recuperado da dor no joelho esquerdo que o afastou dos últimos jogos do Campeonato Paulista.
O técnico Oswaldo de Oliveira terá o time completo hoje. No treino de ontem, ele poupou os atletas que golearam a Ponte Preta por 5 a 2, anteontem, antecipando a classificação para as semifinais do Paulista.
Jogar no Mineirão, para os corintianos, pode ser uma vantagem, apesar da torcida contrária.
""O campo é grande, tem espaço, o que beneficia um time com características ofensivas como o nosso", afirmou Adílson.
""Só não podemos deixar que o Atlético faça uma gol rápido, como no Brasileiros, aos 30 segundos. Se segurarmos o adversário por 10 ou 20 minutos, podemos matar o jogo. Temos de esquecer os torcedores. A torcida não entra em campo", completou o atacante Luizão.


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