|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Brasileiros sempre impediram time de ir às semifinais da Libertadores
Corinthians busca hoje superar recorde e trauma
MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians enfrenta um duplo desafio na primeira partida
das quartas-de-final da Libertadores da América, contra o Atlético-MG, hoje, às 21h40.
A equipe quer sair com um bom
resultado do Mineirão, em Belo
Horizonte, para, além de buscar o
seu recorde na competição, chegando pela primeira vez às semifinais, tentar superar o tabu de ter
sido sempre eliminada por times
brasileiros toda vez que chegou
nesta fase da competição.
A segunda e decisiva partida
contra o rival de Minas será na
próxima terça-feira, às 21h40, no
Morumbi, em São Paulo.
Ao contrário do que apregoam
os adversários -que o Corinthians costuma jogar mal quando
o rival tem sotaque espanhol-, o
estigma de não vencer competições internacionais foi provocado
por clubes do próprio país.
Em 1996, foi eliminado nas
quartas-de-final da Libertadores
pelo Grêmio. No ano passado,
perdeu a vaga para as semifinais
nos pênaltis para o Palmeiras.
Esta é a quinta vez que o Corinthians disputa a principal competição sul-americana. As outras foram em 1977, 1991, 1996 e 1999.
""Para ser sincero, preferia enfrentar um time de outro país, como Argentina ou Uruguai. Jogar
contra uma equipe brasileira é
muito mais complicado. Além da
rivalidade e da qualidade superior
de nossos atletas na América do
Sul, há a desvantagem de o adversário conhecer melhor o nosso time", afirmou o volante Vampeta.
Para o meia Ricardinho, esta é a
oportunidade para o clube quebrar mais um tabu. ""Há sempre a
primeira vez. Até três meses atrás,
nunca tínhamos vencido uma
competição internacional. Ganhamos o Mundial de Clubes da
Fifa. Espero que isso ocorra novamente agora na Libertadores",
afirmou o meia Ricardinho.
O Mundial, aliás, foi a única
competição internacional em que
o Corinthians conseguiu superar
uma equipe brasileira em uma decisão. Apesar das dificuldades,
venceu o Vasco, nos pênaltis, na
disputa do título, no Maracanã.
Na Copa Conmebol de 1994, foi
eliminado pelo São Paulo, também nos pênaltis, nas semifinais.
""Desta vez a história é diferente
das outras. Apesar das dificuldades com o afunilamento da Libertadores, temos plenas condições
de passar desta fase. O importante
é fazer um bom jogo em Minas
para podermos decidir com mais
tranquilidade em São Paulo", disse o meia Edu.
O espírito de revanche do Atlético-MG, pelo fato de o time ter
perdido o título do Brasileiro do
ano passado para o Corinthians, é
uma preocupação para os jogadores do Parque São Jorge.
O Atlético venceu o primeiro jogo da decisão, por 3 a 2, em Belo
Horizonte, mas perdeu o segundo, por 2 a 0, e empatou o último,
em 0 a 0, ambos em São Paulo.
""Embora eu ainda não estivesse
no Corinthians, sei que esse tipo
de coisa não é esquecida facilmente. Eles vão sempre lembrar
daquilo. Isso torna a rivalidade
ainda maior", afirmou o zagueiro
Adílson, que retorna ao time recuperado da dor no joelho esquerdo que o afastou dos últimos
jogos do Campeonato Paulista.
O técnico Oswaldo de Oliveira
terá o time completo hoje. No
treino de ontem, ele poupou os
atletas que golearam a Ponte Preta por 5 a 2, anteontem, antecipando a classificação para as semifinais do Paulista.
Jogar no Mineirão, para os corintianos, pode ser uma vantagem, apesar da torcida contrária.
""O campo é grande, tem espaço,
o que beneficia um time com características ofensivas como o
nosso", afirmou Adílson.
""Só não podemos deixar que o
Atlético faça uma gol rápido, como no Brasileiros, aos 30 segundos. Se segurarmos o adversário
por 10 ou 20 minutos, podemos
matar o jogo. Temos de esquecer
os torcedores. A torcida não entra
em campo", completou o atacante Luizão.
Texto Anterior: Paulistas desafiam fama de caseiros na Libertadores Próximo Texto: Pela artilharia, Luizão aceita jogar no sacrifício Índice
|