São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2000


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BASQUETE
Paraná e Santo André fazem 4ª decisão em menos de 1 ano; torneio foi marcado por confusão fora das quadras
Começa final de campeonato do tapetão

FÁBIO ZAMBELI
DA REPORTAGEM LOCAL

Paraná e Arcor/Santo André começam a decidir hoje, em Santo André, a edição mais tumultuada do Nacional feminino de basquete desde o início da competição no atual formato, em 1998.
A confusão no torneio, que acabou provocando uma inédita semifinal com apenas três equipes, envolveu dirigentes, jogadoras, árbitros e até mesários.
Alheios aos problemas do tapetão, os dois times que chegam à decisão consolidam suas posições de ponta na modalidade.
Eles repetem, no intervalo de menos de um ano, a quarta final consecutiva nas principais competições continentais.
As duas equipes decidiram o Sul-Americano, o Nacional e o Paulista de 99.
O retrospecto favorece a Arcor/ Santo André, que venceu o torneio continental e o Nacional.
O time paranaense foi o campeão paulista, representando a cidade de Carapicuíba.
Nos duelos válidos pelo atual torneio, persistiu o equilíbrio. No primeiro confronto, em Santo André, o time da casa venceu por 86 a 84. No returno, em São José dos Pinhais (Grande Curitiba), deu Paraná, por 89 a 88.
Os elencos também repetem a disputa estatística.
A Arcor/Santo André tem a principal estrela do basquete nacional, a ala Janeth, tricampeã da WNBA (principal liga norte-americana) pelo Houston Comets. Ela é a cestinha do campeonato, com uma média de 31,2 pontos marcados por jogo.
A armadora Adriana, recuperada de uma sobrecarga no joelho, deve ser a encarregada pela técnica Lais Elena Aranha de conduzir o ritmo do jogo do time do ABC.
No garrafão, o Paraná tem uma de suas principais armas: a experiente pivô norte-americana Vicky Bullett, de 1,92 m e 32 anos.
A jogadora obteve média de 9,3 rebotes por jogo, liderando as estatísticas do Nacional.
As paranaenses contam ainda com as irmãs Helen, Cintia e Silvinha Luz -todas da seleção brasileira-, que controlam a cadência do jogo e têm boa pontaria da linha dos três pontos.

A final
Como nos outros anos, o mata-mata final será disputado em uma série melhor de cinco partidas.
A vantagem de decidir em casa é do time do Paraná, que terminou a fase de classificação em primeiro lugar na tabela, com 12 vitórias e 2 derrotas.
O time paranaense, no entanto, passou por uma série difícil contra o Guaru, encerrada no último sábado. O Paraná venceu por 3 jogos a 1, de virada.
"Nós tivemos uma série cansativa, enquanto nossas adversárias treinaram concentradas na final", declarou o técnico Antonio Carlos Vendramini.
A equipe de Santo André, beneficiada pela eliminação do BCN/ Osasco da série semifinal, não joga desde 1º de maio.
Para a treinadora Lais Elena Aranha, a inatividade pode prejudicar o time.
"É ruim ficar sem ritmo de jogo, mas nós pudemos preparar bem a equipe para a decisão", afirmou.
A polêmica no campeonato, que acabou nos tribunais, começou no dia 22 de abril.
Na ocasião, o BCN/Osasco utilizou a ala Roseli por 50 segundos na partida contra o Guaru, mas a atleta não estava inscrita para disputar aquela partida.
O time de Guarulhos recorreu à comissão disciplinar da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) para ganhar os pontos do jogo, o que foi decidido no dia 2 de maio.
A decisão tirou da fase final a Quaker/Campinas, que havia ficado em quarto lugar na primeira fase, beneficiando o Guaru, que passou a ter a vaga final entre os semifinalistas. Inconformados com a medida, BCN e Quaker recorreram à Justiça Desportiva para reverter o quadro, sem sucesso.
A CBB, então, decidiu eliminar ambas as equipes, pois o regulamento do torneio impede recursos, mesmo na esfera esportiva.
A postura dos dirigentes acabou antecipando o anúncio da retirada do patrocínio do banco BCN ao basquete feminino adulto, após 12 anos.
Para o presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, os resultados do torneio foram positivos, apesar da confusão. "Antes nós tínhamos um campeonato de uma semana. Hoje temos um torneio forte, com oito equipes."


NA TV, Sportv, ao vivo, às 18h30




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