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Corte pode gerar virada de mesa no Nacional
FERNANDO MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC
A medida do governo federal de
proibir jogos de futebol à noite
pode gerar uma nova virada de
mesa no Brasileiro de 2001.
A Folha apurou que integrantes
do Clube dos 13 já articulam para
que o Remo, de Belém (PA), seja
incluído na elite do Campeonato
Nacional ainda este ano.
A medida serviria para matar,
de uma vez só, dois problemas.
O primeiro seria atender aos interesses da televisão, que não abre
mão de transmitir as partidas da
competição às quartas à noite.
Segundo a resolução anunciada
anteontem pelo governo, as regiões Nordeste, Centro-Oeste e
Sudeste estão proibidas de realizar jogos noturnos. Como a região Norte está fora da proibição,
partidas noturnas poderiam ser
realizadas no estádio Mangueirão, em Belém.
O segundo problema é a ameaça
de a Justiça melar o Brasileiro, a
exemplo do que ocorreu em 2000.
O clube, que ficou entre os 16
primeiros da Copa João Havelange, vai entrar com ação provavelmente na próxima semana para
garantir sua inclusão na Série A
da competição.
A Prefeitura de Belém já se comprometeu a representar o time na
ação, que deve ser baseada no Código de Defesa do Consumidor,
no mesmo artigo que recolocou o
Gama na elite no ano passado.
"Vamos usar o apagão como
mais um recurso para que nosso
direito seja preservado. Temos
aqui a usina de Tucuruí, estamos
livres desse problema. De qualquer maneira, nossa ação está
pronta. A prefeitura já emitiu nota de repúdio à CBF pela exclusão
de nossa equipe. Não há motivos
para o Remo, que foi para a segunda fase da JH, estar fora, e o
América, que é o time do ministro
[dos Esportes, Carlos Melles", estar dentro", afirmou o presidente
do Remo, José Licínio.
Entre alguns presidentes de
equipes que compõem o Clube
dos 13, há a intenção de expandir
o número de participantes para
30 -além do Remo, entraria o
Náutico, que também ameaça entrar na Justiça comum.
Desse modo, os clubes seriam
divididos em dois grupos de 15,
com os quatro primeiros de cada
chave garantindo vaga nas quartas-de-final, que seriam disputadas em sistema mata-mata.
Pela tabela divulgada pela CBF
há uma semana, estão confirmados no Brasileiro 28 clubes.
O ministro Melles, que defende
a marcação de partidas noturnas
na região Norte, admite a inclusão
do Remo, desde que haja consenso entre a cúpula do futebol.
Um dos adversários da idéia, no
entanto, é o presidente do Clube
dos 13, Fábio Koff. "Em princípio,
não acho bom um torneio com
dois grupos, porque o número de
clássicos diminui. Mas esse é um
problema exclusivo da CBF."
O presidente da entidade máxima do futebol nacional, Ricardo
Teixeira, disse, antes da resolução
do governo, que o Brasileiro não
seria inchado. Depois do anúncio,
não se pronunciou.
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