São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2001

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Corte pode gerar virada de mesa no Nacional

FERNANDO MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

A medida do governo federal de proibir jogos de futebol à noite pode gerar uma nova virada de mesa no Brasileiro de 2001.
A Folha apurou que integrantes do Clube dos 13 já articulam para que o Remo, de Belém (PA), seja incluído na elite do Campeonato Nacional ainda este ano.
A medida serviria para matar, de uma vez só, dois problemas.
O primeiro seria atender aos interesses da televisão, que não abre mão de transmitir as partidas da competição às quartas à noite.
Segundo a resolução anunciada anteontem pelo governo, as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste estão proibidas de realizar jogos noturnos. Como a região Norte está fora da proibição, partidas noturnas poderiam ser realizadas no estádio Mangueirão, em Belém.
O segundo problema é a ameaça de a Justiça melar o Brasileiro, a exemplo do que ocorreu em 2000.
O clube, que ficou entre os 16 primeiros da Copa João Havelange, vai entrar com ação provavelmente na próxima semana para garantir sua inclusão na Série A da competição.
A Prefeitura de Belém já se comprometeu a representar o time na ação, que deve ser baseada no Código de Defesa do Consumidor, no mesmo artigo que recolocou o Gama na elite no ano passado.
"Vamos usar o apagão como mais um recurso para que nosso direito seja preservado. Temos aqui a usina de Tucuruí, estamos livres desse problema. De qualquer maneira, nossa ação está pronta. A prefeitura já emitiu nota de repúdio à CBF pela exclusão de nossa equipe. Não há motivos para o Remo, que foi para a segunda fase da JH, estar fora, e o América, que é o time do ministro [dos Esportes, Carlos Melles", estar dentro", afirmou o presidente do Remo, José Licínio.
Entre alguns presidentes de equipes que compõem o Clube dos 13, há a intenção de expandir o número de participantes para 30 -além do Remo, entraria o Náutico, que também ameaça entrar na Justiça comum.
Desse modo, os clubes seriam divididos em dois grupos de 15, com os quatro primeiros de cada chave garantindo vaga nas quartas-de-final, que seriam disputadas em sistema mata-mata.
Pela tabela divulgada pela CBF há uma semana, estão confirmados no Brasileiro 28 clubes.
O ministro Melles, que defende a marcação de partidas noturnas na região Norte, admite a inclusão do Remo, desde que haja consenso entre a cúpula do futebol.
Um dos adversários da idéia, no entanto, é o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff. "Em princípio, não acho bom um torneio com dois grupos, porque o número de clássicos diminui. Mas esse é um problema exclusivo da CBF."
O presidente da entidade máxima do futebol nacional, Ricardo Teixeira, disse, antes da resolução do governo, que o Brasileiro não seria inchado. Depois do anúncio, não se pronunciou.


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