São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2001

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AUTOMOBILISMO

Montadora nunca venceu no seu oval, que custou US$ 350 mi

Honda pressiona pilotos para quebrar tabu na Indy

DA REPORTAGEM LOCAL

Pressionados por um investimento de US$ 350 milhões, nove pilotos da Indy, entre eles três brasileiros, entram na próxima madrugada no oval de Motegi, no Japão, com uma missão clara: conseguir, enfim, a primeira vitória da Honda em seu autódromo.
Inaugurada em 1998, a pista já recebeu três provas da Indy. Em todas, a montadora japonesa foi batida por suas concorrentes.
Nas duas primeiras edições da Motegi 500 (a distância total da corrida é de 500 quilômetros), o vitorioso foi Adrian Fernandez, pilotando carros com motor Ford. Para piorar a situação da Honda, na corrida inaugural o segundo lugar foi de Al Unser Jr., então com propulsor Mercedes.
No ano passado, a história se repetiu. A Ford colocou dois de seus pilotos no pódio -Michael Andretti, o vencedor, e Roberto Moreno, terceiro-, e a Honda precisou se contentar com uma segunda colocação, de Gil de Ferran.
Ávida por receber um bom retorno pelos US$ 350 milhões que gastou na construção do circuito, a Honda passou a encarar com obsessão uma vitória amanhã.
A Motegi 500, quarta etapa da temporada da categoria, começa à 0h30 (de Brasília), com TV. A sessão de definição do grid aconteceria na madrugada de hoje.
"Todos os pilotos da Honda querem muito essa vitória. Há muita pressão por aqui", disse Tony Kanaan, um dos pilotos brasileiros que usam o equipamento da Honda neste ano.
"Os técnicos estão trabalhando muito duro para esta corrida. É a corrida de casa para a Honda", completou o piloto da Mo Nunn, o mais rápido nas primeiras sessões de treinos livres, ontem.
O trio brasileiro que compete com os propulsores da casa se completa com Gil de Ferran e Hélio de Castro Neves, da Penske.
"A Honda está pressionando por uma vitória. Não é nada anormal, mas é um tipo de pressão", afirmou Castro Neves, segundo colocado nos treinos livres.
Como nos anos anteriores, a montadora preparou uma versão especial de seu motor, prometendo mais potência e durabilidade.
"Estamos em boa forma para o final de semana", disse Ferran.
A estratégia do supermotor, que não funcionou nos últimos anos, pode receber uma "ajuda" na próxima madrugada: a Ford, hegemônica em Motegi, não vem fazendo uma boa temporada.
Até agora, em três corridas do campeonato, foram duas vitórias da Toyota (Cristiano da Matta, no México, e Scott Dixon, em Nazareth) e um da Honda (Castro Neves, em Long Beach). O máximo que a montadora norte-americana conseguiu foram dois segundos lugares de Kenny Brack.
O que preocupa a Honda neste ano é justamente a Toyota. Afinal, pior do que perder para uma empresa dos EUA, é ser batida em casa por sua maior concorrente.
"As pessoas se esquecem de que a Toyota também é japonesa. Também estamos em casa", declarou Da Matta, da Newman-Haas, líder do campeonato, empatado com Paul Tracy, da Green.

Indianápolis
Além da adaptação ao fuso horário e da pressão das montadoras, cinco pilotos enfrentam outro obstáculo para a corrida da madrugada: a decisão de suas equipes de disputar as 500 Milhas de Indianápolis, no dia 27.
Nos últimos dias, Andretti, Ferran, Castro Neves, Jimmy Vasser e Bruno Junqueira disputaram os treinos para a mais tradicional prova do automobilismo dos EUA, válida pela IRL.
Na próxima quinta-feira, os quatro já precisam estar de volta a Indianápolis, refeitos da viagem, para o "Carburation Day", último treino antes da corrida.


NA TV - Motegi 500, na Record, ao vivo, à 0h30


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