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AUTOMOBILISMO
Montadora nunca venceu no seu oval, que custou US$ 350 mi
Honda pressiona pilotos
para quebrar tabu na Indy
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionados por um investimento de US$ 350 milhões, nove
pilotos da Indy, entre eles três
brasileiros, entram na próxima
madrugada no oval de Motegi, no
Japão, com uma missão clara:
conseguir, enfim, a primeira vitória da Honda em seu autódromo.
Inaugurada em 1998, a pista já
recebeu três provas da Indy. Em
todas, a montadora japonesa foi
batida por suas concorrentes.
Nas duas primeiras edições da
Motegi 500 (a distância total da
corrida é de 500 quilômetros), o
vitorioso foi Adrian Fernandez,
pilotando carros com motor
Ford. Para piorar a situação da
Honda, na corrida inaugural o segundo lugar foi de Al Unser Jr.,
então com propulsor Mercedes.
No ano passado, a história se repetiu. A Ford colocou dois de seus
pilotos no pódio -Michael Andretti, o vencedor, e Roberto Moreno, terceiro-, e a Honda precisou se contentar com uma segunda colocação, de Gil de Ferran.
Ávida por receber um bom retorno pelos US$ 350 milhões que
gastou na construção do circuito,
a Honda passou a encarar com
obsessão uma vitória amanhã.
A Motegi 500, quarta etapa da
temporada da categoria, começa à
0h30 (de Brasília), com TV. A sessão de definição do grid aconteceria na madrugada de hoje.
"Todos os pilotos da Honda
querem muito essa vitória. Há
muita pressão por aqui", disse
Tony Kanaan, um dos pilotos
brasileiros que usam o equipamento da Honda neste ano.
"Os técnicos estão trabalhando
muito duro para esta corrida. É a
corrida de casa para a Honda",
completou o piloto da Mo Nunn,
o mais rápido nas primeiras sessões de treinos livres, ontem.
O trio brasileiro que compete
com os propulsores da casa se
completa com Gil de Ferran e Hélio de Castro Neves, da Penske.
"A Honda está pressionando
por uma vitória. Não é nada anormal, mas é um tipo de pressão",
afirmou Castro Neves, segundo
colocado nos treinos livres.
Como nos anos anteriores, a
montadora preparou uma versão
especial de seu motor, prometendo mais potência e durabilidade.
"Estamos em boa forma para o
final de semana", disse Ferran.
A estratégia do supermotor, que
não funcionou nos últimos anos,
pode receber uma "ajuda" na próxima madrugada: a Ford, hegemônica em Motegi, não vem fazendo uma boa temporada.
Até agora, em três corridas do
campeonato, foram duas vitórias
da Toyota (Cristiano da Matta, no
México, e Scott Dixon, em Nazareth) e um da Honda (Castro Neves, em Long Beach). O máximo
que a montadora norte-americana conseguiu foram dois segundos lugares de Kenny Brack.
O que preocupa a Honda neste
ano é justamente a Toyota. Afinal,
pior do que perder para uma empresa dos EUA, é ser batida em casa por sua maior concorrente.
"As pessoas se esquecem de que
a Toyota também é japonesa.
Também estamos em casa", declarou Da Matta, da Newman-Haas, líder do campeonato, empatado com Paul Tracy, da Green.
Indianápolis
Além da adaptação ao fuso horário e da pressão das montadoras, cinco pilotos enfrentam outro
obstáculo para a corrida da madrugada: a decisão de suas equipes de disputar as 500 Milhas de
Indianápolis, no dia 27.
Nos últimos dias, Andretti, Ferran, Castro Neves, Jimmy Vasser
e Bruno Junqueira disputaram os
treinos para a mais tradicional
prova do automobilismo dos
EUA, válida pela IRL.
Na próxima quinta-feira, os
quatro já precisam estar de volta a
Indianápolis, refeitos da viagem,
para o "Carburation Day", último
treino antes da corrida.
NA TV - Motegi 500, na
Record, ao vivo, à 0h30
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