São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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Sufoco

Após quase 9 horas de jogo, Bellucci e Mello põem Brasil em condição ímpar na repescagem da Davis

Dibyangshu Sarkar/France Presse
Ricardo Mello comemora na sua vitória sobre Devvarman

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A CHENNAI

Depois de dez sets disputados, quase nove horas de jogo e três match points salvos, o Brasil está a uma vitória de voltar ao Grupo Mundial da Copa Davis de tênis.
É o mais próximo que o país já esteve da elite da competição entre países desde que foi rebaixado, em 2003.
Nas outras quatro vezes em que disputou a repescagem, o Brasil jamais esteve próximo de triunfar. Agora, precisa vencer apenas um dos três jogos que restam contra a Índia, em Chennai.
Além disso, os anfitriões precisam quebrar um tabu de 73 edições para ficar com a vaga. Eles nunca reverteram uma desvantagem de 0 a 2 desde que começaram a disputar a Davis, em 1921.
Número um do Brasil e 27º do mundo, Thomaz Bellucci teve muita dificuldade para derrotar Rohan Bopanna, um especialista em duplas e 479º no ranking de simples.
A dificuldade foi tamanha que o brasileiro esteve muito próximo de perder a partida, teoricamente a mais fácil do confronto. Precisou salvar três match points antes de marcar 3 sets a 2 (6/7, 7/6, 7/5, 4/6 e 10/8), em quatro horas e 28 minutos de jogo.
"Não sei como consegui ganhar hoje [ontem]", afirmou Bellucci, que demonstrou muito desgaste físico -precisou do atendimento do fisioterapeuta duas vezes.
Havia a crença na equipe brasileira de que, por não estar acostumado a disputar simples, Bopanna, 30, poderia acusar cansaço. Em determinados momentos, o indiano parecia em melhores condições do que Bellucci, 22.
O brasileiro disse que se sentiu irritado e frustrado em quadra por não conseguir executar alguns golpes como vinha fazendo nos treinos.
"Não joguei meu melhor jogo, mas consegui vencer. Pela vitória, a nota é dez." Com 1 a 0 de vantagem, Ricardo Mello (75º do mundo) entrou em quadra para pegar Somdev Devvarman (113º).
Também venceu por 3 sets a 2 (4/6, 6/2, 6/7, 6/2 e 6/4), em quatro horas e 12 minutos, e manteve um histórico.
Mello nunca perdeu para um rival que estivesse atrás dele no ranking mundial.
"É uma competição diferente, em que conta muito o emocional", afirmou Mello.
"É preciso saber absorver a energia", completou.
O Brasil pode garantir sua volta à elite hoje -o jogo de duplas começaria às 6h30.
É a partida na qual a Índia, com Leander Paes e Mahesh Bhupathi, é favorita contra a parceria brasileira de Bruno Soares e Marcelo Mello.


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