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Palmeiras enfrenta sua aptidão para gerar crises
Fernando Santos/Folha Imagem
![](../images/s1810200601.jpg) |
Enilton, que ainda se recupera de contusão e não atua hoje na partida antecipada contra o Vasco |
Preparação para o confronto com o Vasco, hoje, teve censura interna e conflito
Clube se especializa em tumultuar o ambiente, seja com declarações polêmicas de jogadores ou decisões questionáveis da diretoria
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Vitórias ou grandes recuperações costumam ser ótimos
remédios contra crises nas
equipes de futebol. Mas no Palmeiras o que tem prevalecido é
exatamente o inverso: bons resultados ofuscados por declarações ou decisões que tornam o
ambiente pouco amistoso.
Foi isso o que aconteceu nestes dois dias de preparação do
time para a partida contra o
Vasco, hoje, em São Januário.
Depois de uma recuperação
heróica no domingo, ao sair de
um 2 a 0 desfavorável para um
empate com o Atlético-PR nos
últimos minutos, o Palmeiras
viveu um clima com ares de crise, como se tivesse sofrido uma
goleada ou voltado para a zona
do rebaixamento do Nacional.
Mas a origem do ambiente
pesado não é o que acontece
dentro de campo. Desta vez, a
polêmica decisão do clube de
proibir seus jogadores de comentar a respeito de atrasos de
salários e sobre as próximas
eleições presidenciais fomentou uma minicrise. A tensão ficou ainda maior com a atitude
do assessor de imprensa do Palmeiras, José Isaías, que anteontem tentou limitar o tema
das perguntas a serem feitas
pelos jornalistas.
Mas esta não é a primeira vez
que jogos do Palmeiras são precedidos de tensão maior do que
a que o resultado da rodada anterior poderia sugerir.
Pelo menos em outros três
momentos da equipe ao longo
da competição o clima foi "esquentado" por polêmicas nascidas dentro do grupo.
Uma delas, ainda nos tempos
em que Tite era o treinador. Logo depois da vitória de virada
sobre o São Caetano (3 a 1), Edmundo deixou o gramado do
Parque Antarctica dizendo que
só não havia feito mais um gol
porque "a inveja não deixava".
Estava se referindo ao meia Juninho, com quem discutira durante a partida por não ter recebido um passe.
A afirmação de Edmundo e
os fatos resultantes dela tomaram conta da semana seguinte
nas entrevistas após os treinos
e ofuscaram o resultado diante
do time do ABC.
O atacante, aliás, foi pivô de
uma nova afirmação que mais
uma vez colocou fogo no ambiente palmeirense e deixou
um triunfo em segundo plano.
Após vencer o Flamengo, Edmundo disse que o técnico
Marcelo Vilar era "bonzinho" e
que isso fazia com que os jogadores mais experientes tivessem que ajudá-lo a manter a
disciplina no elenco.
Até a demissão de Tite, o momento mais turbulento do clube após a Copa do Mundo
-quando o time passou a jogar
melhor do que no começo do
Brasileiro-, aconteceu mais
por causa de uma polêmica extracampo do que pelo último
resultado do técnico no Palmeiras, uma derrota fora de casa para o Santa Cruz (3 a 2).
Logo depois daquele jogo, o
diretor de futebol palmeirense,
Salvador Hugo Palaia, aconselhou o técnico a "calar a boca" e
parar de reclamar de arbitragens. Tite caiu, e as conseqüências da declaração só não foram
maiores porque na partida seguinte veio uma vitória diante
do líder São Paulo -comemorada aos prantos por Palaia.
Para Marcelo Vilar, polêmicas como essas podem atrapalhar o rendimento do time dentro de campo. "Nesse momento
não podemos nos apegar a outros problemas. Já temos muitos outros problemas. Polêmica não nos interessa."
NA TV - Vasco x Palmeiras,
Globo e Record, ao vivo, às 22h
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