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TÊNIS
Desde 1998, nenhum jogador do circuito conseguiu ficar mais de um ano com a liderança da lista de entradas da ATP
Equilíbrio abrevia reinados no ranking
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Acabou a era de um só tenista
dominando o tênis masculino. No
lugar dos reinados de longos anos
de gente como Jimmy Connors,
Ivan Lendl e Pete Sampras, o posto de número um do mundo agora tem "mandatos curtos".
Desde 1998, quando Sampras
perdeu uma liderança de 102 semanas, nenhum jogador conseguiu ficar mais do que um ano encabeçando o ranking de entradas.
O australiano Lleyton Hewitt,
que tomou o posto de Gustavo
Kuerten anteontem durante o
Masters de Sydney, já é o nono jogador que chega ao topo da tradicional lista nesse período.
"Escalar a montanha é difícil,
mas ficar vivo por lá durante muito tempo é mais", diz o russo Ievguêni Kafelnikov, ele mesmo um
que não conseguiu dar sequência
ao seu reinado -ficou com o primeiro posto do ranking por apenas seis semanas.
Em um cenário muito mais
equilibrado, os tenistas do presente não conseguem realizar
temporadas com o mesmo número de conquistas do que os maiores astros do passado.
Guga, por exemplo, se tornou o
primeiro sul-americano a terminar o ano no topo do ranking em
2000 com cinco títulos conquistados. Em 1985, quando iniciou
uma série de 157 semanas seguidas como líder da lista de entradas, Lendl foi campeão dez vezes,
assim como Sampras em alguns
anos de seu domínio nos anos 90.
"Hoje tudo está muito igual.
Ninguém conseguiu ganhar dois
Grand Slams no mesmo ano, o
que poderia fazer diferença", diz o
norte-americano Andre Agassi,
tocando em outro ponto da nova
realidade do tênis mundial.
Tanto em 2000 quanto em 2001,
nenhum jogador conseguiu ficar
com o título de dois dos quatro
grandes torneios da modalidade
na mesma temporada.
Dessa forma, como essas competições são as que garantem
mais pontos para o ranking de entradas, fica difícil para qualquer
um abrir uma vantagem confortável para se manter na liderança
da lista elaborada pela ATP.
Com exceção de Guga e Agassi,
que ainda conseguiram mais de
30 semanas consecutivas no topo,
outros tiveram passagens muito
curtas pela liderança e hoje são
meros coadjuvantes do circuito.
Os casos mais emblemáticos são
os do chileno Marcelo Ríos e do
espanhol Carlos Moyá, que depois da glória de número um, despencaram, apesar de ainda jovens, do ranking- o primeiro é
hoje o 40º e o segundo, o 19º.
E, para os mais veteranos, novos
nomes irão surgir e desaparecer
rapidamente no posto de número
um. "Na minha opinião, existem
cinco tenistas novos que podem
alcançar o topo nos próximos
anos", afirma Kafelnikov.
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