São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


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Guerra fez clube mudar o nome

DA REPORTAGEM LOCAL

O momento de maior tensão entre a sociedade paulistana e o Palestra Itália ocorre em 1942, último período analisado na obra de Campos Araújo, quando a associação foi obrigada a trocar de nome, passando a se chamar Sociedade Esportiva Palmeiras.
Se em 1920 o time teve seus jogadores chamados pejorativamente, inclusive em reportagens, de ""elementos" e ""italianinhos", durante a 2ª Guerra Mundial a pressão foi ainda maior.
No processo, clubes como o São Paulo e o Paulistano foram os que mais fizeram campanha para que o Palestra adotasse outra denominação, que não fizesse referência à Itália.
Além da pressão contra o Palestra, o São Paulo ""fez a lição de casa", chegando até mesmo a ""processar a interrupção de direitos e obrigações de sócios de origem italiana e alemã", assim que o Brasil decidiu entrar na luta contra os países do Eixo, entre os quais a Itália.
Em setembro de 1942, uma deliberação do CND (Conselho Nacional de Desportos) acabaria forçando o time a mudar o uniforme e adotar novo nome.
Antes da mudança, o Palestra fez várias tentativas para apaziguar os ânimos dos paulistanos, entre as quais a doação de rendas de jogos para familiares de brasileiros em navios torpedeados por submarinos do Eixo.
Mas apenas depois da alteração viria a aceitação da sociedade, com o time atraindo, inclusive, muitos torcedores de outras etnias. (JCA)


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