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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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AÇÃO

O patrocinador vazou

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Com um faturamento de R$ 80 bilhões, a Petrobras é a maior empresa do país. Alterna com a CSN e a Embraer a liderança nas exportações. Está também entre as líderes mundiais no desenvolvimento tecnológico para prospecção e extração do precioso óleo mineral. Sob diversos aspectos é motivo de orgulho nacional.
Por outros, merece constantes críticas pelos frequentes vazamentos, como o que afundou toneladas de óleo na baía de Guanabara, e acidentes, como o ocorrido com uma plataforma em 2001, afundando R$ 3 bilhões, cobertos só pela metade pelo seguro.
Para compensar, a empresa está entre os maiores mecenas da cultura e do esporte no país. Não fosse pela facilidade, promovida pelas leis de incentivo que uma empresa desse porte desfruta, ou pela consciência social que os profissionais da área de marketing deveriam ter, a "limpeza" da marca que essas ações promovem justifica plenamente o investimento.
Foi no rastro deixado por toneladas de óleo em nosso mar que a Petrobras investiu no projeto "Esportes Aquáticos" em 2002. Patrocinando eventos de vela, motonáutica, bodyboard e surfe, atenuava o problema com um grupo que é diretamente prejudicado pelos crimes ambientais e, geralmente, composto por pessoas com um alto nível de consciência ecológica e formadores de opinião.
O investimento viabilizou um Circuito Paulista de bodyboard, um Brasileiro de longboard com etapas em Santos e no Rio, um Circuito Feminino com três etapas, uma prova do Circuito Mundial de surfe, em Florianópolis, entre outros.
Como, para a felicidade geral da nação, não houve grandes vazamentos nos últimos meses e, como de costume, os investimentos em marketing são os primeiros a serem cortados em momentos de crise, o projeto aquático começa a fazer água. Estão confirmados até o momento só o Circuito Feminino e o de longboard, com etapas no Rio e no Nordeste. Para os esportes, uma grande perda, especialmente a do Mundial, cuja data, entre 23 e 26 de outubro, continua reservada para a América do Sul, enquanto os organizadores negociam um novo patrocinador.
Devido à proximidade da data e ao tamanho do investimento, o mais provável é que a etapa seja cancelada e a perna brasileira fique ainda mais curta. Já tivemos a perna, aliás par de pernas, mais forte no Mundial, com quatro provas no início do ano e cinco no final. Um volume que contribuiu para chegarmos a ter 11 atletas entre os 44 melhores do mundo.
Ao que tudo indica neste ano serão só três: o Hang Loose (WQS quatro estrelas), em fevereiro, em Noronha; a etapa do WCT (em Santa Catarina); e o seis estrelas Onbongo Pro, que terá a segunda edição no nível máximo de pontos e prêmios da divisão de acesso.
Apesar da redução das chances de conquistar pontos em casa, os brasileiros seguem bem na segunda divisão. Na última etapa, disputada nas Ilhas Maldivas, três brasileiros estavam entre os quatro finalistas, Neco Padaratz é o vice-líder no ranking, e seis atletas estão entre os 15 que garantem vaga na elite em 2004.

Surf & Beach Show
A décima edição da feira começa na próxima terça-feira no Centro de Exposições Imigrantes. Neste ano, além da área de biquínis, surfe e skate, o evento estréia uma seção de tecidos para o segmento.

Manhattan Surfing
Além de Long Island e New Jersey, os nova-iorquinos terão a partir de 2005 mais uma opção de surfe. Trata-se do Randalls Island, um parque aquático de 43 mil m2, com ondas artificiais e teto que filtra 75% dos raios UV.

Prancha para o inverno
Especialistas em pranchas para ondas grandes, o havaiano Pat Rawson se encontra no Brasil. Uma prancha básica sai por R$ 1.000.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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