São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Sem Guilherme, Parreira adota o 4-4-2, mas defesa do time da capital falha, e São Caetano vence jogo por 3 a 0

Com cautela, Corinthians muda e perde

DIOGO PINHEIRO
EDUARDO ARRUDA

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que Carlos Alberto Parreira resolveu proteger a defesa do Corinthians, o time do Parque São Jorge levou três gols e foi derrotado por 3 a 0 pelo São Caetano, no Anacleto Campanella. Foi a primeira derrota do time de Parreira na competição.
O treinador, que antes da partida se dizia preocupado com a defesa da equipe, aproveitou a ausência do atacante Guilherme, que se contundiu na véspera do jogo, para reforçar o setor. Assim, abriu mão do esquema com três atacantes para atuar no 4-4-2.
A cautela do técnico corintiano, entretanto, não deu resultado. Com os jogadores mal posicionados, o clube voltou a cometer falhas em seu sistema defensivo.
Ao final do jogo, revoltada, a torcida corintiana pediu a saída do goleiro Doni e do zagueiro Scheidt do time. "Até ontem, eles estavam me aplaudindo. Agora decidiram me crucificar. Não é justo", disse Scheidt.
"Todos perderam. Não é só um ou outro que pode ser responsabilizado. O time todo não foi bem", afirmou o goleiro corintiano, que fez apenas uma defesa.
A equipe de Mário Sérgio alternou o esquema 3-5-2 com o 4-4-2 e, graças especialmente ao volante Claudecir, demoliu a "retranca" do rival -segundo o Datafolha, foi o jogador que mais finalizou pelo São Caetano, ao lado de Adhemar, três vezes cada um.
Mais organizado em campo, o São Caetano chegava sem problemas à área corintiana. Aos 5min, Marlon avançou pela direita e cruzou para Claudecir, que cabeceou rente à trave de Doni.
O time do ABC não se deu por satisfeito e repetiu a dose. Marlon recebeu de novo na direita e cruzou para Claudecir, que, livre de marcação, cabeceou no canto esquerdo para fazer 1 a 0, aos 7min.
Desnorteados, os corintianos continuaram à mercê dos adversários, que logo fizeram mais um.
Aos 18min, Fábio Santos fez ótima jogada, passou por três jogadores e serviu Claudecir, que tocou na saída de Doni.
Com a vantagem, o São Caetano passou a tocar pacientemente a bola, característica do time de Parreira, que ontem, pelo contrário, demonstrava nervosismo.
Mas, em um lampejo, o Corinthians quase descontou em lances finalizados por Gil e Deivid, que acabaram errando o alvo.
No segundo tempo, o time da casa recuou e passou a ser pressionado. Em quatro minutos, os corintianos perderam três oportunidades -com Rogério, Scheidt e Fabinho- para diminuir o marcador, mas erraram muito nas finalizações. Foram 12 no total, apenas duas certas.
Diante da pressão, Mário Sérgio resolveu sacar o meia-atacante Anaílson e reforçou a defesa colocando o zagueiro Daniel.
Parreira, então, voltou ao seu esquema tradicional, com três atacantes. Tirou o volante Fabinho e pôs Gilmar Parrudo em seu lugar. Não adiantou. Aos 32min, Edu Salles, de cabeça, fez 3 a 0 após cobrança de escanteio e deu ao time do ABC sua segunda vitória no Brasileiro.


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