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FUTEBOL
Entidade, que agora reúne 20 times brasileiros, prega protecionismo a "históricos" e amplia poder
Clube dos 13 cria sua segunda divisão
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Reportagem Local
A última reunião deste ano do
Clube dos 13, anteontem, em São
Paulo, consolidou a criação de
uma segunda divisão dentro da
entidade, que reúne os principais
clubes de futebol do país.
Com a inclusão de Atlético-PR,
Guarani, Lusa e Vitória, confirmada anteontem, o Clube dos 13
passa ter agora 20 associados, mas
nem todos deverão ter o mesmo
tratamento a partir de 2000.
Os clubes "históricos", os 13
fundadores -Atlético-MG, Bahia, Botafogo-RJ, Corinthians,
Cruzeiro, Flamengo, Fluminense,
Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco-
ampliarão seu poder frente aos
demais associados.
Na "segunda divisão" ficam os
quatro caçulas mais Coritiba,
Goiás e Sport. O Clube dos 13 foi
fundado em 1987.
A "estratificação" é mais uma
estratégia da entidade para ampliar seu poder, superando a própria CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Além disso, caso seja formada
uma liga a partir do Clube dos 13,
como defendem seus dirigentes, o
que daria início a um novo campeonato nacional, ela deverá reproduzir essa "estratificação".
Na "elite" da liga, livres inclusive das regras de rebaixamento, estariam os "históricos".
Mesmo sem a criação da liga,
essa estrutura deveria ser reproduzida, segundo o Clube dos 13,
no Campeonato Brasileiro, garantindo o domínio da entidade
também nas divisões inferiores
-Série B e Série C.
"O Clube dos 13 deve ter 25, 30
times. Os clubes que tiverem condições podem participar. Os clubes de massa podem jogar em outras divisões e estar na entidade.
Já os fundadores devem ser absolutamente preservados. Os demais....", diz o vice-presidente da
entidade, o deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ).
O presidente do São Paulo, José
Augusto Bastos Neto, também
defende um novo "inchaço" da
entidade, mas com os "históricos" em posição diferenciada devido à sua superioridade econômica. "É uma fase de transição, de
ampliação. Outros clubes deverão
se juntar ao Clube dos 13", diz ele.
Bastos Neto e seu clube devem
ser os novos beneficiados pelo
corporativismo dos "históricos" e
sua cumplicidade com a CBF.
Apesar de ter recorrido à Justiça
comum, por meio de um sindicato de clubes, contra uma decisão
do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva), o São Paulo não deve ser
punido pela CBF, como manda o
regulamento da entidade máxima
do futebol, a Fifa. Essa é a posição
unânime do Clube dos 13.
Já o Gama, segundo a entidade,
que também recorreu à Justiça
comum contra o TJD, por meio
do PFL-DF, deve ser suspenso do
futebol por dois anos.
Fábio Koff, presidente do Clube
dos 13, afirma que a entidade já
está entre as mais importantes "ligas" do mundo e que deve ter liberdade para atuar.
Dificuldades
Atualmente, dos 20 integrantes
do Clube dos 13, apenas dois estão
fora da Série A, a primeira divisão
do Campeonato Nacional: o Bahia, na Série B, e o Fluminense, na
Série C, dois clubes que estão entre os fundadores da entidade.
Se forem mantidas as regras do
campeonato para 2000, o Bahia
vai permanecer na Série B, pois
não conseguiu voltar para a "elite" no quadrangular final da segunda divisão deste ano.
O Fluminense, após o empate
em 2 a 2 anteontem à noite contra
o Serra, teve suas chances reduzidas de sair da Série C.
Nos bastidores, já se cogita a
possibilidade de pressionar a CBF
para uma nova "virada de mesa".
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