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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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JUDÔ

Pinheiros questiona critérios que fizeram de João Derly finalista do meio-leve pela vaga em Atenas e obtém liminar

Justiça embaralha 1ª seletiva olímpica

Flávio Florido - 9.dez.03/Folha Imagem
João Derly, cuja presença na seletiva de domingo é questionada, descansa durante treinamento


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) cancelou ontem a realização da luta entre João Derly e Henrique Guimarães no próximo domingo. O confronto, que seria válido pela primeira seletiva olímpica dos meio-leve (até 66 kg), foi suspenso por uma liminar conquistada pelo Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo.
A associação questiona os critérios que a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) usou para considerar o gaúcho Derly finalista da disputa pela vaga olímpica.
O argumento é que a entidade não informou aos atletas do meio-leve que o ranqueamento de Derly levaria em conta sua pontuação acumulada no peso ligeiro -o judoca mudou de categoria depois do início do processo seletivo e manteve, na classe até 66 kg, os pontos acumulados no peso ligeiro (cujo limite é 60 kg).
O Pinheiros sustenta ter dois judocas -Reynaldo Santos e Leandro Cunha- empatados em primeiro lugar no ranking, se a pontuação de Derly computar apenas seus resultados no meio-leve. Esse é o mérito do mandado de garantia proposto pelo clube paulista.
A liminar, emitida pelo presidente do STJD, Affonso Abreu, não decide esse ponto. Ela apenas impede a continuidade do processo seletivo -que prossegue nas demais categorias, domingo, em São Paulo- sem o julgamento definitivo da questão.
Considerando os prazos processuais e o recesso do STJD para as festas de fim de ano, Abreu estima que a decisão final do caso acontecerá no início de 2004.
Procurado pela Folha, o presidente da CBJ, Paulo Wanderley, informou que a entidade tem conhecimento da liminar e pretende cumpri-la. Entretanto, o dirigente preferiu não comentar a decisão.
A Sogipa, clube de João Derly, também recebeu a notícia da liminar sem esboçar reação judicial contra seus efeitos.
"Estamos convictos de que João Derly disputará a final com o Henrique Guimarães. Nosso atleta já venceu os adversários do Pinheiros várias vezes, por isso acredito que o julgamento final nos será favorável", disse Antônio Carlos Pereira, coordenador de judô do clube de Porto Alegre.
Para o São Caetano, equipe do atual titular, Henrique Guimarães, o judoca não foi prejudicado pela suspensão de seu combate no próximo domingo. O deputado estadual e diretor de judô do clube do ABC, Marquinho Tortorello, mostrou otimismo ao comentar a liminar: "Henrique deve ganhar a seletiva, independente do adversário e da data do confronto. O Pinheiros tem razão. O processo seletivo não foi transparente".
"Ainda bem que confiei na Justiça e não aceitei as propostas de acordo que vieram por meio da CBJ", disse Arnaldo Pereira, diretor do clube da capital paulista.
Ele ainda comentou ter ficado muito satisfeito pelo caso não ter extrapolado a esfera da Justiça Desportiva.


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