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Fogo amigo fere paulistas às vésperas do Brasileiro
Fernando Santos/Folha Imagem
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O colombiano Muñoz, pivô da recente crise no clube após dar um soco no goleiro Marcos, domina bola em treino do Palmeiras |
Palmeiras, São Paulo, Santos e Corinthians se esforçam para controlar
crises criadas por atletas, técnicos, cartolas e torcedores antes de estréias
RICARDO PERRONE
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na reta de largada do Brasileiro-04, conflitos internos minam
os grandes clubes paulistas.
Os principais times do Estado se
preocupam mais em resolver crises geradas por jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores do
que com seus rivais na rodada
inaugural do Nacional, amanhã.
São incêndios como os causados pela briga entre os palmeirenses Marcos e Muñoz, no sábado.
Ontem, o presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, repreendeu os dois. "Ele nos alertou para
que isso não volte a acontecer",
contou o jogador colombiano.
A bronca do dirigente foi em
vão. Ambos trocaram farpas nas
entrevistas à tarde e não pretendem selar a paz agora.
"A gente perdia o rachão. O
Marcos me chutou, e eu só reagi",
disse Muñoz, que tirou sangue do
colega com um soco no nariz.
"Quem dá um soco na cara tem
que falar alguma coisa. É duro um
homem de 1,93 m levar um soco
de um cara que tem um metro e
meio", retrucou o camisa um.
O goleiro pensou em pegar o
atacante no vestiário. "Existem
duas maneiras de você provar que
é homem. Uma é revidando, a outra é perdoando. Se eu pegar o
Muñoz, vou fazer um estrago
muito maior. Preferi perdoá-lo."
Nos corredores do clube, atribui-se os ânimos exaltados à eliminação no Paulista. Na semana
que antecedeu a queda, Vágner,
Diego Souza e Lúcio foram vistos
em uma casa noturna, provocando atrito entre os jogadores.
Na semana passada, Élson se rebelou contra Jair Picerni por perder a posição para Diego Souza.
No mesmo dia do entrevero entre Marcos e Muñoz, no CT vizinho ao do Palmeiras, o presidente
do São Paulo, Marcelo Portugal
Gouvêa, tentou desfazer um mal-estar criado na véspera.
O dirigente foi ao lançamento
do livro de Wanderley Luxemburgo e irritou Cuca, técnico de
seu time, com os elogios feitos ao
treinador desempregado.
"Estou diante do melhor técnico do Brasil. Vamos ver como as
coisas vão se encaminhar no futuro", declarou Gouvêa no evento.
Cuca não reclamou publicamente, mas integrantes da diretoria ouviram suas queixas e também consideraram inconveniente
a atitude de Gouvêa na sexta.
Antes, o São Paulo por pouco
também não viu uma briga.
No último dia 5, Rogério teve
uma ríspida discussão com o auxiliar Omar Feitosa, que apitava o
rachão no gramado do Morumbi.
Na Vila Belmiro, o clima entre o
técnico Emerson Leão e a diretoria é ainda mais tenso. O treinador quase deixou o time ao discordar em público dos afastamentos de Doni e Robson, determinados pelo presidente do clube, Marcelo Teixeira.
A permanência do treinador no
Santos só foi acertada após uma
reunião entre os dois.
"Disse ao Leão que, se ele estivesse preocupado com a multa
rescisória, não precisaria dar certas declarações para acabar saindo. Ele respondeu que não quer
isso, nós também não queremos
que ele saia", afirmou Teixeira.
No Corinthians, o fogo amigo
vem da torcida. Um mês depois
de a Gaviões da Fiel acertar ovos e
tapas nos atletas, torcedores apedrejaram o carro em que estavam
Rincón, Fábio Costa e Valdson,
na saída do Pacaembu.
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