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VÔLEI
O retorno
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
E sta temporada é especial
para o mundo do vôlei: Júlio
Velasco, o técnico que construiu o
império italiano, está de volta.
Este mês, ele está estreando oficialmente no comando da República Tcheca. O time vai disputar
o Torneio da Primavera, em
Brno, e depois fará cinco amistosos contra os Estados Unidos.
É uma seleção para se observar
com atenção. Os tchecos não vão
participar da Liga Mundial, competição que a partir de 28 de junho vai reunir a elite do vôlei.
Eles vão fazer uma preparação
paralela para o Campeonato
Mundial, que será disputado a
partir de setembro, na Argentina.
O certo é que Velasco, dono de
dois títulos mundiais e cinco da
Liga pela Itália, não iria pegar
qualquer seleção para dirigir. E a
República Tcheca definitivamente não é qualquer seleção. Foi a
surpresa no último Campeonato
Europeu. Ficou atrás apenas de
Iugoslávia, Itália e Rússia.
A equipe deu trabalho na decisão da medalha de bronze com a
Rússia: só foi se render no quinto
set, com uma derrota por 15 a 12.
Imagine agora com o comando
de Velasco. Também não dá para
esquecer que é um país com tradição no vôlei: como Tchecoslováquia, foi duas vezes campeão
mundial, em 56 e 66.
O tricampeonato brasileiro,
conquistado pelo Telemig/Minas,
deixou uma questão no ar: até
que ponto a falha da arbitragem,
ao assinalar bola fora o que seria
um "ace" do levantador Joel, influenciou no resultado? O Banespa poderia ter empatado o jogo
em 8 a 8 no quinto set.
O certo é que depois desse lance,
o time paulista se desestabilizou
de tal maneira que só conseguiu
marcar mais um ponto no set.
Apesar disso, não dá para deixar
de reconhecer: o título ficou em
boas mãos. O Minas fez a melhor
campanha do torneio, é a base da
seleção e tem um grande técnico.
O clube carrega uma tradição
no vôlei rara de se encontrar no
Brasil. Gerações de uma mesma
família se sucedem no time. Um
exemplo é o central Henrique. Ele
é sobrinho do ex-levantador Hélder, titular da equipe do Minas
que nos anos 80 também conquistou três títulos brasileiros.
Outro exemplo é Cebola, o atual
técnico. Na década de 80, era um
dos atacantes do time, comandando na época pelo sul-coreano
Young Wan Sohn. Há três anos, é
o comandante da equipe. Na última quinta-feira, como aconteceu
há 16 anos, novamente pôde gritar: "é tricampeão".
O Minas foi o vencedor, mas o
grande personagem foi Giovane,
do Banespa. Galã do vôlei, esqueceu a vaidade e raspou a cabeça
com a máquina zero. Disse que as
finais seriam uma guerra e fez o
corte de um guerreiro.
No último jogo, a imagem mais
marcante foi a dele. Quando a
equipe perdia por 11 a 8 no tie-break, arriscou um "jornada nas
estrelas", criação do ex-jogador
Bernard. Falhou feio. A intenção
dele, que havia treinado esse saque e contava em acertar, era dar
novo ânimo ao time e desestabilizar o adversário.
Acabou conseguindo o contrário. O seu time não foi campeão,
mas Giovane foi o maior pontuador do torneio: 386 pontos em 27
jogos, quase 15 por partida. Esta
semana deve decidir seu futuro:
Banespa ou Suzano. De toda maneira, foi um personagem que
deu um pouco de graça em uma
Superliga tão comportada.
Italiano
O Bergamo é o novo campeão italiano. O time conquistou o título
ao vencer o Novara por 3 sets a 0 na quarta partida decisiva da série
de cinco. A equipe do Bergamo tem como principais destaques a
levantadora Maurizia Cacciatori e a norte-americana Keba Phipps.
As duas vivem momentos opostos atualmente. Musa da seleção
italiana, Cacciatori não foi convocada. Já Phipps, há tempos afastada da seleção, está relacionada entre as jogadoras inscritas pelos
EUA na Volley Masters.
Argentino
Aos 39 anos, o argentino Hugo Conte continua com a bola toda. O
seu time, o Rojas, conquistou o título nacional de clubes da Argentina. Conte fez parte da seleção medalha de bronze no Mundial de
1982 e nos Jogos de Seul em 1988. Agora o jogador se prepara para
mais um grande desafio: disputar o Mundial, em setembro, na Argentina.
E-mail cidasan@uol.com.br
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