São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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Marcos é ídolo no Palmeiras sem jogar

Dono do salário mais alto do elenco, goleiro desfalca o clube em metade de seus jogos desde o penta, mas segue em alta

Personalidade extrovertida, liderança no grupo e títulos conquistados pelo time são citados como fatores da unanimidade na meta verde


LUÍS FERRARI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

No futebol de hoje, que cunhou até um termo, "chinelinho", para atletas que desfalcam seus clubes seguidamente, um atleta ser ídolo de um time, sem jogar, é raridade. Mas não no caso do goleiro Marcos, 34, que atuou em apenas metade das partidas do Palmeiras desde sua atuação na Copa de 2002, quando foi titular no pentacampeonato. Desde então, o time entrou em campo 310 vezes, contando a partida desta tarde contra o Figueirense, às 16h. Marcos esteve em campo em s"155 delas. "A condição do Marcos está acima da situação de um jogador do elenco do Palmeiras. Ele representa muito mais que isso", diz Toninho Cecílio, gerente de futebol do clube, ao ser indagado como é possível um jogador ser ídolo sem jogar.
Capitão do time em 92, ano em que o goleiro chegou ao clube, Toninho dava carona a Marcos. "Ele tinha a simplicidade que mostra hoje, consagrado." Salvador Hugo Palaia, diretor financeiro do clube e ex-diretor de futebol, diz que 70% das camisas do Palmeiras que lhe pedem são do goleiro, que, diz ele, terá um busto no clube quando parar de jogar. E aponta como virtude a personalidade de Marcos, a quem define como "um caipira bondoso". Para Savério Orlandi, sucessor de Palaia na direção de futebol, o status de Marcos no clube é tão garantido que ninguém ousa falar mal dele em público -apesar de, reservadamente, a renovação de contrato ter sido criticada por certos dirigentes.
"Nunca ouvi ninguém se expressar contra a presença do Marcos. Mesmo que algum setor do clube pense assim, nunca vai se posicionar contra um ídolo como ele", diz Orlandi, para quem não há ciumeira no elenco pelo fato de o goleiro ter o salário mais alto. Segundo os dirigentes, Marcos fez por merecer a condição. "Ele era o goleiro do penta e deixou de ir para o Arsenal para disputar a Série B. Isso criou uma identificação muito grande dele com o torcedor palmeirense", lembra Toninho. Mesmo entre atletas de clubes rivais o goleiro é benquisto. "Antes do clássico com o São Paulo, o Rogério me cumprimentou e disse para mandar um abraço para o Marcos e que estava torcendo por sua recuperação logo", diz o preparador de goleiros Carlos Pracideli.


Colaborou FABIO TURA, do Datafolha


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