|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Na reta final
THALES DE MENEZES
A semana passada caiu bem
na preparação de Gustavo
Kuerten para a disputa do torneio de Roland Garros, a partir
da próxima segunda-feira.
Muita gente torceu o nariz
para o primeiro set do brasileiro diante de Marcelo Ríos, na
semifinal do Torneio de Roma.
Compreensível, já que ninguém
gosta de tomar 6/0. Mas foi o
único mau momento de uma
bela temporada italiana.
Kuerten fez na semana passada exatamente aquilo que os
fãs de tênis podem desejar dele:
jogar bem, despachando os adversários em pior colocação no
ranking, e bater bola de igual
para igual com os maiorais.
Ora, se perder faz parte do
jogo, perder de Marcelo Ríos na
atual fase do chileno é a coisa
mais normal ainda. Kuerten tomou um susto no primeiro set,
mas equilibrou as coisas no segundo e exigiu um desempenho
impecável de Ríos.
Quando Kuerten cruza com
outro "top ten", nenhuma derrota merece críticas. O que é
difícil de aceitar é o tipo de derrota apática, frouxa, que cruzou o caminho de Kuerten em
alguns torneios. Como, por
exemplo, aquela diante de Carlos Costa, em Barcelona.
É bom o brasileiro entender
que a mesma imprensa que reconhece seu status de jogador
de primeira linha tem o direito
de condenar seu fraco desempenho em confrontos com tenistas
de nível inferior.
Repetindo: Roland Garros
não vai ser fácil. A pressão é
desumana. Os franceses demoram a gostar de alguém, mas
quando gostam, não é mole.
Sem um bom tenista francês
para receber seu apoio, a atenção total da torcida irá para
Kuerten. Resta saber se o brasileiro vai conseguir tirar proveito disso. Caso contrário, pode
ser vítima desse assédio.
Com toda essa pressão, uma
derrota não será surpreendente.
O importante é Kuerten ter estrutura para seguir a carreira.
Mas um novo título seria um
calaboca geral na crítica, não?
NOTAS
Coadjuvante de luxo
Fernando Meligeni chega a
Roland Garros numa ótima fase. Duas finais seguidas em torneios Challenger colocaram o
segundo tenista brasileiro perto dos "top 50" e deram mais
ânimo para o Aberto da França. Meligeni não esconde que o
torneio francês é sua competição favorita no circuito. E ele
está numa posição bem diferente da de Kuerten. Jogando
solto, sem pressão, Meligeni
pode surpreender.
Pátria de raquetes
Computadas todas as chaves
de Roland Garros, incluindo
qualifying e juvenil, um em cada dez tenistas no torneio francês é espanhol. Considerando
apenas as chaves masculinas, a
fatia da Espanha sobe para 3 tenistas a cada 20. Caramba!
Puro palpite
Como todo mundo adora futurologia, esta coluna aposta
em Alberto Berasategui. Vice
em Roland Garros-94, o espanhol está numa fase ótima.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|