São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

No primeiro duelo, brasileiro impõe 2 a 0 sobre Lleyton Hewitt

Após reação, Kuerten bate prodígio australiano

DA REPORTAGEM LOCAL

Para se classificar à sua sexta final do ano, a segunda em quadra dura, Gustavo Kuerten derrubou aquele que é apontado como o novo menino prodígio do tênis.
Aos 19 anos, o australiano Lleyton Hewitt acumula seis títulos em três temporadas como profissional. Quatro de suas conquistas ocorreram este ano -Adelaide e Sydney (Austrália), Scottsdale, nos EUA, e Queen's, em Londres.
Mesmo com o revés, Hewitt mantém-se como o tenista como o maior percentual de aproveitamento na temporada. Passou a ter o retrospecto de 45 vitórias e 12 derrotas (78,9%). Kuerten, com suas 45 vitórias e 13 derrotas, ostenta o índice de 77,8%.
No primeiro encontro de suas carreiras, Kuerten impôs uma pequena lição ao australiano.
Não contrariou um retrospecto que o acompanha desde a campanha em que garantiu o segundo título em Roland Garros, em maio: o de se recuperar em momentos adversos -ontem, fechou o primeiro set (7 a 5), depois de Hewitt ter margem de 5 a 2.
No segundo set, definido em rápidos 15 minutos, Kuerten anulou quase todas suas iniciativas com uma série de winners (pontos vencedores). Foram, na partida, 29 destes golpes na conta do brasileiro, contra 13 de Lleyton Hewitt. No último game, obteve dois aces (saques indefensáveis), um deles o derradeiro ponto.
Era o encontro de dois jogadores afeitos a longas -e agressivas- trocas de bola no fundo de quadra. Confirmando sua melhoria técnica, Gustavo Kuerten procurou nos primeiros games avançar à rede para definir os pontos -impensável três anos atrás quando despontou.
Foi assim que pressionou o saque de Hewitt logo no primeiro game -que chegou a estar em 40 a 40. Não bateu o serviço do australiano, mas no game seguinte, agressivo, confirmou seu saque sem percalços. O terceiro game, o mais disputado do set, Kuerten teve três oportunidades para quebrar o serviço do rival -desperdiçou todas. Pagaria no game seguinte, quando, com dois erros não-forçados, cedeu o saque (3 a 1 para o australiano).
Hewitt ampliou a margem para 4 a 1. Com seu saque, de novo, o brasileiro diminiu: 4 a 2.
Quando o placar apontava 5 a 2, o líder da Corrida dos Campões iniciou sua recuperação. Confirmou seu serviço, no oitavo game (5a 3). No game seguinte, atuando dentro do perímetro da quadra, pressionou Hewitt. Aproveitou a segunda oportunidade de quebra (5 a 4). De novo, assinalou seu serviço, empatando (5 a 5).
Neste momento, o australiano, que havia cometido só seis erros não-forçados nos oito primeiros games, já chegava a 14 erros.
Kuerten aproveitou as falhas do rival no 11º game. Nervoso, Hewitt cedeu dois pontos, rebatendo na rede golpes fáceis. Foram decisivos. Com uma nova quebra de saque, o brasileiro assumia a dianteira. Sacando, fez 7 a 5.
Na última série, Hewitt conseguiu acompanhá-lo apenas até o 2 a 2. Depois, continuou tentando mas não conseguiu encaixar mais seus golpes de direita -mortais até a metade do primeiro set.
Nem ameaçou mais o serviço de Kuerten. Além do maior número de winners, o brasileiro foi superior no aproveitamento de primeiro serviço (51% contra 47%). Converteu quatro de suas nove chances de quebra de saque - o australiano, apenas uma de três.


Texto Anterior: Tênis: Kuerten encara hoje nos EUA a última fronteira
Próximo Texto: Futebol: Boa fase do Santos termina no Mineirão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.