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MOTOR
Escolha o seu 2004
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
O Mundial ainda não terminou, mas já há quem pense no próximo. A não ser que
ocorra uma tragédia nos dois últimos GPs do ano, a atual temporada será lembrada como excepcional. Já a próxima pode não ser.
Ou ser. A boataria, correndo solta
a esta altura do campeonato, dá
conta de várias decisões em jogo
em Indianápolis e Suzuka.
O falatório mais interessante
tem como objeto Schumacher. Dizem que o alemão considera seriamente a possibilidade de se
aposentar caso consiga o sexto título. As justificativas seriam muitas: mais tempo para os filhos, o
livro de recordes praticamente
completo, a perspectiva de ser finalmente superado pelos rivais.
Enfim, o sujeito já está naquele
patamar Sampras, quando a pergunta não é mais parar por que,
mas por que não parar.
Evidente, Schumacher precisa
ganhar o título, o que não parece
tarefa das mais fáceis, mesmo depois do renascimento em Monza,
"histórico" para Ross Brawn, "último suspiro" para Patrick Head.
Como não há versão do boato
para a hipótese fracasso, o raciocínio segue a partir daquilo que
seria o prematuro fim da era
Schumacher. Primeira consequência, uma sensível diminuição no orçamento ferrarista, já
que não faria sentido investir cifras astronômicas em um time
sem o alemão e porque o mar não
está para peixe nem no sofisticado mercado de carros de luxo.
Segunda consequência, a renovação do time, que começaria pela promoção do reserva Felipe
Massa -corroboram para a tese
os fatos de ele ainda não ter assinado com a Sauber e de as três
partes não terem divulgado um
motivo plausível para o atraso.
Barrichello? Mesmo com tudo
isso, iria para o lugar de Montoya
na Williams, onde correria novamente contra um Schumacher. E
quem seria o companheiro de
Massa? Ninguém diz, eis o primeiro buraco desse conto da carochinha, assim como há outro na
história do colombiano ignorar
um ano de contrato para formar
com Raikkonen na McLaren.
Se Montoya for campeão, é difícil imaginar Frank Williams soltando piloto e número um conquistados com sacrifício para Ron
Dennis. Não é só uma questão de
dinheiro, mas de princípios.
É mais fácil imaginar Head e
Williams moendo o colombiano
GP a GP e deixando Ralf livre para ser campeão -lembrou de algo? Sim, Piquet, com a diferença
que Montoya não é Piquet.
Nesse ponto, o enrolado desen-
rola. Se Montoya for impedido de
chegar à McLaren antes de 2005,
Barrichello fica na Ferrari, pois,
nesse caso, Schumacher não seria
hexa, teria motivação para continuar e provavelmente escolheria
o brasileiro mais velho, e não o
mais novo, por uma razão simples, a taxa de hormônios.
E se Raikkonen for campeão?
Nada muda, a não ser por uma
nova exigência da FIA: para tirar
a superlicença, será necessário
apresentar passaporte finlandês.
Enfim, a decisão do título, além
de emocionante, tem grande potencial para alterar o mercado de
2004, por mais que tudo não passe de boato. A F-1 tem uma incrível capacidade de confirmá-los.
Mais 2004
Dizem que o Canadá pode voltar e que San Marino pode sair (aliás,
só não saiu pela ausência do primeiro). E que a classificação pode
mudar de novo, com o treino decisivo na manhã de domingo. Williams é contra (diminui o tempo do piloto para relações públicas).
Ainda 2003
Schumacher disse que o título está entre ele e Montoya. E Adrian Newey, que o título fica perto de Raikkonen se os rivais se enroscarem
em Indianápolis. Delírio do projetista? Tome cuidado com apostas.
Se a moda pega
Implacável, a FIM tirou Suzuka do calendário provisório do MotoGP
de 2004. Foi lá que Daijiro Kato sofreu acidente para depois morrer.
E-mail mariante@uol.com.br
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