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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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MOTOR

Escolha o seu 2004

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

O Mundial ainda não terminou, mas já há quem pense no próximo. A não ser que ocorra uma tragédia nos dois últimos GPs do ano, a atual temporada será lembrada como excepcional. Já a próxima pode não ser. Ou ser. A boataria, correndo solta a esta altura do campeonato, dá conta de várias decisões em jogo em Indianápolis e Suzuka.
O falatório mais interessante tem como objeto Schumacher. Dizem que o alemão considera seriamente a possibilidade de se aposentar caso consiga o sexto título. As justificativas seriam muitas: mais tempo para os filhos, o livro de recordes praticamente completo, a perspectiva de ser finalmente superado pelos rivais. Enfim, o sujeito já está naquele patamar Sampras, quando a pergunta não é mais parar por que, mas por que não parar.
Evidente, Schumacher precisa ganhar o título, o que não parece tarefa das mais fáceis, mesmo depois do renascimento em Monza, "histórico" para Ross Brawn, "último suspiro" para Patrick Head.
Como não há versão do boato para a hipótese fracasso, o raciocínio segue a partir daquilo que seria o prematuro fim da era Schumacher. Primeira consequência, uma sensível diminuição no orçamento ferrarista, já que não faria sentido investir cifras astronômicas em um time sem o alemão e porque o mar não está para peixe nem no sofisticado mercado de carros de luxo.
Segunda consequência, a renovação do time, que começaria pela promoção do reserva Felipe Massa -corroboram para a tese os fatos de ele ainda não ter assinado com a Sauber e de as três partes não terem divulgado um motivo plausível para o atraso.
Barrichello? Mesmo com tudo isso, iria para o lugar de Montoya na Williams, onde correria novamente contra um Schumacher. E quem seria o companheiro de Massa? Ninguém diz, eis o primeiro buraco desse conto da carochinha, assim como há outro na história do colombiano ignorar um ano de contrato para formar com Raikkonen na McLaren.
Se Montoya for campeão, é difícil imaginar Frank Williams soltando piloto e número um conquistados com sacrifício para Ron Dennis. Não é só uma questão de dinheiro, mas de princípios.
É mais fácil imaginar Head e Williams moendo o colombiano GP a GP e deixando Ralf livre para ser campeão -lembrou de algo? Sim, Piquet, com a diferença que Montoya não é Piquet.
Nesse ponto, o enrolado desen- rola. Se Montoya for impedido de chegar à McLaren antes de 2005, Barrichello fica na Ferrari, pois, nesse caso, Schumacher não seria hexa, teria motivação para continuar e provavelmente escolheria o brasileiro mais velho, e não o mais novo, por uma razão simples, a taxa de hormônios.
E se Raikkonen for campeão? Nada muda, a não ser por uma nova exigência da FIA: para tirar a superlicença, será necessário apresentar passaporte finlandês.
Enfim, a decisão do título, além de emocionante, tem grande potencial para alterar o mercado de 2004, por mais que tudo não passe de boato. A F-1 tem uma incrível capacidade de confirmá-los.

Mais 2004
Dizem que o Canadá pode voltar e que San Marino pode sair (aliás, só não saiu pela ausência do primeiro). E que a classificação pode mudar de novo, com o treino decisivo na manhã de domingo. Williams é contra (diminui o tempo do piloto para relações públicas).

Ainda 2003
Schumacher disse que o título está entre ele e Montoya. E Adrian Newey, que o título fica perto de Raikkonen se os rivais se enroscarem em Indianápolis. Delírio do projetista? Tome cuidado com apostas.

Se a moda pega
Implacável, a FIM tirou Suzuka do calendário provisório do MotoGP de 2004. Foi lá que Daijiro Kato sofreu acidente para depois morrer.

E-mail mariante@uol.com.br


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