|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
As turbulências
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A seleção brasileira masculina de vôlei nunca treinou
tão pouco para uma competição
tão importante como a Copa do
Mundo, que vale três vagas para
os Jogos de Atenas. O time completo só será reunido 14 dias antes
do início do torneio. O consolo é
que os adversários mais temidos
estão no mesmo barco.
Você sabe: os principais jogadores do mundo atuam no Campeonato Italiano. O Brasil tem seis
atletas lá; a Sérvia e Montenegro,
quatro; e a França, dois. A Itália
tem a seleção inteira. Os clubes
italianos recorreram às normas
da Federação Internacional e só
vão ceder os jogadores no início
de novembro.
Os clubes nacionais também
ganharam um benefício da Confederação Brasileira de Vôlei e
podem solicitar os atletas para os
torneios. Exemplo: quarta-feira,
cinco jogadores do Minas (Ricardinho, Giovane, André Nascimento, Henrique e Samuel) foram dispensados da seleção para
a disputa da Copa Telemig.
Outro exemplo: o líbero Escadinha, do Banespa, também será liberado para jogar a semifinal do
Campeonato Paulista, que começa na quarta-feira. Com o time
tão desfalcado, o técnico Bernardinho estressou na última semana. Chegou até a falar em "pegar
o boné" se o planejamento continuar não sendo respeitado.
A luta entre clubes e seleção pelos jogadores é antiga. Fica difícil
apontar quem tem razão. Os clubes pagam os salários e reclamam
de ceder os atletas por longos períodos à seleção. Mas a seleção
precisa treinar, competir e, quando ela ganha, o vôlei brasileiro inteiro também lucra em prestígio e
popularidade.
A novidade é que, na queda-de-braço, quem saiu perdendo desta
vez foi a seleção. O presidente da
CBV, Ary Graça, resolveu privilegiar os clubes. Sinal que deve haver algumas turbulências entre
Ary Graça e Bernardinho.
O Brasil tem tradição de treinar
bastante, muito mais do que as
outras seleções. Existe outro fator:
o time tem ponteiros baixos para
os padrões atuais. Precisa jogar
com muita velocidade para vencer os bloqueios adversários. E para isso, é necessário estar bem fisicamente e com as jogadas muito
bem treinadas.
Por outro lado, a equipe também esteve reunida até setembro,
e os atletas estão acostumados a
atuar juntos. Ou seja, eles têm
condições de se acertar em pouco
tempo. O certo é que a seleção tem
um novo desafio: treinar bem menos do que o habitual e obter a
classificação para Atenas.
O principal responsável nessa
história é o calendário. Uma competição tão importante como a
Copa do Mundo deveria ter sido
em setembro, logo depois dos torneios continentais. Ou seja, as seleções já estariam com os jogadores. A temporada de clubes começaria um pouco depois, mas com
todos os atletas.
Já a seleção brasileira feminina
viaja nesta semana para a disputa da Copa do Mundo, no Japão.
A comissão técnica já dispensou a
líbero Fabi e a central Carol.
Amanhã, deve definir os dois últimos cortes. Leila, que ainda está
se recuperando de uma fratura
no dedo, pode ficar fora.
Surpresa
O técnico da seleção italiana, Gian Paolo Montali, surpreende na
convocação para a Copa do Mundo e chama mais um veterano: o levantador Paolo Tofoli, de 37 anos. Ele estava fora da seleção desde os
Jogos de Atlanta, em 96. No Campeonato Europeu, Montali já havia
convocado outro jogador experiente: o atacante Andrea Sartoretti,
32, que também está na lista para a Copa do Mundo.
Italiano
O Modena, do atacante Dante, e o Montichiari, do levantador Maurício, tropeçaram no fim de semana no Italiano. O Modena perdeu para o Treviso, do russo Dineikine, por 3 sets a 1 -foi a quinta derrota
em seis jogos. Já o Montichiari caiu diante do Perugia, por 3 sets a 1
-o time, do brasileiro Joel, tem três derrotas e três vitórias.
E-mail cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Ferrero vence e em Madri e unifica ranking Próximo Texto: Panorâmica - Tênis: Justine supera conterrânea e lidera ranking Índice
|