São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Santos envia 3.000 bilhetes e frustra diretoria do adversário, que queria 6.000 e promete vingança no jogo de volta

São Paulo perde a disputa por ingressos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria são-paulina vai receber apenas a metade dos 6.000 ingressos que pretendia vender para os seus torcedores no primeiro jogo contra o Santos, pelas quartas-de-final do Brasileiro-2002, domingo, na Vila Belmiro.
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, só concordou em enviar ao rival 3.000 bilhetes. A venda vai acontecer entre amanhã e sábado, com preços reajustados. A arquibancada, setor mais barato, passou de R$ 10 para R$ 15.
Apesar de frustrar as pretensões do rival, o dirigente santista vai enviar mais ingressos do que o mínimo previsto pelo regulamento. Ele é obrigado a reservar para o adversário pelo menos 10% do total de entradas à venda.
De acordo com esse critério, o São Paulo teria direito a cerca de 2.000 bilhetes, já que devem ser vendidos 20.150 entradas, carga liberada pela Polícia Militar.
O clube do Morumbi vai receber 14,8% dos ingressos. "Pelo que diz o regulamento, o Santos está sendo até generoso, mas essa quantidade é pequena para um jogo desse porte e para o tamanho da nossa torcida", declarou Carlos Augusto de Barros e Silva, diretor de futebol do São Paulo.
Irritados, os dirigentes são-paulinos prometem reservar a mesma porcentagem de bilhetes cedida a eles agora para o Santos no segundo jogo, quinta-feira da semana que vem, no Morumbi.
A intenção dos são-paulinos é vender 70 mil bilhetes -só 10.500 seriam enviados ao Santos.
"Eles queriam mais, mas não vão ter", disse Barros e Silva.
O presidente do Santos afirmou que o adversário poderá engrossar a sua torcida com ingressos de outros setores -só haverá divisão na arquibancada. Nas cadeiras, os torcedores dos dois times poderão ficar juntos, o que aumenta o risco de confrontos.
A segurança da torcida e dos jogadores de seu clube também é uma preocupação do presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa. Segundo o dirigente, um número maior de seguranças do que o usado normalmente deverá acompanhar o seu time domingo.
Embora o total de ingressos à venda para a primeira partida seja pouco superior a 20 mil, o Santos requisitou 25.120 bilhetes à CBF. O pedido é um artifício para justificar a utilização da Vila Belmiro em um dos jogos da final, caso o Santos chegue à decisão, já que, nesse caso, tem de ser usado um estádio com capacidade para pelo menos 25 mil pessoas.
Como a sua diretoria, o técnico Oswaldo de Oliveira também não queria jogar no estádio santista.
Parte dos jogadores são-paulinos teme enfrentar um clima hostil. Luis Fabiano, que fez uma banana para a torcida rival na vitória do São Paulo por 3 a 2, na primeira fase, acredita que será alvo de chinelos atirados por torcedores santistas na Vila Belmiro.
Outro que deve ser marcado pela torcida do Santos é Fábio Simplício, que brigou com o meia-atacante Diego depois que ele comemorou seu gol pisando no escudo são-paulino, que fica ao lado do gramado do Morumbi, no último confronto entre os clubes.


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