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Ricardo Teixeira negocia contratação de profissional para estafe da seleção
CBF vai mudar tropa de choque de Scolari
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, passou a tarde de
ontem negociando a contratação
de mais um integrante para trabalhar com o técnico Luiz Felipe
Scolari na Copa do Mundo, que
começa em 31 de maio.
O dirigente já decidiu que vai intervir na comissão técnica da seleção. O nome foi mantido em sigilo pela cúpula da CBF.
Apesar do suspense em relação
ao novo contratado, o perfil já foi
definido pelo dirigente. Teixeira
quer um profissional com experiência em Copa do Mundo. A
mudança se deve à análise feita
pelo dirigente durante a sua viagem com a seleção para Riad, no
início do mês. No último dia 6, a
seleção venceu a Arábia Saudita
por 1 a 0, gol de Djalminha.
Teixeira não gostou do que viu
nos dois dias em que esteve ao lado da seleção nacional. Ele considerou a atual comissão técnica
inexperiente para a disputa de
uma Copa do Mundo e se impressionou com a inércia de alguns integrantes do estafe da equipe.
Com a nova contratação, Flávio
Teixeira, o Murtosa, auxiliar direto de Scolari, e Antônio Lopes,
coordenador técnico da seleção,
deverão perder poder.
Teixeira quer contratar um profissional para ajudar dentro de
campo o trabalho de Scolari.
Com isso, até Murtosa, que já foi
nomeado pela CBF para ser o diretor-geral das seleções de base,
corre o risco de ser "fritado" pela
CBF antes da Copa, seja com a ausência do Mundial ou com o esvaziamento de suas funções.
Murtosa é fiel escudeiro e amigo
íntimo de Scolari, o que dificulta
uma eventual demissão. O auxiliar técnico foi contratado a pedido do treinador. Os dois, que trabalham juntos há mais de 20 anos,
conquistaram diversos títulos por
Grêmio e Palmeiras.
Já Lopes, que parece sem função
desde que foi contratado pela
CBF, em outubro de 2000, certamente será afetado -com perda
do cargo ou de poder.
A idéia do presidente da CBF é
apresentar o novo contratado antes da disputa do amistoso do dia
7 de março, em Cuiabá. Com a decisão, Teixeira segue o mesmo caminho adotado na Copa de 98.
Cerca de três meses antes da disputa do torneio na França, o presidente da CBF contratou o ex-jogador Zico para ser o coordenador técnico da seleção brasileira.
Ele foi imposto pelo dirigente ao
técnico Zagallo. Na ocasião, Teixeira também considerou que o
treinador estava muito isolado e
contratou Zico para discutir a formação tática da equipe -o Brasil
foi vice-campeão da Copa.
Teixeira começou a negociar
ontem a mudança na comissão
técnica depois de comunicar o fato a Scolari, que estava na Europa
desde o período de Carnaval e só
retornou ao país anteontem.
Scolari é o único da comissão
técnica que sabe da decisão de
Teixeira. O treinador vai embarcar no sábado para a Coréia do
Sul. Dos dias 23 a 26, ele vai participar de uma reunião do Conselho Técnico da Fifa, para discutir
assuntos referentes à Copa do
Mundo. Scolari foi o escolhido
para representar a CBF no evento.
Desde o final do Mundial da
França, a seleção já teve três treinadores. Logo após a competição,
Wanderley Luxemburgo foi contratado pela CBF para comandar
a equipe nacional.
Inicialmente ele havia sido contratado para comandar a seleção
até o final da Copa do Mundo de
2002, mas não resistiu à série de
fracassos da equipe nas eliminatórias e na Olimpíada de Sydney.
Ele também perdeu o cargo por
causa da série de denúncias levantadas pela sua ex-secretária Renata Alves e investigadas por CPIs
no Congresso Nacional.
Depois de Luxemburgo, Emerson Leão comandou a seleção,
mas também não resistiu aos vexames da equipe nas eliminatórias. Scolari substituiu Leão em
junho de 2001 e permanecerá no
cargo até a Copa Coréia/Japão.
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