UOL


São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Geração reencontrada

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

A o perder para Camarões anteontem, no Stade de France, a seleção de Parreira conseguiu fundir duas más recordações: a da derrota para a França na final da Copa-98 e a da eliminação nas quartas-de-final da Olimpíada de Sydney-2000, diante de Camarões.
Foi um jogo pífio, com apenas duas jogadas dignas de serem lembradas: a arrancada de Ronaldinho, no finalzinho do primeiro tempo, e o belo gol de Eto'o, por cobertura. O mais irritante não foi o resultado, mas a absoluta falta de brilho e de imaginação do time brasileiro.
Nosso único consolo é saber que, após a derrota, Parreira decidiu mexer no time. Hoje, contra os EUA, Alex deve entrar jogando. Volta-se a formar, assim, uma dupla que três anos atrás parecia que iria marcar época no futebol mundial: Alex e Ronaldinho.
Depois de encantar o público no Pré-Olímpico, a dupla sucumbiu com o restante da equipe de Luxemburgo na desastrosa campanha nos Jogos de Sydney. Por serem os astros do time e seus jogadores mais tarimbados (ambos jogavam na seleção principal), Alex e Ronaldinho acabaram carregando nas costas o peso maior pela desclassificação.
O fracasso foi traumático. Por pouco não tivemos uma geração perdida. Ronaldinho voltou ao Grêmio e logo se reabilitou, sendo vendido para o Paris Saint-Germain e voltando logo à seleção.
Alex passou mais tempo no purgatório, pulando de time em time (Parma, Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro) até se firmar como o grande jogador brasileiro do momento. Agora os dois se reencontram. Não mais meninos-prodígios, mas homens feitos, curtidos na glória e na desgraça.
A circunstância em que refazem sua parceria não é das mais auspiciosas: o Brasil, lanterna de seu grupo e com um time formado às pressas, corre sério risco de desclassificação na Copa das Confederações.
Mas Alex e Ronaldinho estão no auge de seu talento e de sua forma técnica. Não custa sonhar com um belo futebol.
 

Por falar em futebol e em sonhos, todo brasileiro de uma certa idade (como este que vos fala) deve estar eufórico com a volta do Santos a uma final de Libertadores da América, depois de 40 anos.
E a maneira como o Santos chegou lá foi muito emocionante. Por ter perdido tantos gols contra o Independiente Medellín na partida da Vila Belmiro, o time teve uma noite dramática no jogo de volta, quarta-feira, na Colômbia.
A vitória de virada confirmou a maturidade dos garotos e mostrou a amplitude de recursos da equipe. Elano saiu machucado, Robinho não conseguiu escapar da marcação, Ricardo Oliveira estava sem ritmo de jogo, mas o restante do elenco compensou.
Até Reginaldo Araújo, apontado como o ponto fraco do time, fez uma boa partida e deu um passe precioso para o segundo gol. E o outro lateral, Léo, mostrou no gol da vitória que está sempre a postos quando o Santos precisa dele.

Jogo histórico
Palmeiras e Botafogo fazem hoje um jogo decisivo em busca das primeiras colocações da Série B. Independentemente dos pontos em disputa, é uma partida de importância simbólica. Salvo engano, é a primeira vez que dois ex-campeões brasileiros da primeira divisão se enfrentam numa partida da segunda divisão.

Volta, pessoal
Os cruzeirenses devem estar torcendo para o Brasil (e se possível também a Colômbia) ser eliminado logo da Copa das Confederações, para ter de volta seus titulares, que fizeram tanta falta contra o Flamengo. Sem eles, o time mineiro passará por uma prova de fogo no Brasileirão e dificilmente deixará de se chamuscar (leia-se perder a liderança).

E-mail jgcouto@uol.com.br


Texto Anterior: Motor - José Henrique Mariante: O Barrichello de saias
Próximo Texto: Futebol: Brasil tenta afugentar reprise da Copa-66
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.