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FUTEBOL
Geração reencontrada
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
A o perder para Camarões
anteontem, no Stade de
France, a seleção de Parreira conseguiu fundir duas más recordações: a da derrota para a França
na final da Copa-98 e a da eliminação nas quartas-de-final da
Olimpíada de Sydney-2000, diante de Camarões.
Foi um jogo pífio, com apenas
duas jogadas dignas de serem
lembradas: a arrancada de Ronaldinho, no finalzinho do primeiro tempo, e o belo gol de Eto'o,
por cobertura. O mais irritante
não foi o resultado, mas a absoluta falta de brilho e de imaginação
do time brasileiro.
Nosso único consolo é saber
que, após a derrota, Parreira decidiu mexer no time. Hoje, contra
os EUA, Alex deve entrar jogando. Volta-se a formar, assim, uma
dupla que três anos atrás parecia
que iria marcar época no futebol
mundial: Alex e Ronaldinho.
Depois de encantar o público no
Pré-Olímpico, a dupla sucumbiu
com o restante da equipe de Luxemburgo na desastrosa campanha nos Jogos de Sydney. Por serem os astros do time e seus jogadores mais tarimbados (ambos
jogavam na seleção principal),
Alex e Ronaldinho acabaram carregando nas costas o peso maior
pela desclassificação.
O fracasso foi traumático. Por
pouco não tivemos uma geração
perdida. Ronaldinho voltou ao
Grêmio e logo se reabilitou, sendo
vendido para o Paris Saint-Germain e voltando logo à seleção.
Alex passou mais tempo no purgatório, pulando de time em time
(Parma, Flamengo, Palmeiras,
Cruzeiro) até se firmar como o
grande jogador brasileiro do momento. Agora os dois se reencontram. Não mais meninos-prodígios, mas homens feitos, curtidos
na glória e na desgraça.
A circunstância em que refazem
sua parceria não é das mais auspiciosas: o Brasil, lanterna de seu
grupo e com um time formado às
pressas, corre sério risco de desclassificação na Copa das Confederações.
Mas Alex e Ronaldinho estão
no auge de seu talento e de sua
forma técnica. Não custa sonhar
com um belo futebol.
Por falar em futebol e em sonhos, todo brasileiro de uma certa
idade (como este que vos fala) deve estar eufórico com a volta do
Santos a uma final de Libertadores da América, depois de 40 anos.
E a maneira como o Santos chegou lá foi muito emocionante. Por
ter perdido tantos gols contra o
Independiente Medellín na partida da Vila Belmiro, o time teve
uma noite dramática no jogo de
volta, quarta-feira, na Colômbia.
A vitória de virada confirmou a
maturidade dos garotos e mostrou a amplitude de recursos da
equipe. Elano saiu machucado,
Robinho não conseguiu escapar
da marcação, Ricardo Oliveira
estava sem ritmo de jogo, mas o
restante do elenco compensou.
Até Reginaldo Araújo, apontado como o ponto fraco do time, fez
uma boa partida e deu um passe
precioso para o segundo gol. E o
outro lateral, Léo, mostrou no gol
da vitória que está sempre a postos quando o Santos precisa dele.
Jogo histórico
Palmeiras e Botafogo fazem hoje um jogo decisivo em busca
das primeiras colocações da Série B. Independentemente dos
pontos em disputa, é uma partida de importância simbólica.
Salvo engano, é a primeira vez
que dois ex-campeões brasileiros da primeira divisão se enfrentam numa partida da segunda divisão.
Volta, pessoal
Os cruzeirenses devem estar
torcendo para o Brasil (e se possível também a Colômbia) ser
eliminado logo da Copa das
Confederações, para ter de volta seus titulares, que fizeram
tanta falta contra o Flamengo.
Sem eles, o time mineiro passará por uma prova de fogo no
Brasileirão e dificilmente deixará de se chamuscar (leia-se perder a liderança).
E-mail jgcouto@uol.com.br
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