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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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FUTEBOL

Derrota para EUA pode tirar time, que não cai em uma 1ª fase desde o Mundial inglês, da Copa das das Confederações

Brasil tenta afugentar reprise da Copa-66

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE

A seleção brasileira joga hoje, em Lyon, às 16h, contra os EUA, para evitar um tipo de vexame que não conhece há 37 anos.
Se perder dos americanos, o time estará eliminado da Copa das Confederações já na primeira fase caso Camarões e Turquia empatem ou a seleção européia vença.
Desde 1966, quando caiu na fase inicial da Copa do Mundo realizada na Inglaterra, a seleção do Brasil não se despede tão cedo de uma competição adulta organizada pela Fifa que ainda existe.
Nesse período, o país disputou nove Mundiais e outras três edições do campeonato que joga agora em gramados franceses.
Na concentração do time em Saint-Étienne, a possibilidade do fiasco nem é considerada.
"O futebol brasileiro tem todas as condições de vencer os dois jogos que nos restam na primeira fase", diz, confiante, o técnico Carlos Alberto Parreira. Depois do jogo contra os EUA, a equipe nacional volta a campo na segunda-feira, quando pega a Turquia.
Nem algumas das formações mais criticadas da história da seleção brasileira tiveram o destino trágico que ameaça o grupo atual.
Na última Copa das Confederações, por exemplo, o famoso time de Emerson Leão, que tinha o volante Leomar como símbolo, conseguiu chegar, ao menos, às semifinais do certame, quando acabou batido pela França.
Em 1990, no Mundial da Itália, o criticado esquema tático 3-5-2 do técnico Sebastião Lazaroni sobreviveu, com 100% de aproveitamento, à primeira fase da disputa. Caiu em seguida, nas oitavas.
Em outras categorias, o Brasil também nunca passou por uma situação tão ruim. O time sub-20, por exemplo, sempre avançou à segunda fase nas 12 edições do Mundial que disputou.
Para não entrar para a história pela porta do fundo, os mais veteranos pedem motivação extra para os novatos. "Precisamos de duas vitórias, e o grupo sabe bem disso, porque conhece a responsabilidade de defender a seleção brasileira", afirma o capitão e volante Emerson.
Pelo lado da comissão técnica, Parreira prefere não fazer contas.
"Temos que ganhar os dois jogos para não depender de ninguém", diz o treinador.
Nas duas rodadas derradeiras na Copa das Confederações-2003, o Brasil terá duas paradas duras.
Os americanos ocupam atualmente o décimo lugar do ranking da Fifa, enquanto os turcos estão no oitavo posto.
Desde que esse sistema de classificação foi criado, no início dos anos 90, o país não encarava uma fase inicial tão dura como agora em uma competição mundial.
Segundo Parreira, além da boa fase técnica dos adversários, um outro fator atrapalha sua equipe, que ganhou apenas um dos cinco jogos que disputou neste ano.
"Todos os rivais que enfrentaram o Brasil fazem o jogo de suas vidas, e isso dificulta muito o nosso trabalho", afirma o treinador, que repete esse discurso desde que assumiu o cargo.


NA TV - Globo e Rede Vida, ao vivo, às 16h


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