São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002

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Estrangeiros diversificam fontes de renda

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de os clubes europeus também estarem sentindo a crise, no Brasil a situação é pior. E a principal explicação para isso é que as equipes brasileiras não diversificaram as fontes de recursos, ao contrário do que ocorreu na Europa.
De acordo com estudo da agência Pelé Pro, os times nacionais vivem predominantemente dos direitos de TV e da venda de jogadores. De suas receitas, 61% adviriam dos contratos para televisionamento dos campeonatos e 21%, da transferência de atletas.
No Brasil, atividades como licenciamento de produtos são praticamente inexistentes.
Nos anos 90, houve tentativas como a do Bahia, que contratou uma agência especializada em contratos de licenciamento em São Paulo, mas foram poucas as que vingaram.
O Corinthians, por exemplo, quando assinou contrato com o HMTF, fundo norte-americano de investimentos, anunciou que transformaria a exploração de sua marca num grande filão, que seria responsável, já em 2002, por 15% de seu faturamento bruto.
Nada disso ocorreu. Segundo o presidente Alberto Dualib, as receitas com o licenciamento de produtos não chegam a 2%.
Na Europa, a diversificação é muito maior -e a dependência da TV, bem menor.
Na Inglaterra, 29% dos recursos dos clubes da Premier League devem-se à bilheteria, 28%, a atividades comerciais, que incluem o licenciamento de produtos, e 25%, a direitos de TV.
Além de o preço do ingresso e o poder aquisitivo da população inglesa serem mais elevados do que no Brasil, o público médio do Campeonato Inglês nos últimos cinco anos ficou na casa dos 32 mil pagantes. No Brasil, não chegou a 12 mil.
Na Itália, a situação não é muito diferente. Se os direitos de TV correspondem a 35% das fontes de recursos dos clubes locais, a bilheteria corresponde atualmente a 30%.
Na Espanha, onde são vendidos carnês para as temporadas, a bilheteria responde por 25% do faturamento dos clubes, porcentagem idêntica à das receitas de TV. (FS e JCA)


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