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VÔLEI
Mulheres estréiam contra a Tailândia no 1º teste da nova geografia das quadras
Brasil joga Grand Prix para definir seu lugar no mapa
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano passado, o Brasil assistiu
passivo a Itália e EUA redesenharem a geografia do vôlei feminino
no Mundial da Alemanha.
Hoje, superada a crise, a seleção
de Marco Aurélio Motta inicia a
disputa do Grand Prix em busca
de seu lugar no novo mapa.
A estréia será contra a Tailândia, às 10h, em Matera (Itália).
"Somos um novo grupo, mais
maduro, mais coeso. Pelos treinos, acho que estamos 20%, 30%
melhores do que no ano passado.
Agora vamos ver o resultado disso na quadra", afirmou Motta.
No Mundial de 2002, a equipe
brasileira foi alijada da disputa
por medalhas e terminou apenas
na sétima colocação.
Naquela época, o time, renovada às pressas, tentava se recuperar
da conturbada saída de cinco titulares. Processo semelhante, mas
sem brigas com o técnico, enfrentava a seleção cubana.
Diante desse quadro, Rússia e
China chegaram como favoritas à
competição na Alemanha. Mas,
na fase decisiva, acabaram surpreendidas por Itália e EUA.
As campeãs italianas nunca haviam ficado entre as quatro melhores do mundo. As norte-americanas já possuíam uma prata no
currículo, conquistada no longínquo Mundial de Tóquio, em 1967.
Neste ano, com Virna e Raquel,
o cenário da equipe brasileira mudou. E isso ficou claro no primeiro torneio após a volta das rebeladas. Na Volley Masters, em junho,
o Brasil foi terceiro, atrás só da
China, a campeã, e da Rússia.
O GP é o primeiro grande teste
da nova equipe. A competição é a
terceira mais importante do vôlei
feminino, atrás somente do Mundial e dos Jogos Olímpicos.
"Foi um resultado importante
[na Volley Masters], mas os times
vêm mudados e mais fortes para o
Grand Prix", afirmou Motta.
"Russas e chinesas talvez estejam
ainda melhores do que no Mundial. EUA, Itália e nós tentaremos
continuar entre os grandes."
As campeãs de 2002 chegam ao
GP sem três titulares do Mundial:
Mello, Rinieri e Piccinini. Mas, se
dentro da quadra ainda tem problemas para sanar, o time terá a
vantagem na arquibancada.
Neste ano, por causa da epidemia de Sars, o GP deixou a Ásia e
foi para a Itália. Além de contar
com a torcida, o país-sede já tem
vaga assegurada na segunda fase.
Mas, como as demais equipes
de ponta, a Itália deve sofrer com
a nova forma de disputa. Da primeira fase, avançam os três primeiros de cada grupo. A etapa seguinte será por pontos corridos.
"Talvez possa haver um desgaste de um time considerado favorito e isso facilite a vida da nossa
equipe", declarou a líbero Fabi.
Mas antes de se preocupar com
a fase final, o Brasil terá de evitar
um inesperado tropeço na estréia
se quiser buscar o quarto título do
GP. A nova geografia das quadras
não mudou a situação da Tailândia, que continua sendo um adversário bastante inexpressivo.
"Este primeiro jogo irá quebrar
o gelo. Elas não têm muita opções
táticas, muitas variações de jogo.
Só precisamos evitar que usem
bolas rápidas", avaliou Motta.
A única preocupação das brasileiras é a falta de informações sobre o rival. Das 12 jogadoras que
estão na Itália hoje, apenas seis
disputaram o GP no ano passado.
O técnico também é novo.
Na última temporada, as equipes se enfrentaram três vezes. No
Mundial, a Tailândia perdeu por 3
a 0. No GP, foram duas derrotas,
mas o rival ganhou um set.
E uma nova parcial cedida pode
comprometer a campanha brasileira neste ano. O time está em um
grupo que possui Rússia e China
como favoritas e espera se classificar atrás das duas equipes.
O problema é que, mesmo se
não ficar entre os três melhores da
outra chave, a Itália entra na fase
final. Se isso acontecer, desbanca
o pior terceiro colocado.
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