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São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

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VÔLEI

Mulheres estréiam contra a Tailândia no 1º teste da nova geografia das quadras

Brasil joga Grand Prix para definir seu lugar no mapa

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano passado, o Brasil assistiu passivo a Itália e EUA redesenharem a geografia do vôlei feminino no Mundial da Alemanha.
Hoje, superada a crise, a seleção de Marco Aurélio Motta inicia a disputa do Grand Prix em busca de seu lugar no novo mapa.
A estréia será contra a Tailândia, às 10h, em Matera (Itália).
"Somos um novo grupo, mais maduro, mais coeso. Pelos treinos, acho que estamos 20%, 30% melhores do que no ano passado. Agora vamos ver o resultado disso na quadra", afirmou Motta.
No Mundial de 2002, a equipe brasileira foi alijada da disputa por medalhas e terminou apenas na sétima colocação.
Naquela época, o time, renovada às pressas, tentava se recuperar da conturbada saída de cinco titulares. Processo semelhante, mas sem brigas com o técnico, enfrentava a seleção cubana.
Diante desse quadro, Rússia e China chegaram como favoritas à competição na Alemanha. Mas, na fase decisiva, acabaram surpreendidas por Itália e EUA.
As campeãs italianas nunca haviam ficado entre as quatro melhores do mundo. As norte-americanas já possuíam uma prata no currículo, conquistada no longínquo Mundial de Tóquio, em 1967.
Neste ano, com Virna e Raquel, o cenário da equipe brasileira mudou. E isso ficou claro no primeiro torneio após a volta das rebeladas. Na Volley Masters, em junho, o Brasil foi terceiro, atrás só da China, a campeã, e da Rússia.
O GP é o primeiro grande teste da nova equipe. A competição é a terceira mais importante do vôlei feminino, atrás somente do Mundial e dos Jogos Olímpicos.
"Foi um resultado importante [na Volley Masters], mas os times vêm mudados e mais fortes para o Grand Prix", afirmou Motta. "Russas e chinesas talvez estejam ainda melhores do que no Mundial. EUA, Itália e nós tentaremos continuar entre os grandes."
As campeãs de 2002 chegam ao GP sem três titulares do Mundial: Mello, Rinieri e Piccinini. Mas, se dentro da quadra ainda tem problemas para sanar, o time terá a vantagem na arquibancada.
Neste ano, por causa da epidemia de Sars, o GP deixou a Ásia e foi para a Itália. Além de contar com a torcida, o país-sede já tem vaga assegurada na segunda fase.
Mas, como as demais equipes de ponta, a Itália deve sofrer com a nova forma de disputa. Da primeira fase, avançam os três primeiros de cada grupo. A etapa seguinte será por pontos corridos.
"Talvez possa haver um desgaste de um time considerado favorito e isso facilite a vida da nossa equipe", declarou a líbero Fabi.
Mas antes de se preocupar com a fase final, o Brasil terá de evitar um inesperado tropeço na estréia se quiser buscar o quarto título do GP. A nova geografia das quadras não mudou a situação da Tailândia, que continua sendo um adversário bastante inexpressivo.
"Este primeiro jogo irá quebrar o gelo. Elas não têm muita opções táticas, muitas variações de jogo. Só precisamos evitar que usem bolas rápidas", avaliou Motta.
A única preocupação das brasileiras é a falta de informações sobre o rival. Das 12 jogadoras que estão na Itália hoje, apenas seis disputaram o GP no ano passado. O técnico também é novo.
Na última temporada, as equipes se enfrentaram três vezes. No Mundial, a Tailândia perdeu por 3 a 0. No GP, foram duas derrotas, mas o rival ganhou um set.
E uma nova parcial cedida pode comprometer a campanha brasileira neste ano. O time está em um grupo que possui Rússia e China como favoritas e espera se classificar atrás das duas equipes.
O problema é que, mesmo se não ficar entre os três melhores da outra chave, a Itália entra na fase final. Se isso acontecer, desbanca o pior terceiro colocado.


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