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TÊNIS
Coisas estranhas
THALES DE MENEZES
Bem, todos que acompanham
o esporte das raquetes viram que
Cédric Pioline fez para a França
diante do Brasil o que Gustavo
Kuerten fez para o Brasil diante
da Espanha: sobrou na disputa.
Não teve para ninguém. Sujeito
que passa por um confronto de
quartas-de-final da Davis sem
ter o saque quebrado não precisa provar mais nada.
Além de Pioline, ajudou muito
o fato de a equipe francesa ter
uma dupla de verdade, dois caras que passam o ano jogando
juntos. O Brasil insistiu em
manter Kuerten ao lado de Jaime Oncins, decisão baseada numa invencibilidade meio capenga da dupla na Davis, já que
venceram duplas um tanto obscuras e em muitos jogos, como
no confronto com a Espanha,
Kuerten jogou para cobrir as deficiências do parceiro.
O Brasil era favorito, mas Pioline apareceu. E junto dele o estranho problema físico de Kuerten no primeiro jogo, na vitória
sobre Sebástien Grosjean.
O que foi aquilo? Cãibras no
braço, depois no outro? Nas pernas? Nos dedos? Em 29 anos
acompanhando tênis, este colunista nunca viu nada igual.
Apesar da vitória, foi ali que o
Brasil começou a perder. Porque, depois, Kuerten foi só uma
pálida sombra do tenista que é.
Parece que os grandes astros
brasileiros têm problemas em
decisões jogadas em solo francês
no mês de julho. Um ano depois
de Ronaldo na Copa, as cãibras
de Kuerten. Assim fica difícil.
Falando em coisas estranhas
na Davis, foi absurda a escalação de Pete Sampras apenas na
dupla americana diante da Austrália. Jogando bem, deu aos
EUA seu único ponto no confronto. Nos outros dias, Todd
Martin e Jim Courier perderam
todas. Se Sampras jogou inteiraço na dupla, porque escalar
Martin? Não faz sentido. Mais
um vexame dos EUA, e num ano
em que o título era barbada.
Aliás, como era barbada a presença do Brasil na final se passasse pela França. Porque pegaria, em casa, a mediana Bélgica.
NOTAS
Cinco vezes um
A partir da próxima segunda-feira, Patrick Rafter vai ser o
quinto jogador a ocupar o topo
do ranking da ATP em 1999. E
mais dois tenistas têm chances
de ocupar a posição até o final
da temporada: Gustavo Kuerten (apesar de os pisos das quadras do segundo semestre não
ajudarem muito) e o britânico
Tim Henman (pode ser número um com um título no US
Open, o que não é impossível).
Definitivamente, Sampras teve
o último longo reinado.
Curiosidade
Cultura de almanaque. O circuito terá agora o maior número de jogadores em atividade
que já ocuparam o primeiro lugar no ranking mundial: nove.
São eles Boris Becker (que decidiu jogar mais dois torneios antes de parar), Jim Courier, Pete
Sampras, Andre Agassi, Thomas Muster, Marcelo Ríos,
Carlos Moyá, Yevgeny Kafelnikov e Patrick Rafter.
E-mail thales@folhasp.com.br
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