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ATLETISMO
Triplista conquista a quinta marca do dia e retoma tradição brasileira nos Jogos
Com um salto, Jadel recoloca país na decisão após 24 anos
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
O romeno Marian Oprea já havia saltado 17,44 m -uma boa
marca- quando Jadel Gregório
foi à pista. O brasileiro pediu palmas para marcar o passo até a
área de salto. Correu e atingiu
17,20 m, distância suficiente para
fazê-lo abrir mão das duas outras
tentativas que ainda tinha direito.
Ao final da disputa, havia feito a
quinta melhor marca, garantindo
lugar na final de amanhã.
Depois de 24 anos, um brasileiro volta a decidir o ouro no salto
triplo. Desde João do Pulo, bronze
em Moscou-80, isso não ocorria.
"Não saltei bem, mas o importante era ir à final. Lá, espero encaixar um bom salto", avaliou.
O paranaense retoma a tradição
do país na prova. Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e
João do Pulo ganharam seis medalhas, metade do total do Brasil
no atletismo olímpico. O trio obteve dois ouros, uma prata e três
bronzes. Adhemar é o único bicampeão olímpico do país.
Para o país voltar ao lugar mais
alto do pódio, porém, Jadel, 23, terá que superar o favoritismo do
sueco Christian Olsson, 24, que,
assim como o brasileiro, executou
apenas um salto ontem. Mas, com
os 17,68 m da primeira tentativa,
conseguiu a melhor marca das eliminatórias.
"O Jadel é um grande adversário. Ele segurou um pouco hoje,
mas com certeza vai disputar medalha", afirmou o sueco.
Assim como Jadel e Olsson,
mais três atletas pularam apenas
uma vez: Oprea, o inglês Phillips
Idowu e o cubano Yoandri Betanzos. A grande ausência na final será o norte-americano Melvin Lister. O saltador havia obtido o melhor salto do ano -17,78 m, no
mês passado. Ontem, porém, não
passou de um medíocre 16,64 m.
Sem Lister, Jadel passa a ser o
dono da melhor marca do ano entre os finalistas. Ele saltou 17,72 m
em junho, no Troféu Brasil, em
São Paulo. O melhor salto de Olsson em 2004 foi o de ontem.
Outro atleta bem cotado, o bahamense Leevan Sands, medalha
de bronze no Mundial de Paris-03, também não atingiu o índice
de excelência de 17 metros.
Apesar dessas ausências, Jadel
crê que a disputa será acirrada.
"Acredito que a final será de altíssimo nível. Pode até haver quebra de recorde", afirmou Jadel, referindo-se à marca do britânico
Jonathan Edwards, de 18,29 m.
"Não tenho dúvida de que tenho habilidade para saltar mais
de 18 m. Não posso dizer quando
isso vai ocorrer. Mas um dia chegarei lá. Por que não em Atenas?"
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