São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2004

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ATLETISMO

Triplista conquista a quinta marca do dia e retoma tradição brasileira nos Jogos

Com um salto, Jadel recoloca país na decisão após 24 anos

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

O romeno Marian Oprea já havia saltado 17,44 m -uma boa marca- quando Jadel Gregório foi à pista. O brasileiro pediu palmas para marcar o passo até a área de salto. Correu e atingiu 17,20 m, distância suficiente para fazê-lo abrir mão das duas outras tentativas que ainda tinha direito.
Ao final da disputa, havia feito a quinta melhor marca, garantindo lugar na final de amanhã.
Depois de 24 anos, um brasileiro volta a decidir o ouro no salto triplo. Desde João do Pulo, bronze em Moscou-80, isso não ocorria.
"Não saltei bem, mas o importante era ir à final. Lá, espero encaixar um bom salto", avaliou.
O paranaense retoma a tradição do país na prova. Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João do Pulo ganharam seis medalhas, metade do total do Brasil no atletismo olímpico. O trio obteve dois ouros, uma prata e três bronzes. Adhemar é o único bicampeão olímpico do país.
Para o país voltar ao lugar mais alto do pódio, porém, Jadel, 23, terá que superar o favoritismo do sueco Christian Olsson, 24, que, assim como o brasileiro, executou apenas um salto ontem. Mas, com os 17,68 m da primeira tentativa, conseguiu a melhor marca das eliminatórias.
"O Jadel é um grande adversário. Ele segurou um pouco hoje, mas com certeza vai disputar medalha", afirmou o sueco.
Assim como Jadel e Olsson, mais três atletas pularam apenas uma vez: Oprea, o inglês Phillips Idowu e o cubano Yoandri Betanzos. A grande ausência na final será o norte-americano Melvin Lister. O saltador havia obtido o melhor salto do ano -17,78 m, no mês passado. Ontem, porém, não passou de um medíocre 16,64 m.
Sem Lister, Jadel passa a ser o dono da melhor marca do ano entre os finalistas. Ele saltou 17,72 m em junho, no Troféu Brasil, em São Paulo. O melhor salto de Olsson em 2004 foi o de ontem.
Outro atleta bem cotado, o bahamense Leevan Sands, medalha de bronze no Mundial de Paris-03, também não atingiu o índice de excelência de 17 metros.
Apesar dessas ausências, Jadel crê que a disputa será acirrada.
"Acredito que a final será de altíssimo nível. Pode até haver quebra de recorde", afirmou Jadel, referindo-se à marca do britânico Jonathan Edwards, de 18,29 m.
"Não tenho dúvida de que tenho habilidade para saltar mais de 18 m. Não posso dizer quando isso vai ocorrer. Mas um dia chegarei lá. Por que não em Atenas?"


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