São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2006

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Brasil joga sorte contra "Scolari das quadras"

Seleção precisa bater Turquia amanhã para melhorar sua posição no Mundial

Equipe turca é dirigida por Bogdan Tanjevic, treinador que caiu diante do Sírio em Mundial de clubes e alterou trajetória de Oscar e Marcel


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele quase não se senta no banco durante as partidas. Fica à beira da quadra gritando e cobrando empenho dos atletas. Teve pulso firme para barrar Hedo Turkoglu (Orlando) e Mehmet Okur (Utah) do time.
Até aqui, tal estratégia deu resultado. Bogdan Tanjevic, 59, o Boscia, fez a Turquia vencer seus dois primeiros compromissos no Mundial de basquete do Japão, contra Lituânia (76 a 74) e Austrália (76 a 68).
De nona no Europeu-05 -só viajou ao Japão graças a convite da Federação Internacional de Basquete-, a Turquia divide a liderança do Grupo C, o mais equilibrado da competição, com a Grécia, campeã européia.
Amanhã, às 7h, quando colocar sua equipe em quadra para enfrentar o Brasil, Boscia reencontrará o país com o qual viveu alegrias e dissabores.
Em 1979, quando dava seus primeiros passos na carreira, levou o Bosna, da ex-Iugoslávia, ao título europeu. Com isso, classificou a equipe para disputar a Copa William Jones, espécie de Mundial de clubes não-oficial, em São Paulo.
Na partida final, o Bosna pegou o Sírio de Oscar e Marcel. Os europeus venciam por dois pontos faltando dois segundos para o fim, quando Oscar recebeu falta e empatou o duelo. O Sírio venceu na prorrogação.
Anos depois, foi dirigir o Caserta, na Itália, e avalizou a contratação dos antigos algozes.
"Ele me fez virar outro jogador. É um apaixonado, que briga, cobra, mas também é um paizão. Se fosse comparar com alguém, diria que é o Felipão das quadras", lembra Oscar.
"Achava que conhecia basquete até ir treinar no time do Boscia. Sou uma colcha de retalhos dos meus antigos treinadores. Mas ele foi um dos que mais me influenciaram na carreira de técnico", conta Marcel.
Os maiores astros do time nacional que foi medalhista pela última vez em um Mundial -bronze nas Filipinas em 1978- temem pela sorte do Brasil no confronto de hoje.
"Os jogadores morrem na quadra pelo Boscia. Ele sabe tirar o máximo", analisa Marcel.
"O Brasil precisa tomar cuidado. Os times dele são muito perigosos", comenta Oscar.

NA TV - Mundial de basquete
Hoje: Sportv, França x Nigéria, ao vivo, às 7h; Amanhã: China x Porto Rico, Sportv, à 1h30; Grécia x Austrália, Sportv e ESPN Brasil, às 4h30

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