JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Schumacher volta na Bélgica, pelo menos é o que indicam as 65 voltas de ontem, em Mugello.
Havia dúvidas sobre o resultado do teste. Era para ser fechado, sem acesso à imprensa. Schumacher foi bem de manhã. Resolveram abrir o autódromo à tarde.
Tudo deu certo. Tudo pode dar certo também em Spa, esse é o pensamento dos responsáveis pela Ferrari, que previram e constataram, na Hungria, a fragilidade de Irvine e de sua liderança neste Mundial.
Como já disse Todt, a escuderia simplesmente aposta em Schumacher, afinal, a coisa ainda não está no âmbito do impossível -basta fazer as contas, duas vitórias consecutivas e um pouco de azar dos rivais o colocam de volta no páreo.
Irvine, no outro carro, é apenas mais um elemento a ser administrado. Se a situação do campeonato assim exigir, contará com a ajuda até do alemão, afinal, ninguém é louco e 20 anos é muito tempo.
Mas se repetir fiascos como o de Budapeste e acabar sendo ultrapassado pelo companheiro na tabela, voltará a ser o que sempre foi, o segundo piloto.
Irvine, aliás, será facilmente administrável. Instigado por Todt, venceu duas corridas e falou muito. Perdeu a terceira, e ouviu do chefe que só o "outro" resolveria a parada, já que não tem competência para tanto.
E vai ouvir agora que terá carta branca para lutar pelo título contra Hakkinen. Mas, também, que, se dormir no ponto, o alemão vai surgir como um trator em seu espelhinho.
Um final de campeonato que tem tudo para ser o mais espetacular dos últimos anos, talvez com mais de dois pilotos na luta pelo título, algo que há tempos não se vê na F-1 -pena que Coulthard, por incompetência e por contrato, não possa ser incluído neste seleto grupo.
Claro, tudo isso se Schumacher voltar em Spa. E voltar do jeito que a torcida alemã anseia.
Schumacher tem uma rara chance de fazer história.

NOTAS

Rio x SP
Tamas Rohonyi, promotor do GP Brasil, garantiu a jornalistas que não há a mínima chance de a etapa brasileira da F-1 acontecer no Rio, no ano que vem, informação que circulou na mídia carioca.

F-3000
Nick Heidfeld é campeão e deve acertar com Alain Prost sua ascensão à F-1. E, entre os brasileiros, Max Wilson, após três anos na categoria, deve optar pela Indy. Luciano Burti, líder da F-3 inglesa, deverá ser seu substituto na equipe bancada pela Petrobras.

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A partir de hoje, a coluna passa a ter um endereço eletrônico, com séculos de atraso, justificáveis apenas pela aversão do autor ao que chamam de tecnologia. Antes de questionarem, questiono: alguém, por acaso, tem uma cópia em VHS de "O Fabuloso Fittipaldi?".

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