São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Letárgico em casa, Corinthians perde embalo e lamenta

Fernando Santos/Folha Imagem
Rafael Moura tenta se livrar da marcação vascaína pouco antes de marcar o gol do Corinthians


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de três derrotas neste ano, o Vasco freou a reação do Corinthians no Brasileiro.
O time tropeçou no Pacaembu e interrompeu sequência de seis vitórias e quatro partidas sem levar gols. O 1 a 1 deixou a equipe do técnico Emerson Leão com 31 pontos, na 13ª posição, seis a menos que o Vasco, o sexto, e mais longe da disputa por uma vaga na Libertadores.
"Num dia desagradável, fica o aprendizado e o alerta definitivo de que ninguém vence fora de campo", lamentou Leão.
Além do mau resultado, que deixa ainda o time próximo da zona de rebaixamento, fora de campo as desavenças entre o presidente corintiano, Alberto Dualib, e Kia Joorabchian continuam. Um dia após o cartola corintiano anunciar a aliados que Renato Duprat e Nojan Bedroud serão os substitutos de Kia no comando da parceria, o iraniano o desmentiu.
Por meio de sua assessoria, disse que Nojan não terá alterada sua função de diretor financeiro da empresa e que Duprat não assumirá cargo na MSI. Kia reafirmou seu posto de presidente da parceira do clube.
O Vasco veio a campo com sede de vingança. Marcava forte, dominava os corintianos e saía em velocidade para o ataque. Com menos de dez minutos de jogo, o torcedor teve motivos para pânico: uma defesa precisa de Marcelo, um chute venenoso no travessão e uma bola que explodiu nas costas salvadoras de Marcelo Mattos e evitou o gol dos cariocas.
Os raçudos corintianos destes novos tempos de Leão não estavam em campo. O time estava letárgico. Acompanhava, com passividade irritante, os vascaínos trocarem passes e dominarem o jogo. Até a torcida corintiana murchou diante da sonolência da equipe. E o Vasco definitivamente se sentiu em São Januário até na arquibancada. A pequena e barulhenta torcida vascaína chamava Leão de Clodovil.
Aí era demais. Os corintianos acordaram. Ofenderam o técnico Renato Gaúcho. E o time se mexeu, com os avanços de César pela esquerda.
A equipe carecia ainda de bom futebol, mas já equilibrava a partida. De forma irônica, quando o Corinthians começava a se ajustar, um chute venenoso de Andrade, em cobrança de falta, pôs o Vasco à frente.
Em vantagem, os cariocas recolheram-se. Mas o poder de fogo rival não existia. O Vasco, em contragolpes, estava mais perto do segundo gol. Marcelo era o único aplaudido em campo. Leão perdeu a paciência e trocou três de uma vez.
Roger, Carlos Alberto e Amoroso deixaram o campo vaiados. Entraram Rosinei, Ramon e Nadson. O futebol continuou fraco, mas a estrela de Leão brilhou. Após escanteio e confusão na área, Rafael Moura empatou. Tudo ficou diferente. A torcida, eufórica, e o time, vibrante. Faltou pouco, mas o Corinthians acordou tarde.
No domingo, pegará o Inter no Sul. Na quarta, enfrentará na Copa Sul-Americana o argentino Lanús, time com o qual Leão, então no Atlético-MG, se desentendeu em 1997, na final da Copa Conmebol. Agredido, ele teve afundamento da face.


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