São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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CARLOS SARLI

Dá pra fazer melhor

NEM LEMBRO quando foi a última vitória de um brasileiro em uma etapa do WCT. Lembro da primeira, de Fábio Gouveia, no Guarujá, em 1990, um ano depois de estrear na elite. Lembro da segunda, a primeira no exterior, do mesmo Fabinho, na França, em 1991. Depois foi a vez de Teco Padaratz, que nutria uma saudável rivalidade com o parceiro-irmão de equipe, Fábio, e começava a se sentir para trás com as vitórias do colega. Teco venceu no Rio em 91, ano que terminou com outra vitória brasileira, novamente de Fabinho, esta no Havaí. Os dois estavam há três anos no Tour e já somavam quatro vitórias.
Nos anos seguintes, apesar do crescente número de brasileiros entre os melhores do mundo -chegamos a ter 11 representantes-, as vitórias foram diminuindo, mas continuamos registrando grandes resultados: Fabinho, no Japão, em 92; Teco, numa espetacular vitória sobre Kelly Slater no ano que ele chegaria ao seu segundo título, em Hossegor (França), em 94; Ricardo Tatuí em Biarritz (França), em 94; e Victor Ribas em Lacanau (França), em 95. De lá para cá, Peterson Rosa venceu no Rio, em 98, e Neco Padaratz triunfou em Huntington, na Califórnia (EUA), após conquistar a vaga a partir das triagens, já que não estava ranqueado na elite em 99, e na França, país que lhe deu essa alegria em 2002 e, no ano seguinte, a tristeza de puni-lo pelo exame antidoping.
Ah, foi essa a última vitória brasileira no circuito, em 2002. Sem computar o período de 1976, quando o circuito foi realizado pela primeira vez, a 1989, porque não participávamos efetivamente, são quase 18 anos no Tour e 12 vitórias brasileiras, média pífia de 0,66 ao ano e que fica muito pior ao considerarmos que cada temporada tem 11 ou 12 provas.


Após resultados expressivos nos anos 90, surfe nacional não registra uma vitória no circuito mundial desde 2002

A sétima das 11 provas deste ano acabou no sábado em Lower Trestles, na Califórnia. O campeão foi o australiano Bede Durbidge, 23, que estreou no WCT em 2005 e só seguiu na elite deste ano graças ao resultado no WQS, o ranking de acesso. Para chegar à final, Durbidge enfrentou pedreiras como Andy Irons e o atual vice-líder, Taj Burrow. Chegou à final, não se intimidou diante do heptacampeão mundial e defensor do título em Trestles, Kelly Slater, e obteve a sua primeira vitória.
Durbidge ocupa a décima posição na elite e não é o único novato a surpreender: o americano Bobby Martinez, 32, em sua primeira temporada de WCT, já está em quarto lugar, com respeitável vitória em Teahupoo, Taiti, na soma de resultados.
Começamos bem o ano, com Adriano "Mineirinho" de Souza indo ao pódio e Raoni Monteiro ficando na quinta posição na etapa de abertura na Austrália. Mas, depois, entre contusões e desclassificações, chegamos à reta final do Tour disputando a ponta de baixo do ranking. Dá para fazer melhor, os exemplos acima evidenciam isso. Amanhã começa a etapa francesa, país no qual temos o melhor retrospecto.

MUNDIAL DE KITESURFE
Começam em João Pessoa (PB) as finais de freestyle do Superkite Brasil, última etapa do circuito. Aaron Hadlow (ING), 17, e Kevin Langeree (HOL), 18, buscam o título. No feminino, Kristin Boese (ALE), 29, é favorita ao bi, e a brasileira Bruna Kajiya, 19, pode ser vice.

SELETIVAS DO MUNDIAL
Começa amanhã, no Rio, a primeira das quatro provas que definirão os sul-americanos que irão ao Mundial sub-20 de surfe em janeiro, na Austrália. São cinco vagas no masculino e duas no feminino.

12 HORAS DE CICLISMO
Num circuito de 12,4 km em Paranapanema, SP, ocorre a Momentum Super, que larga domingo à 0h.

DOCUMENTÁRIO NO SPORTV
O premiado "Fábio Fabuloso" será exibido no sábado, às 21h15.

sarli@trip.com.br


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