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MALOQUEIRO E SOFREDOR
Corintianos confrontam polícia e não celebram título; fotógrafo da Folha sofre agressão
Após briga, torcida esquece "é campeão"
DA REPORTAGEM LOCAL
O importantíssimo empate curiosamente não fez a torcida corintiana gritar "é campeão", como já acontecia nos últimos jogos. Foram os colorados, mais
prejudicados com o resultado,
que saíram comemorando um
título, ainda que em tom irônico.
"Viemos aqui só para comemorar o título", disse o colorado
Leonardo dal Carobo, 25, natural
de Porto Alegre. "Isso daqui foi
uma vergonha, foi uma roubalheira", completou, revoltado
com o pênalti não marcado por
Márcio Rezende de Freitas, que
terminou na expulsão de Tinga.
Se faltou confiança no fim do
jogo para a torcida corintiana,
não faltou o tradicional sofrimento desde antes do jogo.
Do lado de fora do estádio, torcedores passavam pelo habitual
corpo-a-corpo na entrada.
Quando as grades móveis do isolamento foram derrubadas, o Pacaembu viveu cenas medievais.
Soldados montados da Polícia
Militar empunhavam espadas
enferrujadas na tentativa de conter a invasão. Viam-se empurra-empurra, correria, animais sendo projetados para cima dos torcedores e arremessos de garrafas
sobre os cavaleiros sem distinção. Quando o primeiro tempo já
tinha 10min decorridos, a aglomeração finalmente se transformou em duas filas. A praça de
guerra ganhava ares de parque.
Agressão
O fotógrafo Emiliano Capozoli, colaborador da Folha, foi agredido ontem por policiais militares quando cobria a entrada de
torcedores pelo portão principal
do estádio do Pacaembu.
Capozoli foi arrastado pela
multidão que tentava entrar no
estádio pulando a catraca, quando policiais militares começaram
a reprimir a invasão. Com um
machucado na testa, o fotógrafo
acusou o policial militar Leandro
Pavani Agostinho de ter-lhe desferido uma joelhada na cabeça.
Capozoli foi levado pela PM ao
23º Distrito Policial, no bairro de
Perdizes. Lá, Agostinho disse ao
delegado ter pedido que o fotógrafo apresentasse ingresso para
o jogo, o que ele não fez. Como
Capozoli não concordou em sair
do estádio, o PM levou-o ao DP,
onde foi lavrado termo circunstanciado por desobediência.
De seu lado, o fotógrafo apresentou queixa de agressão contra
o PM e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para exame.
(MÁRVIO DOS ANJOS)
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