DA REPORTAGEM LOCAL

O ano está no fim. A equipe, desfalcada. O campeonato não é prioridade nem causa furor. De onde tirar motivação?
É essa pergunta que a seleção masculina de vôlei tentará responder a partir da madrugada de amanhã, na Copa dos Campeões.
O primeiro a arriscar palpite é o técnico Bernardinho.
"Esta competição não é a primeira no ranking de importância, mas sempre que entramos em alguma coisa é para ganhar", disse.
Sem o ponta Dante, machucado, Bernardinho terá a chance de testar mais os jovens Murilo, 24, e Samuel Fuchs, 21, e também o "novato" do grupo, Ezinho, 26.
Para os jogadores, a motivação surge de algo bem mais emocional. Os EUA, adversário na estréia à 1h de amanhã, são o alvo.
O time norte-americano bateu o Brasil na final da Copa América, em São Leopoldo (RS), em agosto. Com a derrota, a mais vitoriosa equipe da história do vôlei do país manteve o tabu de não ser campeã diante de sua torcida.
"Na Itália [onde o time fez alguns treinos antes da viagem para o Japão] já praticamos pensando nos EUA. A final da Copa América ficou engasgada. Além disso, é sempre um prazer estar na seleção com um grupo vencedor", disse o central Gustavo.
Vencer a Copa dos Campeões, disputada por pontos corridos no Japão, também pode evitar a manutenção de outro tabu.
O torneio é um dos poucos que a seleção não venceu com Bernardinho -foi vice em 2001.
O único título dos brasileiros foi conquistado em 1997, quando Radamés Lattari era o treinador.
"Estamos muito bem fisicamente e vamos jogar para ganhar", disse o oposto Anderson.
Um dos fatores de atenção da comissão técnica é a correria do torneio. Em primeiro lugar, pela viagem de ida. O Brasil passou três dias na Itália e, depois, levou 11 horas no vôo até Osaka. Depois, faz dois jogos e folga um dia para se deslocar até Tóquio. No primeiro dia de treinos, Rodrigão foi poupado por causa de tendinite na coxa esquerda. O ponta Giba não executou jogadas de ataque, pois sentia dores na coxa direita. Os dois, porém, não preocupam.