São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

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TÊNIS

O dia em que Anna Kournikova me quis

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Falam que todo homem deve estar preparado para, um dia, ficar preso em um elevador com sua musa. Alguns até negociam essa situação com a própria mulher ("Se eu ficar cinco minutos preso com a Fernanda Lima, nem digo "oi". Mas, se passar de dez, posso puxar papo?").
Nunca acreditei que isso pudesse rolar para mim. Considero fantasia pura, brincadeira, sacadinha de publicitário colocar a Gisele Bündchen no elevador para vender celular com câmera fotográfica. Talvez, por isso, não me senti preparado para o que viria a acontecer quando subi os 13 andares que separavam o quarto 2.408 do restaurante no último andar do Le Meridien, no Rio.
A ida ao restaurante era para uma conversa a sós com Martina Hingis, uma entrevista à Folha. Mas, quem apareceu antes, entre o elevador e o restaurante, foi uma amiga de Anna Kournikova. E com um recadinho singelo: já que eu falaria com Martina, teria também de conversar com Anna.
Mas... "Havia combinado entrevistar só a Martina", soltei abestalhado e surpreso. "O combinado com o jornal é a Martina e tenho medo de frustrar Anna se não conseguir espaço para a entrevista", inventei. "Mas será que temos tempo? Ela não treina hoje?", perguntei, sem pensar, parecendo até que tivesse medo.
Aceitei encontrar Anna Kournikova quando a mensagem dela ficou clara: não admitiria sob hipótese alguma que eu falasse com Martina e, depois, virasse as costas para ela e fosse embora.
Então, leitor, aqui conto esta história: horas depois, eu já estava sentado à mesa quando Anna veio em minha direção. Vestindo calça de abrigo, camiseta branca, calçando tênis, cabelos loiros presos atrás e rosto sorridente. ""Rei-xus" parece francês", disse Anna, buscando decifrar o meu nome.
"Preso no elevador" com Anna, soltei de cara o chavão-básico de qualquer sujeito despreparado nessa situação: "Você não costuma vir muito por aqui...".
Anna, extremamente amigável e sorridente, me contou da vinda anterior para cá, lamentando que sempre fica pouco tempo e que gostaria de "explorar melhor o país". Aceitou uma Coca Light, à qual solicitei mais do que prontamente ao garçom.
Riu muito quanto perguntei se era verdade que investiria na carreira de atriz. "Na verdade, nunca falei que queria ser atriz. São as pessoas que dizem. Não acredite em tudo o que falam sobre mim." E ria, gostosamente...
Conversamos até sobre tênis! Ela me contou que, das tenistas russas, só é amiga de Anastasia Myskina e Elena Likhovtseva. Soltou que, entre Sharapova e Hingis, não necessariamente torce pela sua compatriota.
No fim, juro, ela perguntou se eu iria ao jogo do Guga naquela noite. Ao meu singelo "Claro!", disse: "Então, eu te vejo por aí". E, caro leitor, vi e revi Anna não só no jogo do Guga, mas pelo hotel.
Na noite seguinte, milhares de brasileiros se frustraram quando ela abandonou o jogo-exibição contra Hingis. Eu, honestamente, não. Meu negócio com Anna Kournikova já tinha rolado no dia anterior.

Novos campeões?
São 24 os tenistas que estão em pré-temporada com Larri Passos, em Camboriú (SC). Entre os destaques, Bruno Rosa, Caio Zampieri e Moacir Santos, este último uma aposta do treinador. Dos 24, 12 são tenistas criados em seu próprio programa social.

Novo campeão
Luiz Fernando de Oliveira Santos, 17, venceu o já tradicional Favela Open. O torneio, idealizado por Jorge Nascimento, chegou à décima edição em 2005. A cada ano, ganha mais gente e apoiadores.

Ex-campeã
É em Gold Coast, na Austrália, a partir do dia 1º de janeiro, que teremos Martina Hingis de volta ao circuito profissional.

E-mail reandaku@uol.com.br


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