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TÊNIS
O dia em que Anna Kournikova me quis
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Falam que todo homem deve
estar preparado para, um
dia, ficar preso em um elevador
com sua musa. Alguns até negociam essa situação com a própria
mulher ("Se eu ficar cinco minutos preso com a Fernanda Lima,
nem digo "oi". Mas, se passar de
dez, posso puxar papo?").
Nunca acreditei que isso pudesse rolar para mim. Considero fantasia pura, brincadeira, sacadinha de publicitário colocar a Gisele Bündchen no elevador para
vender celular com câmera fotográfica. Talvez, por isso, não me
senti preparado para o que viria a
acontecer quando subi os 13 andares que separavam o quarto
2.408 do restaurante no último
andar do Le Meridien, no Rio.
A ida ao restaurante era para
uma conversa a sós com Martina
Hingis, uma entrevista à Folha.
Mas, quem apareceu antes, entre
o elevador e o restaurante, foi
uma amiga de Anna Kournikova.
E com um recadinho singelo: já
que eu falaria com Martina, teria
também de conversar com Anna.
Mas... "Havia combinado entrevistar só a Martina", soltei
abestalhado e surpreso. "O combinado com o jornal é a Martina e
tenho medo de frustrar Anna se
não conseguir espaço para a entrevista", inventei. "Mas será que
temos tempo? Ela não treina hoje?", perguntei, sem pensar, parecendo até que tivesse medo.
Aceitei encontrar Anna Kournikova quando a mensagem dela ficou clara: não admitiria sob hipótese alguma que eu falasse com
Martina e, depois, virasse as costas para ela e fosse embora.
Então, leitor, aqui conto esta
história: horas depois, eu já estava sentado à mesa quando Anna
veio em minha direção. Vestindo
calça de abrigo, camiseta branca,
calçando tênis, cabelos loiros presos atrás e rosto sorridente. ""Rei-xus" parece francês", disse Anna,
buscando decifrar o meu nome.
"Preso no elevador" com Anna,
soltei de cara o chavão-básico de
qualquer sujeito despreparado
nessa situação: "Você não costuma vir muito por aqui...".
Anna, extremamente amigável
e sorridente, me contou da vinda
anterior para cá, lamentando que
sempre fica pouco tempo e que
gostaria de "explorar melhor o
país". Aceitou uma Coca Light, à
qual solicitei mais do que prontamente ao garçom.
Riu muito quanto perguntei se
era verdade que investiria na carreira de atriz. "Na verdade, nunca falei que queria ser atriz. São
as pessoas que dizem. Não acredite em tudo o que falam sobre
mim." E ria, gostosamente...
Conversamos até sobre tênis!
Ela me contou que, das tenistas
russas, só é amiga de Anastasia
Myskina e Elena Likhovtseva.
Soltou que, entre Sharapova e
Hingis, não necessariamente torce pela sua compatriota.
No fim, juro, ela perguntou se
eu iria ao jogo do Guga naquela
noite. Ao meu singelo "Claro!",
disse: "Então, eu te vejo por aí". E,
caro leitor, vi e revi Anna não só
no jogo do Guga, mas pelo hotel.
Na noite seguinte, milhares de
brasileiros se frustraram quando
ela abandonou o jogo-exibição
contra Hingis. Eu, honestamente,
não. Meu negócio com Anna
Kournikova já tinha rolado no
dia anterior.
Novos campeões?
São 24 os tenistas que estão em pré-temporada com Larri Passos, em
Camboriú (SC). Entre os destaques, Bruno Rosa, Caio Zampieri e
Moacir Santos, este último uma aposta do treinador. Dos 24, 12 são
tenistas criados em seu próprio programa social.
Novo campeão
Luiz Fernando de Oliveira Santos, 17, venceu o já tradicional Favela
Open. O torneio, idealizado por Jorge Nascimento, chegou à décima
edição em 2005. A cada ano, ganha mais gente e apoiadores.
Ex-campeã
É em Gold Coast, na Austrália, a partir do dia 1º de janeiro, que teremos Martina Hingis de volta ao circuito profissional.
E-mail reandaku@uol.com.br
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