São Paulo, Sábado, 22 de Janeiro de 2000


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FUTEBOL
Campanha corintiana faz ex-patrocinadora ter mais visibilidade do que rival no segundo semestre
Batavo bate Parmalat na mídia em 99

FERNANDO MELLO
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

A vitoriosa campanha do Corinthians no segundo semestre do ano passado, quando o clube conquistou seu terceiro título brasileiro, assegurou à Batavo, ex-patrocinadora da equipe, uma vitória sobre a Parmalat, co-gestora do Palmeiras, na "guerra caseira" por espaço na mídia.
As duas empresas do ramo de laticínios têm um mesmo sócio -na verdade, a Parmalat comprou 51% das ações da Batavia, dona da marca Batavo.
De acordo com cálculos de empresas de marketing e agências de propaganda consultadas pela Folha, a marca Batavo foi exposta na TV durante 789 minutos apenas no segundo semestre de 99, período em que o Corinthians conquistou o Campeonato Brasileiro.
Nos primeiros seis meses do ano passado, a então patrocinadora corintiana apareceu por 596 minutos, quase 25% a menos do que na segunda metade de 99.
A Parmalat, que tinha garantido recorde histórico no primeiro semestre, havia aparecido 703 minutos até junho, graças ao título da Libertadores, o vice no Paulista e à chegada às semifinais da Copa do Brasil -o índice foi 40% maior do que o registrado no mesmo período em 1998.
No segundo semestre, de acordo com as empresas, que pediram para não ser identificadas, teria havido uma "queda significativa" da exposição da marca Parmalat, devido à queda de produção do Palmeiras. Os números ainda não foram totalizados.
A diminuição da exposição da Parmalat coincide com o aumento da rejeição da marca pelos palmeirenses.
Preocupada com a situação atual do time, a Mancha Alviverde, a maior organizada do clube, faz campanha para que a multinacional italiana deixe o Palmeiras.
Para a aferição dos números, as empresas consultadas pela Folha somam o tempo em que a marca aparece inteira na tela nos jogos televisionados, melhores momentos e reportagens em telejornais. Se uma mesma partida passa em dois canais diferentes, o tempo é duplicado.
Quanto à aparição do nome das marcas na mídia impressa, a Parmalat leva vantagem sobre a rival. Isso porque é o fundo HMTF, e não a Batavo, quem centraliza as atenções nas reportagens que enfocam o Corinthians.
Tendo investido R$ 6 milhões nos 12 meses que patrocinou o Corinthians, a Batavo obteve resultados "maiores do que o esperado" pela empresa.
Quando assinou contrato com o clube paulista, no início de 99, a Batavo não contava com a parceria com o HMTF, que injetou US$ 25 milhões apenas em reforços e transformou o Corinthians em uma das maiores potências futebolísticas do país.
Também não sabia que sua marca seria exposta para 168 países, por ocasião do Mundial de Clubes da Fifa.
"Tivemos sorte, porque não sabíamos que o HMTF iria virar parceiro do Corinthians. Tivemos uma boa visibilidade, principalmente porque o time se saiu muito bem. Valeu a pena", disse o presidente do Conselho Administrativo da Batavia, Dick de Geus.
De acordo com as empresas consultadas pela reportagem, a Batavo teria que desembolsar R$ 1,5 milhão pela publicidade que teve na final do Mundial.
A HMTF, no entanto, não cobrou nada além do que estava acordado.
"Eles realmente deram sorte. Mas não tínhamos porque cobrar mais nada da Batavo pelo Mundial", afirmou Marcos Caruso, gerente de marketing da Teamco, empresa ligada ao HMTF.


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