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Especialistas pregam diversão
DA REPORTAGEM LOCAL
Criança não é adulto em miniatura e tem de aprender e experimentar "de tudo" antes de optar
por uma atividade. Essa é a opinião de especialistas ouvidos pela
Folha que tratam da iniciação
precoce no esporte.
Até entre 10 e 12 anos, o atleta
mirim tem de brincar e se desenvolver de forma global.
"Incentivar a criança a praticar
várias modalidades antes dos 11
anos não é só uma recomendação
saudável. É, também, a melhor
maneira de prevenir lesões nesta
fase. Se você incentiva a especialização muito cedo, pode prejudicar a criança para sempre", afirma Cláudio Gil Araújo, especialista em medicina esportiva.
Outro problema apontado por
médicos e psicólogos é moldar os
torneios infantis aos dos adultos
(mesmos calendários e provas),
sem respeitar limitações e incentivando a competitividade excessiva. "As crianças devem ser trabalhadas em cima do que elas conseguem e melhorar em cima de seus
resultados, não de um ideal", diz a
psicóloga Márcia Pilla do Valle.
A entrada no esquema frenético
de treinos e torneios também é
ameaça às vidas escolar e social.
"Na adolescência, eles querem
sair, ir à balada. É normal. Esse é
um dos principais motivos da saída do esporte", diz Dietmar Samulski, professor da UFMG.
Para quem viveu o esporte, o
"day after" preocupa. "Muitos
deixam os estudos e não sabem
fazer mais nada quando param",
diz o levantador Talmo.
(GR E ML)
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