São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 2006

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Especialistas pregam diversão

DA REPORTAGEM LOCAL

Criança não é adulto em miniatura e tem de aprender e experimentar "de tudo" antes de optar por uma atividade. Essa é a opinião de especialistas ouvidos pela Folha que tratam da iniciação precoce no esporte.
Até entre 10 e 12 anos, o atleta mirim tem de brincar e se desenvolver de forma global.
"Incentivar a criança a praticar várias modalidades antes dos 11 anos não é só uma recomendação saudável. É, também, a melhor maneira de prevenir lesões nesta fase. Se você incentiva a especialização muito cedo, pode prejudicar a criança para sempre", afirma Cláudio Gil Araújo, especialista em medicina esportiva.
Outro problema apontado por médicos e psicólogos é moldar os torneios infantis aos dos adultos (mesmos calendários e provas), sem respeitar limitações e incentivando a competitividade excessiva. "As crianças devem ser trabalhadas em cima do que elas conseguem e melhorar em cima de seus resultados, não de um ideal", diz a psicóloga Márcia Pilla do Valle.
A entrada no esquema frenético de treinos e torneios também é ameaça às vidas escolar e social.
"Na adolescência, eles querem sair, ir à balada. É normal. Esse é um dos principais motivos da saída do esporte", diz Dietmar Samulski, professor da UFMG.
Para quem viveu o esporte, o "day after" preocupa. "Muitos deixam os estudos e não sabem fazer mais nada quando param", diz o levantador Talmo. (GR E ML)


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