São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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SONINHA

Um pouco de tudo


Romário, Adriano, Ronaldo, cartolas, empresários... Nesta fase de projeções e palpites, mil assuntos pedem atenção


ESCREVER toda semana uma coluna sobre futebol, com tamanho fixo e limite de horário é uma delícia e um tormento. Delícia para quem adora o assunto, não resiste a uma discussão e sempre quer dar sua opinião (e qual aficionado não quer?); tormento porque os temas se repetem e os comentários também, fazer o quê? Não chega a ser um Dia da Marmota (do filme ""Feitiço do Tempo"), mas às vezes a sensação de que falamos sempre a mesma coisa se torna insuportável. Imagino para quem lê.
Em todo caso, não é só o futebol nem só os outros cadernos do jornal: a vida é um pouco assim. Nesse começo de temporada, em que ainda estamos na fase de projeções e palpites, fica mais difícil. Como analisar um time ou jogador depois de um ou dois jogos? Algumas impressões de quinta-feira já não deixaram rastros no domingo...
Na primeira rodada do Paulista, desenhava-se uma empolgante disputa entre artilheiros; na segunda, os medalhões passaram em branco. Não é que falte assunto, mas dá vontade de dedicar poucas linhas a dez coisas diferentes. Uma delas é a sinceridade de Romário ao voltar da excursão pelo Oriente Médio lamentando o momento inoportuno da viagem, que teria prejudicado a preparação inicial do time apontado por ele como o mais fraco entre os quatro grandes do Rio. Nenhum outro técnico do Vasco poderia dizer isso publicamente e sair ileso!
Até quando ele suportará o papel que assumiu neste ano, à medida que ficar mais claro que é roubada? E como será seu relacionamento com Edmundo?! (Imagine o "bobo" se sentindo injustiçado ao ser substituído pelo "príncipe", agora ""professor"; haja autocontrole!).
O Flamengo, enquanto isso, andou sonhando com Ronaldo. Que parece leve (sentido figurado) e contente como havia muito tempo não ficava. Se o motivo de tanta alegria tiver nome, logo os sites de fofoca nos informarão. Mas talvez ele só esteja feliz com o país, a cidade, o clube, os companheiros... O fato é que Ronaldo joga melhor quando se sente bem. Sobre a pretensão do rubro-negro carioca: se o camisa 99 estivesse mal, o Milan talvez quisesse emprestá-lo sem pensar duas vezes mas por que o Fla quereria o jogador em mau momento? Se continuar bem, como parece que está ou vai ficar, aí é que ele não sai de Milão.
Flamengo que, anos atrás, vendeu um promissor Adriano. Que eu me lembre, o garoto saiu contrariado. Ele começava a se sentir à vontade na Gávea; queria ficar no Rio e não ir para a Europa tão cedo, mas não teve escolha. Tenho certeza de que guardei um recorte de jornal da época, mas não vou conseguir achá-lo agora no meio das pilhas (então por que guardo?, você me pergunta. Pois é, eu também me pergunto). Adriano foi, viu, venceu, virou Imperador e... perdeu, ou se perdeu. Não voltou ao Flamengo; não sei se havia algum interesse das partes em buscar uma nova união. Sei que os garotos se vão e a culpa é sempre da Lei Pelé e dos empresários; será mesmo? O São Paulo de Adriano fica no mesmo país que os demais e parece sofrer menos com a lei e os maus agentes... Tempo esgotado, tamanho também. Bem agora que eu tinha vontade de continuar escrevendo! Até semana que vem (em novo dia).

soninha.folha@uol.com.br


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